Ísis: Por quê você quer saber? Que eu saiba você não se importa mais comigo.
Lucas: Não me importo com você o tanto de tempo em que você não se importar comigo.
Ísis; Quer dizer que se eu me importar com você, você se importa comigo?
Lucas: Você não é tão burra quanto às vezes parece.
Ísis; E você não é tão fofo quanto às vezes parece :)
Lucas: Eu não vim aqui discutir com você, porque você sabe que eu ganharia de qualquer jeito, mas vim perguntar quem é o garoto.
Ísis: Você não precisa saber. Não faz mais parte da minha vida, ou faz? Não importa, os boatos correm, e correm ainda mais rápido na escola. Uma hora você irá descobrir por si mesmo, enquanto isso não acontece... Sei lá, disperse. Arrume algumas amizades.
Lucas: Os boatos correm mesmo, mas pelo jeito ainda não chegaram até você...
Ísis: De quê você está falando?
Lucas: De mim e da Marina, gostava dela desde a festa, ela não te contou? Estamos juntos.
Ísis; Assim, de um dia para o outro?
Lucas: Ué, não foi a mesma coisa com você e aquele Marco Júlio?
A essa eu não respondi. Era verdade, ele ganharia qualquer briga nossa. E eu não seria boa o suficiente para detoná- lo porque estava debaixo dos escombros do meu mundo que havia se partido ao meio e caído. Igual ao meu coração e todo o sangue que havia em meu rosto.
Deitei na cama e joguei o celular sobre o tapete, não queria nem chegar perto dele por um bom tempo. Quando comecei a pensar naquela surpresa de aniversário que ele havia me feito, os abraços que havia me dado, o beijo na testa, sentia falta até de quando ele me ignorara porque estava lendo, de quando pediu para que eu descobrisse seu nome, e eu o fiz rapidamente, de quando ele me consolou e passou a noite aqui em casa vendo filme de terror e comendo guloseimas comigo, de como ele teve medo de assistir Invocação do Mal, e eu, fingindo que nem tinha medo...
Agora eu podia assistir Invocação do Mal no escuro trancada num quarto com temíveis estátuas de palhaçoes ensanguentados que não sentiria tanto medo como estava sentindo agora; medo de perdê- lo, de nunca mais ser abraçada, ignorada até, de nunca mais ganhar um beijo na testa e nunca mais ser chamada de minha pequena, será que isso não faz falta à ele? Será que ele não compreende que isso pode me transformar em cacos? Será que ele não sabe que tudo que eu não queria ouvir agora era que ele estava namorando e me deixara? De que gostava de outra menina e não de mim, como fazia parecer?
E então passou algo pela minha cabeça; e se fosse mentira? Algo para me fazer ciúme, como eu com o Marco?
Então lembrei de ficar sentada no banco e ele levantar dali, ir para outro lugar, provavelmente os braços da Marina... E lembrei de o Marco me avisar de não ser tão convencida, que era oque eu estava sendo agora...
Ignorei a dor de cabeça que começava a surgir e me forcei a dormir, talvez aliviasse um pouco isso.
A última lágrima foi cortada pelo fechar de meus olhos, e a última coisa que vi foi a cortina esvoaçando, libertando um pouco da imagem de fora; alguém parado na janela do vizinho, olhando para o meu quarto, sem muito sucesso, e aposto que ele também agradeceu pela réstia de imagem que aquela cortina esvoaçante liberou.
*Lucas*
Desde que ela não me respondera mais, estava na janela, esperando, quem sabe, ela sair de dentro do quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Livros, Cafés e Amores
Teen FictionÍsis não é a garota mais popular, nem a mais bonita, mas tem um garoto que gosta dela à seus pés, é repleta de amigos, apesar de preferir passar o dia na biblioteca. Certo dia, ao fazer uma de suas visitas diárias à ela para ler, encontra um rapaz...