Familia Jeon: Carta - 46

700 63 4
                                    

P.O.V Jungkook

Nunca achei que a esse ponto da minha vida, seria aterrorizado pelo passado que tanto lutei para esquecer.

A verdade que é venho tentando ignorar uma parte do que vivi que, ao lembrar, ainda dói muito. Nunca consegui superar a morte dele e agora, parece que está querendo reviver através dessas cartas e documentos.

O fantasma de meu pai me assombra todos os dias e o que me mantém são é a raiva que superou a tristeza de sua partida.

De madrugada, enquanto todos estavam dormindo, logo após dessa grande surpresa, fui para o andar debaixo e remexi nas cartas, procurando algo que imaginei que pudesse encontrar. Alguma explicação para acabar com as dúvidas e eliminar, em parte, a ansiedade que me consumia aos poucos.

Haviam poucas cartas, comparadas a quantidade de documentos e pastas. Algumas eram destinadas a pessoas específicas como minha mãe, irmão e até o pai da S/N. Havia duas com meu nome e não sabia qual me chamava mais atenção. E por fim abri aquela destinada não somente a mim, mas ao meu irmão também.

Carta I

"Meus filhos, imagino que um milhão de coisas devem estar passando em suas cabeças agora, mas tentem segurar as emoções e as perguntas e prestem atenção em tudo que vou lhes dizer, ou melhor, escrever. Sejam o mais racional possível agora, pois o futuro da nossa família, neste momento, estão em suas mãos.

Quando vocês eram pequenos abri uma empresa junto com meu irmão, seu tio, mas, por inúmeros motivos, como falta de experiência e dinheiro, a empresa faliu e nos distanciamos. Um dia, porém, um velho senhor nos procurou e prometeu patrocinar o nosso sonho. Este homem, Kim Hajun, nada mais e nada menos era um dos maiores negociadores do nosso país e não faço ideia, até hoje, de como ele nos encontrou. Ele tinha uma empresa enorme que, basicamente, desmembrava empresas falidas e as vendia para outras empresas muito ricas. Kim Hajun, que ofereceu nos ajudar, disse que haveria certas condições e, sem pensarmos, aceitamos sem nem saber quais eram as tais condições, pois não se deixa uma oportunidade dessas passar, e desse dia em diante nossas vidas mudaram.

Passamos anos trabalhando com processos de licitação e fazendo alianças com várias empresas, tudo em nome desse senhor. Apesar de terem sido apenas três anos, cansativos por sinal, de muito trabalhado, por um lado foi bom, pois entendemos ainda mais o mercado de trabalho e como funcionava as negociações e os contatos das empresas. Quando, por fim, o senhor Kim decidiu que era o nosso momentos, este nos fez uma proposta. Ao invés de começarmos o nosso próprio negócio do zero, iríamos ter uma franquia da famosa empresa KH.

Aceitamos a proposta e logo começamos a trabalhar, num prédio um pouco mais distante da capital. No primeiro ano de abertura dessa franquia, conseguimos um lucro um pouco maior do que a sede da KH - isso porque escolhíamos muito bem os funcionários e já estávamos experientes na compra e venda de velhas e novas empresas. No segundo ano lucramos duas vezes mais e a partir daí o senhor Kim nos chamou para sermos sócios, mudando até o nome da empresa de KH para JKH.

Tudo estava indo muito bem. Com o dinheiro comprei a casa onde moramos, fiz uma poupança generosa para pagar as suas futuras faculdades, uma poupança para sua mãe e uma para um caso de emergência. Até que o tio de vocês faleceu, um pouco depois de Junghyun nascer. E desse dia em diante a JKH nunca mais foi a mesma e os lucros diminuíram em mais da metade, mas por ser uma empresa com nome, logo conseguiu se reerguer. O negócio passou a fluir, mas ainda não era a mesma coisa e muitos problemas internos começaram a surgir, todos para eu resolver, já que o senhor Kim Hajun ficava mais tempo viajando do que de fato na empresa. Os problemas da empresa começaram a refletir em casa e aí já viu, né? E logo, por um acaso, fui um dia ao médico e descobri que estava doente.

Imagino que devem estar se perguntando o porquê estou contando isso e vou lhes dizer. Estou escrevendo essa carta com todo o meu coração na esperança de que um dia um de vocês, ou os dois, possam ler e entender a minha mensagem. Todos esses documentos e as cartas espalhadas são instruções para que não se sintam perdidos. É importante que joguem nada fora e não confiem em ninguém a não ser nas pessoas citadas nas cartas.

Acho que devem se lembrar que eu passei um tempo longe de casa e nesse tempo não estava curtindo a vida adoidado, como a mãe de vocês costuma dizer, na verdade estava organizando tudo para o futuro garantido de vocês, pois sei que não tenho muito tempo, mas quero que saibam que vocês meus filhos, Junghyun e Jungkook, são as pessoas que mais confio nesse mundo para cumprir essa tarefa. Espero que um dia compreendam que tudo que fiz foi por amor.

Se tiverem alguma dúvida, deixei o contato de algumas pessoas que podem esclarecer suas possíveis dúvidas. Amo vocês.

Assinado,
Pai."

E aquele inquietude somente piorou ao ler a carta, pois a única coisa milhares de perguntas me vieram a mente e nenhuma delas era fácil de responder, talvez umas nem teriam respostas, entretanto, enquanto olhava para carta, pensava: "O que exatamente você quer de mim, Pai?".

XXXXXXXXXXXX

Finalmente saiu!
Obrigada pela compreensão e carinho de todos. Não tenho palavra pra agradecer a paciência de todos e sou muito grata!

My TeacherOnde histórias criam vida. Descubra agora