Livros, Cafés e Amores

26- Olhos de Cafajeste

Saímos pela porta o mais rápido possível, a deixando aberta para evitar contato visual com qualquer parte corporal do Lucas.

- Onde iremos?- Perguntei forçando um bom sorriso.

- Você verá.

Ele sorriu e continuou andando, sempre em linha reta, fiquei com medo de que passássemos pela lanchonete onde havia deixado a Rebeca lanchando, por azar passamos, mas por sorte ela já não estava mais lá.

Depois de uma longa caminhada, chegamos à uma rua quase deserta, e paramos no passeio da calçada como se já tivéssemos chegado. Mas não podia ser, afinal, não havia lanchonete, cafeteria ou praça alguma por ali. Posso confessar que comecei a me desesperar.

- É aqui.- Ele disse.

- É aqui? Onde?

- Debaixo dessa árvore.

O desespero foi embora e só agora eu percebia que ali no passeio, em uma parte aterrada, estava plantada uma árvore com um tronco gigante que parecia ser bem antiga, os galhos caíam, pendidos para baixo.

- Uau... É linda...- Não podia negar, era linda mesmo, fascinante. Nos sentamos em uma das raízes da árvore.

- Eu sei. Sempre venho aqui quando preciso pensar pra compor.

- Mas isso fica tão longe da sua casa...

- Ah... Mas vale a pena, eu tenho ótimas inspirações pra escrever sentado aqui.

- Escrever?

- Músicas. Eu toco guitarra e componho minhas próprias músicas.

- Caramba, que legal!- Sorri, sendo sincera, é claro.- Você podia tocar um dia desses pra mim!

- Quem sabe... Ainda temos a vida inteira.

- Ou não.

Rimos, afinal sabíamos que (provavelmente, se não houvessem imprevistos) teríamos sim, a vida inteira.

- Já compus uma música sobre você.

- Sério?- Arqueei as sobrancelhas, surpresa e feliz, era legal isso da parte dele.

- Sim.

- E como se chama?

- Não sei... Ela ainda não está completamente pronta, mas a ideia principal eu já acabei...

- Você lembra da letra dela?

- Não só lembro como a escrevi em um papel pra você.

- E eu posso...

- Claro.- Ele tirou um papel amarelado do bolso e me alcançou. O li devagar, mastigando e digerindo cada estrofe, pois só algumas leituras conseguem ser digeridas, e aquela era uma dessas. A música era simplesmente a coisa mais linda que eu já havia lido.

- Nossa, João... Você é ótimo nisso... Simplesmente perfeita! Eu posso ficar pra mim? Quer dizer, o papel?

- Sim, ele já era pra você guardar.

- Prometo que vou.

Ele olhou no fundo dos meus olhos, como poucas pessoas faziam, isso desde sempre me arrepiada, borboletas voavam no meu estômago. O Lucas também me olhava assim. O Luan não. E ele sorriu. Sorri também. E que sorriso lindo; dentes perfeitos, um queixo quadrado com uma dobrinha no meio, olhos pretos e grandes que em outras circunstâncias pareceriam olhos de cafajeste se eu não conhecesse o menino, sobrancelhas aparadas que eu sabia que eram pois tinham um formato perfeito e lindo, o formato era parecido com o meu, e o cabelo... Jesus, acende a luz! Que perfeição que caiu do céu, era preto como a noite, mas ele tinha uma franja fantástica que não caía sobre os olhos, mas sim na medida certa sobre a testa em um desorganizado organizado. Inexplicável,

- Ora, ora, ora...- Alguém disse nos despertando do transe do olhar. De início não prestamos atenção, mas no terceiro" ora" já  tinha ficado irritante- considerando que o momento estava delicado-, e então olhamos para a pessoa ali parada.- O quê estão fazendo aqui? Você não se toca, Ísis?

Rebeca.

- Rebeca! Desculpa, era só um encontro de amigos e...

- Não pareciam amigos. Pareciam outra coisa.

- Resolve isso com o João, porque eu não quero mais me meter nessas coisas de vocês.

E foi oque fiz. Andei o mais rápido possível em linha reta para casa, com o sexto sentido avisando que o olhar dele estava cravado em minhas costas.

...

- Onde você tava com aquele Renato?

- O nome dele não é Renato. Sai da frente.- Lucas estava parado bloqueando a porta de entrada do meu quarto.

- Claro que é Renato.

- Não é! SAI DA FRENTE, CARA, EU QUERO PASSAR!- Agora eu já estava gritando, e ele finalmente saiu da frente da porta, entrei e a fechei.

- É Renato sim, porque foi ele que te mandou aquela foto minha e da Marina.- Ele gritou por trás da porta.

Não respondi. Claro que não havia sido ele, se não a mídia estaria gravada na minha conversa com ele. No entanto, no nosso bate- papo só havia a conversa de hoje.

- Escuta oque eu tô dizendo, porque eu vou provar.

- Boa sorte com as suas mentiras!- Gritei de volta pela porta.

Babaca.
...
O livro tá na reta final ;( isso é mais triste pra mim que pra vocês, me apeguei aos personagens...
Mas vocês não vão nem sentir falta de livro porque vou publicar um novo, o nome será Se As Estrelas Contassem Histórias,  fala sobre uma garota que mora com a mãe dela num trailler, elas viajam por vários lugares o tempo todo, é uma espécie de romance que acontece numa dessas viagens, vão acontecer várias coisas e tal, muita música, desenhos, estrelas... Enfim, vocês leriam se eu o publicasse?????????? Respondammmmmmmmm!!!
Beijo no queixo!
P.S; mil complicações na escola e na vida pessoal me impediram de postar nos últimos tempos, sei que as leituras vão diminuir e tal, mas eu realmente não tive culpa, reescrevi cada capítulo umas três vezes porque o Wattpad os apagava e depois de um tempo desisti de escrever eles de novo porque eu tava muito triste, abatida e qualquer coisa me fazia chorar (até música eletrônica daí comecei a ouvir mais Heavy Metal e parou um pouco, Heavy Metal Enfim, espero que eu possa voltar a ficar tão alegre quanto eu era, e tudo isso é culpa de uma certa pessoa pela qual eu me apaixonei, me declarei e me deu um belo fora (não completamente pq ele não disse que me detestava e tals, só falou que ainda não tava pronto pra um relacionamento, me deu alguns pataços por mensagem que eu podia ter voado lá na China com aquilo que ele falou, depois eu vi que ele não é tudo aquilo que parecia e resolvi esquecer um pouco e pah) pra ficar de putaria com as outras gurias. (Perdão o termo, mas até falar disso me irrita), e o pior é que tenho que falar com ele porque estamos de dupla, muito legal essa zuera professora. Só que nunca.
Raiva + tristeza= falta de capítulos de romance