19- Mas Que Droga, Luan!

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Como talvez já suspeitassem, a surpresa era o Matheus.

Claro que ele não voltara definitivamente, mas meu pai conseguira com que ele fosse liberado para uma visita à nós.

Meu irmãozinho foi bajulado durante o dia todo, ganhou sorvete, bolo, e muita companhia, mamãe o abraçou quinhentas vezes na tarde, e os dois não podiam estar mais felizes, assim como eu e o Lucas, que passamos a visita toda brincando com ele. E, eventualmente, quando percebíamos que ninguém nos assistia, trocávamos selinhos, ora no rosto, ora nos lábios. Foi a melhor tarde da minha vida, em que todos estavam felizes, o futebol do meu pai passava na TV, a minha mãe tava na cozinha e eu e meu namorado estávamos brincando com o meu irmão. Pela primeira vez em muito tempo, éramos uma familia super normal. E isso me fazia sorrir.

Mas a visita teve de acabar, o Ma, um pouco triste, mas super compreensivo para a idade dele, se despediu de nós e foi levado novamente para o lar pelo meu pai. Enquanto minha mãe, visivelmente mais feliz, preparava o jantar e eu e o Lucas nos enfiamos no quarto para ver filme.

Eu ainda não tinha certeza se estávamos namorando, afinal nenhum pedido concreto havia sido feito, mas pela nossa troca de olhares, beijos e abraços durante o filme, parecia que estávamos mesmo namorando.

Era bom saber que eu podia beijá- lo a qualquer momento e ele me beijaria também, sem ter vergonha nem nada.

Era o segundo filme de romance que víamos Um Amor Para Recordar no qual algumas lágrimas vazaram dos meus olhos e o Lucas me abraçou mais forte. Até que o filme acabou.

- Acha melhor descermos?- Perguntei enquanto ele desligava o aparelho de DVD e eu me esparramava mais na cama.

- Por quê?- Ele me encarou, visivelmente perturbado com a pergunta, mas também malicioso.

- A janta. Você sabe... Pode estar pronta. E a mamãe pode querer conversar conosco sobre, bom, você sabe...

- Não migrarmos para a cama um do outro essa noite?- Ele sorriu, voltando a se sentar ao meu lado.

- Isso.

- Então vamos descer. Você sabe que eu nunca faria isso. A não ser que você pedisse.- Ele deu um beijo na minha bochecha. Dei um tapinha em seu braço de brincadeira.

- Eu não pediria isso.- Disse, levantando da cama e penteando meus cabelos. Ele também levantou e foi até a estante de livros.

- Eu sei, minha Pequena.

- Lucas...

- Que foi?

- Estamos namorando?

- Não.

- O quê?- Grilei os olhos e me aproximei dele, jogando a escova na cama.

- Não estamos. Estou só me divertindo com você. Você é minha peguete.- Ele não tinha sinais de sarcasmo na voz. Senti minhas sobrancelhas se juntando e minha mão grudando na cara dele.

Mas ele foi mais rápido, me abraçou e prendeu minhas mãos nas suas costas.

- Você... Falou sério?- Perguntei, profundamente magoada e com raiva por ele estar nos unindo tanto com esse abraços perfeitos e repentinos.

- Você realmente acha que eu sou assim?- Ele sorriu e me abraçou mais ainda.- Eu nunca faria de você minha peguete. Claro que nós estamos namorando. Quase  estamos casados.

Sorri. Eu não o conhecia tão bem. Só agora percebia que ele nunca ia mesmo fazer isso.

- Vamos descer, antes que a tentação dos seus beijos me vença.- Disse. E ele me beijou, de novo.

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