trois ❄︎ brown eyes

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VINNIE, Point of view

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VINNIE, Point of view.
Los Angeles, Califórnia.

Amélie tinha um sorriso de lado e olhava um vazio, imagino que lembrando de sua mãe

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Amélie tinha um sorriso de lado e olhava um vazio, imagino que lembrando de sua mãe. Ainda era confuso, quem esqueceria da própria mãe?

— Enfim, ja terminei — ela muda de assunto, se levantando da cama e me assustando um pouco.

— Oh, obrigado por tudo. E desculpa cair na sua varanda — digo, sorrindo e coçando minha nuca.

— Eu que devo desculpas, eu quase te bati com o taco do meu pai — ela
solta uma leve risada e porra, esse é um dos sorrisos mais bonitos que eu já vi.

Me levantei igualmente e enquanto andávamos pelo corredor, um grande quadro me chamou atenção.

Os traços eram delicados e as cores tinham harmonia entre si. Era uma mulher que tinha os mesmos olhos castanhos de Mel e um pequeno sorriso, mas seus olhos transmitiam dor e amor ao mesmo tempo.

Ela estava careca, com certeza tinha câncer e estava em tratamento. Usava roupas beges e marrons que destacavam seus olhos e sua barriga era um tanto grande, estranho pois o resto de todo seu corpo era muito magro.

— É minha mãe — a morena ao meu lado abre um enorme sorriso orgulhoso.

— O que ela tinha? — pergunto olhando todo detalhe daquele quadro, até parecia uma foto.

— Câncer no intestino, durou quase três anos — seu sorriso aos poucos se fecha.

— Quase?

— Ela faleceu antes disso... — ela diz calmamente como se já tivesse repetido um milhão de vezes.

— Eu sinto muito — lamento e ela me olha sorrindo de lado, como se não soubesse o que dizer.

A morena anda até a porta e eu a sigo, Amélie abre a porta, mas antes de eu sair ela começa a passar a mão pelo meu corpo, não de uma forma sexual, parecia procurar algo.

— O que está fazendo? — pergunto confuso.

— Verificando se não roubou nada — ela diz e eu rio, a fazendo sorrir. — Limpo.

É estranho eu não querer ir embora e continuar conversando com ela o resto da noite?

— Então, até mais, Amélie — digo.

— Até, Vinnie — ela fecha lentamente a porta sorrindo e quando sou apenas eu e a porta de madeira, suspirei com um sorriso bobo.

157 era o número que estava na porta e acredite, Mel, eu voltarei mais vezes.

Dei meia volta nos meus pés e apertei o botão do elevador que segundos depois apareceu, nele um homem da minha altura, terno e uma maleta. O cabelo tinha exatamente o mesmo tom que da garota e seus traços me lembravam da garota de mais cedo. Ele com certeza era o pai de Amélie.

— Quem é você? — ele pergunta firme e olha para trás de mim, a porta 157.

— Vinnie — pisco duas vezes seguidas, tentando entrar no elevador, mas impossível com ele na minha frente.

— O que estava fazendo na minha casa? — Engulo em seco.

— Eu não estava na sua casa. Eu vim ver minha tia, ela mora no 156 — minto.

— Eu conheço seu tipo, se estiver mentindo...

— Não estou. isso é uma ameaça? — pergunto.

— Entenda como quiser — ele passa por mim batendo seu ombro no meu e abrindo a porta com sua chave.

Ele fecha a porta e eu mantenho a do elevador aberta, prestando atenção nos movimentos da casa que era nítida. Passos, apenas.

Quem era aquele garoto, Amélie? — ouço a voz grossa do homem e som de sapatos batendo no chão, incontrolavelmente.

Que garoto, pai?

Vinnie — ele diz e a morena demora segundos para responder.

Esse é o nome do zelador velhinho? Ele bateu perguntando quem estava
colocando vidro nas sacolas, disse que machucava os funcionários... — isso, garota!

-— O que esteve fazendo enquanto estive trabalhando, Amélie?

Fazendo rascunhos, testando cores e terminando meu quadro.

Sorrio pela esperteza da garota, finalmente deixando a porta do elevador fechar. Ela sabia mentir, afinal.

Desço todos os andares, indo para o bloco ao lado, no apartamento 51.

— Hey, mãe — digo.

— Hey, fil... — ela para e dizer assim que vê o curativo no meu braço. — Vinnie? O que houve? — ela se aproxima, preocupada.

— Eu cai.

— Vincent Cole Hacker, e você estiver andando pelo telhado de novo...

— Eu não estou, mãe — minto pela terceira vez no dia. — Eu cai e me ajudaram, eu estou bem.

Minha mãe assentiu hesitante e voltou à cozinha. Eu só queria deitar na minha cama e nunca sair dela.

𝗽𝗮𝗿𝗸𝗼𝘂𝗿.Onde histórias criam vida. Descubra agora