Como talvez já suspeitassem, a surpresa era o Matheus.
Claro que ele não voltara definitivamente, mas meu pai conseguira com que ele fosse liberado para uma visita à nós.
Meu irmãozinho foi bajulado durante o dia todo, ganhou sorvete, bolo, e muita companhia, mamãe o abraçou quinhentas vezes na tarde, e os dois não podiam estar mais felizes, assim como eu e o Lucas, que passamos a visita toda brincando com ele. E, eventualmente, quando percebíamos que ninguém nos assistia, trocávamos selinhos, ora no rosto, ora nos lábios. Foi a melhor tarde da minha vida, em que todos estavam felizes, o futebol do meu pai passava na TV, a minha mãe tava na cozinha e eu e meu namorado estávamos brincando com o meu irmão. Pela primeira vez em muito tempo, éramos uma familia super normal. E isso me fazia sorrir.
Mas a visita teve de acabar, o Ma, um pouco triste, mas super compreensivo para a idade dele, se despediu de nós e foi levado novamente para o lar pelo meu pai. Enquanto minha mãe, visivelmente mais feliz, preparava o jantar e eu e o Lucas nos enfiamos no quarto para ver filme.
Eu ainda não tinha certeza se estávamos namorando, afinal nenhum pedido concreto havia sido feito, mas pela nossa troca de olhares, beijos e abraços durante o filme, parecia que estávamos mesmo namorando.
Era bom saber que eu podia beijá- lo a qualquer momento e ele me beijaria também, sem ter vergonha nem nada.
Era o segundo filme de romance que víamos Um Amor Para Recordar no qual algumas lágrimas vazaram dos meus olhos e o Lucas me abraçou mais forte. Até que o filme acabou.
- Acha melhor descermos?- Perguntei enquanto ele desligava o aparelho de DVD e eu me esparramava mais na cama.
- Por quê?- Ele me encarou, visivelmente perturbado com a pergunta, mas também malicioso.
- A janta. Você sabe... Pode estar pronta. E a mamãe pode querer conversar conosco sobre, bom, você sabe...
- Não migrarmos para a cama um do outro essa noite?- Ele sorriu, voltando a se sentar ao meu lado.
- Isso.
- Então vamos descer. Você sabe que eu nunca faria isso. A não ser que você pedisse.- Ele deu um beijo na minha bochecha. Dei um tapinha em seu braço de brincadeira.
- Eu não pediria isso.- Disse, levantando da cama e penteando meus cabelos. Ele também levantou e foi até a estante de livros.
- Eu sei, minha Pequena.
- Lucas...
- Que foi?
- Estamos namorando?
- Não.
- O quê?- Grilei os olhos e me aproximei dele, jogando a escova na cama.
- Não estamos. Estou só me divertindo com você. Você é minha peguete.- Ele não tinha sinais de sarcasmo na voz. Senti minhas sobrancelhas se juntando e minha mão grudando na cara dele.
Mas ele foi mais rápido, me abraçou e prendeu minhas mãos nas suas costas.
- Você... Falou sério?- Perguntei, profundamente magoada e com raiva por ele estar nos unindo tanto com esse abraços perfeitos e repentinos.
- Você realmente acha que eu sou assim?- Ele sorriu e me abraçou mais ainda.- Eu nunca faria de você minha peguete. Claro que nós estamos namorando. Quase estamos casados.
Sorri. Eu não o conhecia tão bem. Só agora percebia que ele nunca ia mesmo fazer isso.
- Vamos descer, antes que a tentação dos seus beijos me vença.- Disse. E ele me beijou, de novo.
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Livros, Cafés e Amores
Teen FictionÍsis não é a garota mais popular, nem a mais bonita, mas tem um garoto que gosta dela à seus pés, é repleta de amigos, apesar de preferir passar o dia na biblioteca. Certo dia, ao fazer uma de suas visitas diárias à ela para ler, encontra um rapaz...