22- Rápido, Como um Curativo?

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*Lucas*

Assim que terminei de dar o nono empurrão na Marina, ouvi algo.

- Pronto, Mari!- Um grito masculino vindo do outro lado da quadra, imediatamente a Marina parou de me beijar e limpou os lábios com as costas da mão. Me desencostei da parede e andei até a direção de onde achava que havia vindo a voz.

Encontrei ali de pé o Renato, ultimamente o melhor amigo da Marina, com um celular na mão aberto no WhatsApp, ele havia mandado alguma foto para um número que percebi ser o da Ísis, arranquei o celular da mão dele e constatei a hipótese; ele havia mandado uma foto minha e da Marina nos beijando pra Ísis.

- Ah, cara! Fala sério, devolve meu celular!- Ele falava, tentando parecer um pouco mais macho que era, não estava dando certo, não que ele fosse gay, porque não era, mas era um tanto quanto... Pamonha.

- Apaga a foto.- Disse, estendendo o celular para ele. Fiquei com receio que ele espalhasse a maldita foto pra todo mundo além da Ísis, e seria ela quem ficaria falada.

- Não, cara, deu trabalho pra tirar uma tão boa desse esconderijo!- Ele bloqueou o celular, já que ele queria as coisas um pouco mais difíceis, beleza!

- Cara, apaga essa droga de foto ou eu faço da tua vida o verdadeiro inferno.- Coloquei meu dedo perto de seu rosto e o emprensei na parede.

- Eu duvid...- Coloquei o dedo ainda mais próximo de seu nariz, ele vacilou e começou a trazer o celular para desbloqueá- lo. Eu era bom nisso...

- Renato, não apaga! É mentira, ele nem vai te incomodar, não! Manda a foto pra mim!- Marina gritou parada ao nosso lado, a fuzilei com os olhos e tomei novamente o celular do Renato, o impedindo de enviar a foto pra ela.

- Você Marina, procure ficar calada, acaba de estragar uma história inteira com esse seu ego.- Abri a galeria do celular do Renato já desbloqueado por ele mesmo e selecionei a foto em apagar.

Entreguei o celular a ele e saí do ginásio, precisava ao menos tentar explicar as coisas pra Ísis, principalmente se ela ainda não tivesse visto a foto...
*Ísis*

Como o tempo já estava nublado desde cedo, começou a chover enquanto eu e Luan voltávamos para casa, por isso acabamos entrando na cafeteria onde ele trabalhava para nos alojarmos até a chuva passar, sentamos em uma mesa e pedimos café, já que era folga dele- pelo visto ele tirava folga quando bem entendesse-, ele aproveitou pra cumprimentar os colegas, enquanto eu apenas ficava sentada focada no meu café, odiando internamente o Lucas. Como ele... como ele pôde? Depois de tudo?!

Depois de chorar na camiseta do Lucas, não senti mais vontade de derramar uma gota pelos olhos, oque confesso que foi a melhor coisa que fiz.

Luan sentou- se novamente na minha frente.

- Já tá melhor?

- Tô.

- Então pode me contar oque aconteceu?

Assenti e busquei pelo celular no bolso da mochila, o desbloqueei e abri a foto, deslizando o aparelho sobre a mesa  para a frente dele.

- Entendo. Complicado...

- Eu que o diga...- Recolhi o celular e o guardei novamente.- E o pior é que eu nem conheço a pessoa que me mandou essa foto.

- E como você sabe que isso não foi uma armação da Marina?- Ele perguntou com as sobrancelhas unidas.

- Eu não sei, esse é o problema. Mas é se fosse armação ele estaria com as mãos na cintura dela como se estivesse... Degustando e aproveitando o beijo?

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