Um de nós...

Canção de mim mesmo

RONALD WEASLEY POV

Sábado,6 de janeiro,16:15

O jogo de hoje está complicado, nosso rebatedor cometeu falta nos dois últimos lançamentos.

Hoje é um jogo de exibição, em que disputo com um time não tão bom, eu já deveria ter
ganhado. Mas o problema é que estou distraído, foi uma semana complicada.

Meu pai está na arquibancada e não parece estar lidando bem com esse jogo. Ele me olha com
um olhar ameaçador, isso não ajuda muito.

Coloco a bola na luva e olho para Seamus. Ele também está no time de futebol, mas hoje
recebeu permissão de faltar o jogo de futebol para estar no de beisebol.
Seamus sinaliza uma bola rápida, mas todas as vezes em que fiz deram errado. Quando ele
entende meu ponto, ele se ajeita. Só de olhar nos olhos dele consigo entender o que passa
pela sua cabeça. Acabou pra você.

Me preparo pra arremessar, a lanço com força, ela vai direto pra base do rebatedor, que dá
uma tacada triunfante. Mas então, a bola sai da zona de strike e entra na luva de Seamus.
O
estádio comemora e o rebatedor fica confuso, sem entender como aquilo aconteceu.

Ajeito o boné não querendo parecer tão satisfeito. Venho treinando nesse slider o ano inteiro.

Elimino o próximo rebatedor muito rápido. A última chega a 150 quilômetros por hora, meu
arremesso mais rápido. Nada mal para um canhoto.
Essa jogada não foi tão boa, minha bola
curva simplesmente não curvou, mas tirando isso foi um jogo razoável.

Estou em um estádio, para ver o jogo de exibição, porque meu pai insistiu, mesmo eu tendo
que ir ao funeral de Nott daqui a pouco.
Enquanto estou saindo do vestiário e indo em direção
ao meu pai, alguém me chama.

- Ronald Weasley?

O homem que se aproxima, parece ser bem-sucedido. Qualquer pessoa que o vê, vai pensar
assim. Roupas elegantes, corte de cabelo moderno e sorriso brilhante e confiante quando sofri
para mim.

- Josh Langley. Falei com seu técnico algumas vezes.

- Ah! Prazer em conhecê-lo – cumprimento o rapaz .

Meu pai vem de longe com um sorriso nos olhos quase babando e cumprimenta o Josh
Langley.

- Que slider incrivelmente perfeito que você mandou ali – elogia Josh – o rebatedor ficou
incrédulo.

- Obrigado, senhor.

- Boa velocidade na bola rápida. Você realmente melhorou desde a primeira, não foi?

- Eu tenho malhado muito – respondo – Ganhando força.

- Foi uma evolução e tanto em tão pouco tempo. – comenta Josh com uma incerteza na voz –
Bem... Continue assim, você pode brilhar.

Josh se despede e eu e meu pai em direção ao carro.

O pai não para de tagarelar na volta pra casa sobre como eu estava ruim naquele jogo e ele estava bravo, mas também sobre como ele estava feliz por Josh Langley fala comigo. No final
das contas, ele ficou feliz.

- A família de Theodore vai estar lá? – pergunta meu pai, quando chegamos ao local. – Ofereça condolências se os pais tiverem.

- Não sei – respondo – pode ser só o colégio fazendo homenagem.

- Tirem os bonés – pede o pai - Vamos lá Ron, pode não ser em um lugar fechado, mas ainda é um velório. Tire esse boné e deixe no carro.

Eu obedeço e saio, mas quando passo a mão pelo cabelo, minha vontade era de estar com ele.