Oi, gente. Espero que estejam bem. Não postei esse mês pq o meu avô faleceu e não tinha muito clima pra escrever. Mas vou continuar escrevendo agora e a história já está no fim. Boa leitura e deixe o seu voto e comentário pq é um incentivo a escritora.
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O infeliz episódio do hospital passou e agora a Beth tinha sido encontrada e presa. A situação era tão chata e desconfortável, ela era a mãe dos meus sobrinhos e agora estava numa cadeia.
Eu deixei claro que por mim não teria nada disso, mas o delegado falou que independente da minha vontade, a Beth tinha cometido um crime e teria que responder por ele.
A Beth no dia da sua prisão ainda tentou bater na Naya quando fomos a delegacia. Jogou praga em mim desejando que eu morresse e que deveria ter feito pior.
Tudo que queríamos agora era que ela fizesse um tratamento psicológico, ela precisava de ajuda. Os filhos do João Emanuel estão desolados e com razão.
Esse ordinário ainda teve a audácia de passar todos esses dias sumido, voltando só agora depois da prisão da Beth.
— Se você tivesse resolvido antes, essa situação não teria chegado nesse ponto insustentável. — a Naya disse.
— Você tem noção disso, irresponsável? Olha o que a sua covardia fez?
— Sempre fui covarde. Não sei o motivo de vocês estarem surpresos.
A Naya riu alto. Tentei não rir também porque a situação era muito séria.
— Meu Deus! — a Adriana sim, estava surpresa.
— Não te criei pra ser um valentão, mas um covarde é a gota d’água, João Emanuel. Você tinha que resolver esse problema e não deixar que a Beth machucasse o seu irmão, a Naya e sabe mais o que ela poderia ter feito.
— E a Beth merecia o seu respeito. Você tem um jeito muito cruel de tratar as mulheres que passam por sua vida.
— Naya... — ele respirou fundo — Estou fazendo o melhor que eu posso, quando eu vejo já estou no meio dessas confusões que nem sei como criei.
Que desculpa sem graça. Não é possível que ele olhe pra gente e ache todos idiotas pra cair nessa.
— Tive medo quando ela machucou o Heitor. — a Naya era muito delicada. Beijei o seu rosto.
— Também tive, mas estou bem agora.
— Por favor, João Emanuel. Já passou da hora de crescer. Você não é mais um adolescente. — o meu pai estava nervoso.
Aliás, todos nós estávamos. A Beth atormentou e o meu pai vivia temeroso por todos, principalmente pelo João Emanuel se ela colocasse as mãos nele.
Com certeza ela o mataria, o melhor que ele fez foi ter ficado com medo. Mas podia ter resolvido também.
Mas isso não é nenhuma novidade vinda do meu irmão.
— A Beth tem os defeitos dela, mas você levou isso ao limite dela. Sinceramente, a Beth estar assim é culpa sua que levou aquela mulher a loucura.
Pela primeira vez a Adriana disse algo útil.
— Mãe?! Eu não tenho culpa.
— Foi a mão dela que segurou a faca e machucou o seu irmão, mas foi a sua maldade e o seu que plantou no coração dela as dúvidas. A culpa é sua sim, arque com isso, João Emanuel. Cansei de passar a mão pela sua cabeça.
— Olha, Adriana, estou feliz porque finalmente você começou a ver o João Emanuel como ele é. Parou de colocá-lo num lugar de santo que ele nunca foi.
— Naya, não piora a situação. — o João Emanuel falou.
— A Naya tem razão. Sou a sua mãe e amo você, mas basta. Você será o adulto que nunca se preparou pra ser a partir de hoje. E isso você vai fazer sozinho e o caminho é duro e difícil.
Todos crescem, todos evoluem, bom, só alguns. O meu irmão é a prova do quanto as pessoas podem ficar velhas na idade e na cabeça não amadurecer nada.
A imaturidade do João Emanuel já beirava o ridículo. Todos tivemos os nossos defeitos e problemas pelo caminho. Mas ninguém sempre teve o respaldo que ele teve de fazer bagunça e vir alguém atrás limpando.
Posso dizer por mim mesmo, que cometi muitos erros, com a Naya tenho uma lista enorme.
O esforço que tive pra mudar veio apenas da minha força de vontade e do amor pela Helô. Se ela não tivesse aparecido o início pra minha mudança seria muito longo ou talvez nem existisse.
Com a oportunidade que a vida me deu de ser pai da Helô, eu pude repensar muitas responsabilidades em minha vida e fui trabalhando pra ser melhor e com isso, estar preparado pra reencontrar a Naya e ser um pai pra Lorena.
— Nem sempre as coisas são fácies, João Emanuel. Mas eu nunca vi o seu esforço por nada. Se você não começar a perceber que já passou da hora de mudar, até a vida um dia se cansa de você.
Todos olhavam pra ele e o João Emanuel parecia mais cansado e não tinha hoje o brilho da inconsequência que sempre teve.
— Se as suas confusões só te envolvessem, tudo certo. Mas sempre afetam as outras pessoas que estão ao seu redor.
Isso era mais uma verdade.
Ele nunca se ferrava. Quem se dava mal era quem estava perto.
— Vamos, não é?! — a Naya tocou a minha mão.
— Cresça! — apertei o ombro do João Emanuel.
— Acha que é fácil?
— Todos passam por isso e o seu erro foi sempre ter quem fizesse isso por você. — a Adriana estava aborrecida.
— Precisamos ir agora.
— Heitor? — a Adriana me abraçou — Desculpa.
— Tudo bem.
— Muito do que eu fui as minhas netas mudaram, mas eu precisava do seu perdão também. Nunca fui uma boa madrasta pra você e por ciúmes nunca tentei ser uma mãe ou uma amiga. Perdão.
— Já passou. Vamos deixar isso no passado.
Deixei um beijo em sua testa e antes de chegar a porta o meu pai me abraçou.
— Tenho orgulho do homem que você é. Nunca duvidei do seu potencial. Lembra quando eu disse que não desistiria de você? Esse foi o melhor trabalho da minha vida. O que mais dei de mim e o que mais me deu bons frutos.
— Fizemos um bom trabalho. — eu sorri — Mas agora o seu trabalho não acabou, boa sorte com aquele cabeça dura.
— Posso contar com você, Heitor?
— Com certeza.
A Naya sorriu e me abraçou colocando a cabeça em meu peito.
— O quê?
— Nada.
Ela sorria. Uns minutos de silêncio.
— É que... — eu tive que rir, a Naya não aguentava muito tempo calada — Eu acho que as coisas serão boas daqui pra frente, mesmo uma situação dessas deixando tudo fora do lugar parece que ainda tem solução.
— Também acredito. A Beth ficará bem, o João Emanuel vai tomar juízo e as coisas se resolverão.
— Ouvindo dessa forma parece que a coisa está feia. — ela riu.
— O pior já passamos. Vamos ajudar também com os filhos do João Emanuel, eles precisarão de toda a família agora.
— Claro. E tenho fé que a Beth voltará bem pra eles.
Em casa, as crianças já dormiam. Mas eu não queria acabar a nossa noite, queria prendê-la um pouco mais comigo ou parar o tempo.
Olhei pra ela e quis dizer o que tanto me assombrou uma vida toda, mas que sempre senti por ela.
Ela escrevia alguma coisa. Ajoelhei a sua frente e toquei as suas mãos.
— Naya, eu te amo.
— Ué?! De onde veio isso? — os olhos dela estavam surpresos e em sua boca um sorrisinho nervoso surgia.
— Não fique surpresa. Eu acho que você já tinha notado isso.
— Heitor.
— Você pode ignorar, pode recusar. Mas eu amo você. Todas as vezes que me aproximei, que estava pra você foi por amor. Você pode dizer que não é, você pode dizer que nunca percebeu, mas eu amo você.
— O amor pode ser isso que você falou.
— Eu não só estou falando como sinto por você, Naya.
— Tudo bem, pode ser o que você diz que sente, mas o amor não suporta mentira. O amor não suporta traição, o amor não combina com desrespeito.
— Naya, eu estou...
— Não aceito um amor que me machuque. Você já machucou e por mais que eu sinta atração por você e até paixão, não posso ignorar o passado.
— Não podemos esquecer o passado, mas viver nele não nos fará feliz.
— O amor é bonito e simples nos filmes. A nossa história de amor é muito pesada.
— O ruim de ter cometido tantos erros é que você machuca quem mais ama.
— Ninguém é perfeito.
Cheguei muito longe pra não terminar de dizer o que eu sentia. A Naya é muito importante pra mim, a minha esperança de ter o amor da mulher que sempre amei.
— Você pode nunca me amar. O meu amor sempre vai ser seu. Não te amo com loucura, te amo com os olhos abertos. Não quero que me ame, quer dizer, seria bom e seria feliz, mas o meu amor é seu e você faz o que quiser.
— Isso não me parece um bom presente. — ela sorriu.
— Só te amo. Não estou te pedindo pra me amar de volta. Nada. Eu não quero nada, só dar o meu amor.
A Naya ficou em silêncio e entendi como uma resposta. A Naya era muito boa de ainda sequer olhar pra minha cara.
Levantava quando ela segurou o meu braço.
— E a caneta?
Sorri. Entendi que ela falava sobre o divórcio.
— Bem, se você quiser podemos escrever a continuação da nossa história, não vamos apagar o passado.
Ela ainda segurava uma caneta. Tirei de seus dedos.
— Podemos tentar o presente.
Me entregou a caneta.
— Por via das dúvidas a gente joga fora. Não precisamos mais disso.
A Naya riu e abraçou o meu pescoço.
Segurei o seu rosto e a beijei.
— Acho que também precisamos de um novo começo.
— Tudo o que eu quero é fazer as coisas certas dessa vez.
— Nem sempre vamos acertar.
— Mas não cometerei os mesmos erros.
A Naya me beijou.
Uma das melhores coisas era poder ficar com ela de novo. Dessa vez tudo estava no seu lugar. A Naya era a minha esposa e vimos construindo cumplicidade e amizade nesses meses juntos.
A nossa história começou por um caminho errado meu, de vingança e ódio, atropelando a Naya pelo caminho e todos a minha frente.
Agora eu tinha a chance de fazer diferente, fui um homem que buscou se encontrar. Tudo que eu queria era isso, ficar com ela.
— Só quero amar você.
— Eu sei, você já disse isso umas 10 vezes. — ela riu — Então, me ama.
O amor é isso que eu sempre senti por ela, desde quando me infiltrei em sua casa mentindo.
Nunca mais terei medo de amá-la novamente.
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SE ALIANDO AO AMOR
RomanceAs vezes o amor é o suficiente... Outras não. Naya e Heitor se conhecem no momento mais difícil da vida dele. Um coração amargurado pela vida pode ser impenetrável para o amor.