Difícil mesmo foi sair de perto do João durante a festa toda.
Quer dizer, se fosse o Marco perto de mim naquele momento, teria me beijado pra mostrar algo pro Lucas. Mas o João não, ele apenas sorriu e continuou parado lá. Quieto. Apenas assistindo. Como eu.
- Quantos anos você tem, João?- Agora ignorávamos a Marina e o Lucas, prestávamos mais atenção em nós mesmos.
- 17. E você?
- 17.
- Estuda na mesma escola da Marina?
- Sim. Você não? Nunca te vi por lá...
- Não estudo, mas ainda esse ano pretendo me mudar pra lá.
- Será bem- vindo.
Ele sorriu apenas. Ficamos parados bebendo refrigerante a festa inteira sem falar quase nada, às vezes eu o incomodava com brincadeiras do tipo "olha aquela menina! Tá linda! Larga a Marina e investe naquela cidadã!", as quais ele sempre dava risinhos e não respondia. E pelo jeito ele gostava bastante de RPG porque qualquer frase dele envolvia algo de RPG. Eu não entendia nada, mas sacudia a cabeça pra cima e pra baixo como se aquilo fizesse muito sentido.
Gastei apenas 10 reais dos 50 que haviam sobrado até metade da festa. Depois decidi parar de beber refrigerante igual maluca...
A festa não era lá muito romântica, casais se pegavam por todos os cantos, garotos bebiam e fumavam e as garotas tinham saias na altura do útero, oque confesso que não era muito legal... Mas aí no meio da festa uma valsa começou a tocar, a maioria dos alunos reprovaram a música, principalmente o Marco, mas quem subiu no palco foi o pai dele; um cara de meia idade, cabelo parcialmente grisalho e sorriso envolvente.
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- Como toda festa precisa de um pouco de amor juvenil, vamos dançar uma valsa básica.- Os jovens uivaram, mas ele respondeu com um sorriso e puxou a esposa pra dançar, à essa altura o Marco já tava vermelho de tanta vergonha e mantinha a mão na frente da cara.
Mas no fim os garotos acabaram convidando seus "lancinhos" para dançar, alguns zoavam a música, outros realmente dançavam com vontade, principalmente a Marina e o Lucas.
Enquanto eu e João nos mantínhamos encostados naquela mesa parecendo grudados com superbonder na tábua, sem mexer um músculo, apenas sorrindo para as pessoas dançando.
- Sua garota não veio te convidar.
- Porque está mais ocupada dançando com o seu garoto, tá vendo?
- Okay, okay. Não precisa jogar na cara...- Rimos.- Aquela menina bonitinha tá sem par. Vai lá!
- Ela não é bonitinha.
- Fala sério, João! Claro que é! Aposto que você ficaria com ela.
- Eu não ficaria com ela. Como é mesmo o nome dela?
- Eu não sei. Mas tem cara de Sthefany.
- Ah, legal. Vou chegar na menina pedindo pra dançar chamando ela de Sthefany sem nem saber se o nome dele é esse. E se for Paula?
- Aí ela te corrige... Isso quer dizer que vai chamá- lá pra dançar?!
- Não, Ísis.- Ele passou a mão no cabelo, o que fazia a cada 5 minutos, mais parecia o Johnny Depp dando entrevista. Uau, o João era bonitinho...
- Hum. Então fica aí parado que nem tonto.
- Que eu saiba não sou só eu que estou parado igual a um tonto.
- Hahaha. Mas não é o engraçado?- Perguntei irônica.
- Quer dançar comigo?
- Não convidou nem a menina gatinha vai me convi...- Ele não me deixou terminar, me puxou para mais perto dos outros casais e enlaçou minha cintura e minha mão, nos deixando próximos enquanto dançávamos a valsa que nunca terminava.
- Do jeito que você fala da Sthefany até parece que você é que quer dançar com ela.
- Você disse que o nome dela não era Sthefany.
- É até eu arranjar um nome melhor.
- Ah.
Rimos enquanto eu pisava no pé dele pela segunda vez.
- Desculpa.- Disse ainda rindo da minha situação.
- Tudo bem. Tudo que a dama faz durante a dança é guiado pelo cara, então é sinal que...
- Você está me guiando mal?- O interrompi olhando com os olhos estreitos.
- Não. Sinal que você não me deixa guiá- la.
- Grosso. Então vou deixar que me guie.
- Então faça o favor.
Fiz uma careta com a boca a qual ele respondeu com um sorriso. E que sorriso... Quase pisei novamente em seu pé, mas era ele quem estava guiando, e realmente estava me saindo melhor.
Aí quando a coisa começou a ficar interessante, todos em silencio ouvindo a música e dançando e só parecia que existia eu e ele, a música acabou e a Amanda nos chamou porque "afestatáchataeeuqueroirpracasa!". Chata é você, Amanda!
Fomos até o carro lentamente; eu, a garota de cabelo azul e o João. As outras meninas voltariam com seus pais porque a festa estava ótima na opinião delas. Na minha também.
- Quando posso te ver de novo?- João me perguntou enquanto estrávamos no carro.
- Não sei. Quando você acha?
- Não sei... Se puder me passar seu número para que eu possa te ligar e marcar um sorvete...
- Claro.
Passei meu número pra ele que anotou e desceu em sua casa, bem perto da minha.
Depois foi a vez da menina de cabelo azul que era praticamente minha vizinha, e depois a minha. Antes que eu pudesse sair do carro, a Amanda pediu pra falar comigo.
- Ísis, só uma coisa... Não se mete muito com esse João. Ele não é dos que mais prestam...
- Tudo bem.
Claro que eu não ia obedecê- la. Saí do carro revirando os olhos e entrei em casa, seguindo direto pro quarto. O Lucas ainda não havia chegado. Depositei o dinheiro na mesinha no meio do corredor e entrei pela porta do quarto. Tudo que eu queria era cama.
...
Acordei no dia seguinte muito bem, e quando fui desligar o despertador do celular, vi que havia recebido algumas mensagens de dois números diferentes.
Oi, vocêjádeveestardormindoà essa altura danoitepelacara de sonoquetavano carro. Masmesmoassim, boanoite, Dançarina.
Dava pra ver de quem era essa; João.
Oi, soueu, amenina de cabelo azul que tava no carro... Eufuicomseujeitodeser. Porissoqueriasaber se vocêpodemeencontrarhojeàtardenapraçapraquemsabesermosamigas, não é nenhumabrincadeirademalgosto. Queromesmoéconversar. Beijos!
O que essa garota queria saber comigo? Claro que eu ia nesse encontro, afinal eu é que não ficaria com essa curiosidade toda!
...
Posteiumpequenopranãodeixarninguémcarentenoferiadão... ;(
Masterçatemnovo!!!!!!!!!!!!
Beijonoqueixo!!!❤❤❤❤
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Livros, Cafés e Amores
Novela JuvenilÍsis não é a garota mais popular, nem a mais bonita, mas tem um garoto que gosta dela à seus pés, é repleta de amigos, apesar de preferir passar o dia na biblioteca. Certo dia, ao fazer uma de suas visitas diárias à ela para ler, encontra um rapaz...