EXTRA: Com Ele, Eu Aprendi A Viver.

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Olá!!!
Aqui está o tão prometido extra.
Não preciso dizer nada.
O Jimin vai falar tudo, então saibam interpretar.
💕

&________&

Eu nunca quis ser pessimista, tampouco niilista. Na verdade, eu até sonhava em ser otimista e tentava. Tentei. Acho que parei por volta dos treze anos.

ㅡ Isso está sujo.

ㅡ Mas eu já limpei, mãe.

ㅡ Eu não te perguntei. ㅡ Me encarou e cruzou os braços. ㅡ Disse que está sujo, então está. O que você fez o dia todo para não ter tempo de limpar um armário direito?

ㅡ Mas eu limpei...

ㅡ Com tanto empenho quanto todo o resto. ㅡ Bufou. Meus olhos não desviavam dos dela. ㅡ E a parte de cima?

ㅡ Eu não alcanço, mãe.

ㅡ Há várias cadeiras nesta casa. Você pode subir em qualquer uma delas e limpar o armário de um jeito decente.

Não respondi. Estava com fome e Hoseok só viria à noite para fazer o jantar. Os sanduíches que eu fazia pela manhã e tarde já não bastavam para manter meu corpo de sete anos ativo.

ㅡ Por que está com essa cara? Por que não responde?

ㅡ Eu não sei o que responder, mãe. Vou pegar uma cadeira da próxima vez e limpar melhor a parte de baixo.

ㅡ Assim espero. E o banheiro?

ㅡ Ainda não limpei.

ㅡ Pelo amor de Deus, Jimin, o que você faz? Fica dormindo pela casa?

ㅡ Fiz os deveres da escola.

ㅡ Você tem a noite para isso. As aulas não começam tão cedo pra você ter que estar na cama às 20:00. Aprenda a ser responsável.

ㅡ Tá bom, mãe.

ㅡ Só isso? Não tem nada mais a dizer?

Seu cabelo estava comprido e tive vontade de dizer a ela que estava linda, porém ela nunca aceitava meus elogios. Os classificava como tentativa falha de desconversar. Seus lábios eram iguais aos meus, eu havia reparado semanas antes. Eu não sabia se me parecia com meu pai, suspeitava que as dissonâncias entre eu e ela fossem as semelhanças entre mim e ele. Ela tinha 1,66, cabelo escuro e liso, olhos pequenos e castanhos, nariz fininho e lábios grossos, mãos longas e magras. Seu corpo todo era magro, como Hoseok ㅡ ela constantemente apontava meu peso como prova de que eu era preguiçoso e inútil.

Ela se parecia um pouco comigo, mas eu sabia que ela não gostava disso. Eu passava bastante tempo a olhando de longe, observando seus atos. Desenhava seu corpo. Era como um vício. Sabia que ela não me amava, entretanto era justamente seu desamor que me fazia tão fixado nela. Eu não a entendia, não sabia se a amava também, porém achava que sim. Não tinha nada contra ela. Tinha entendido que aquela era nossa realidade: ela era responsável por mim porque eu nasci, e eu não podia ir embora porque não tinha idade, então tínhamos que conviver. Fazíamos isso. Eu a desenhava quando sozinho e tentava desvendar seus segredos no papel.

O que aquela expressão significava? O que aquela posição dizia? O que exatamente ela desejava?

Tinha certeza que amá-la me faria ainda mais fixado. Eu amava Hoseok. Sim, eu tinha certeza disso. Eu amava Hoseok acima de tudo e o desenhava constantemente. Aprendi com ele a cozinhar, aprendi com ele a amarrar os cadarços, aprendi com ele o que era família. Eu amava Hoseok. Amava meu hyung. Desde meus seis anos, eu sabia que morreria por ele.

Como (Não) Viver Com Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora