soixante-dix-sept ❄︎ soft & crispy

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AMÉLIE, Point of view.
Los Angeles, Califórnia.

Tudo isso estava sendo um sonho a qual eu sinceramente, não quero acordar

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Tudo isso estava sendo um sonho a qual eu sinceramente, não quero acordar. Ver Vinnie conversar com a minha família e rir mesmo não entendo nada faz meu coração se aquecer inteirinho.

— Vocês são um amor juntos — Maya diz, olhando Vinnie conversar com um tio canadense meu e tentando a todo custo aprender como se diz "Eu namoro a Amélie desde Setembro" em francês para meu tio francês. Estava sendo extremamente engraçado.

— Sim, eu sei — sorrio sozinha.

— Como se conheceram? — ela pergunta curiosa.

— Se eu te contasse você não iria acreditar — rio, lembrando do dia que parecia ter sido ontem. — Ele faz parkour e literalmente caiu na minha varanda.

Maya riu, parecendo não acreditar muito, mas deu de ombros.

Mas me conta, vocês já transaram? — Maya pergunta baixinho e eu a olho, chocada. Ela sempre foi bem direta.

Bem, já. Muito — rio envergonhada. — Perdi minha virgindade com ele no baile de outono, em Outubro. E desde aí...

Sua safada! - ela grita e eu rapidamente tampo sua boca. — Ele é bom na cama?

Você está muito curiosa, Maya! — rio. — É.

Sabia! Eu reconheço de longe um cara bom — ela diz e eu rio.

— Gente, vamos no mercado comprar a ceia de Natal! — tia Sarah aparece e avisa. Sim, minha família era do tipo que comprava tudo no último dia.

— Vamos! — concordamos e eu corro para ir ao lado de V que sorria a momento.

— Eles estão um pouco atrasados, não? — ele ri e eu concordo.

Pegamos nossos casacos e saímos de casa, sentindo a brisa fria do inverno. A temperatura devia ser 1°C e eu estava simplesmente congelando, já que já me acostumei com o calor de LA.

— Como aqui é frio — Vinnie range seus dentes de frio e eu o abraço.

— Tá sentindo meu amor te aquecer? — pergunto, rindo.

— Não — ele ri e eu bato em seu braço.

Entramos em um dos carros de nosso tio e colocamos o cinto, ouvindo uma música francesa qualquer a qual eu não conhecia inteira, mas cantarolava do mesmo jeito.

— Eu amo quando você fala francês — ouço Vinnie dizer baixo no meu ouvido e sorrio, olhando ele.

Dou um rápido beijo em seus lábios e juntos começamos a ver a vizinhança. As casas eram parecidas uma com a outra, montando um certo padrão entre elas. Por mais que fosse três horas da tarde, o sol estava escondido entre as nuvens acinzentadas e o vento frio deixava tudo mais frio. Senti saudades desse clima, LA conseguia ser muito quente às vezes.

Meu tio Jacques – o francês – estacionou o carro em frente à um supermercado e rapidamente todos descemos do carro.

— Vou comprar muitos doces — ouço Maya dizer ansiosa. Ela amava ir
em mercados e gastar todo seu pouco dinheiro.

— Mas não vai mesmo — tia Sarah, sua mãe, diz atrás da mesma.

— Sou de maior, faço o que eu quiser — ela abre um sorriso convencido. Às vezes eu invejava seus dezenove anos.

Entramos todos no mercado e eu via os olhos de Hacker analisar tudo a nossa volta. Desde as placas com os preços, até o piso do chão.

— As coisas são muito caras! — ele exclama, olhando o preço de alguns tomates.

— Seja bem vindo à Europa — digo. — Quer comprar algo?

— Hum, eu queria experimentar um daqueles pães compridos...

— Ah, sim, baguettes — digo, puxando sua mão até a parte onde ficava diversos tipos de pães.

Peguei um e analisei. Esse não. Fiz a mesma coisa em outro. Também não. E em outro. Não.

— O que está fazendo? — ele pergunta e eu sorrio.

— Analisando o melhor pão para você — digo e pego um que estava perfeito. — Consegue sentir? Macio e crocante. Coloco o pão em sua mão e a aperto levemente, sentindo o som crocante e ele logo sorriu, levantando as sobrancelhas. — Quer algo a mais? Peito de peru? — pergunto, analisando as diversas coisas para serem colocas no meio.

— Isso!

Pego um pacote, presunto, queijo, salada, tomates e quando vi já havia me empolgado nas compras.

— Eu pago o resto, V, não se preocupe — disse ao vê-lo somar as coisas na calculadora de seu celular.

— Não precisa, Mel. Eu tenho algum dinheiro comigo.

— Eu insisto — passo minha mão pela sua nuca e dou um beijo rápido em seus lábios. — Você vai comer a melhor baguete da sua vida!

𝗽𝗮𝗿𝗸𝗼𝘂𝗿.Onde histórias criam vida. Descubra agora