Problems

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DRACO MALFOY POV

Segunda-feira,08 de Janeiro, 7:30

Eu me arrumo para ir ao colégio na segunda-feira do mesmo jeito de sempre. De pé às seis, para poder correr por meia hora. Mingau de aveia com frutas e suco de laranja às seis e meia, um banho de quinze minutos. Seco o cabelo, escolho as roupas. Dou uma olhada no jornal por alguns minutos. Verifico meus e-mails, dou uma olhada na mochila que arrumei na noite anterior e garanto que o celular esteja plenamente carregado.

A única coisa diferente é a reunião das sete e meia com minha advogada.

O nome dela é Karen Barton, e de acordo com meu pai, é uma advogada criminalista brilhante e muito bem sucedida. Mas não é do tipo famosa. Não é daqueles profissionais automaticamente associada a ricos culpados tentando pagar para se livrar de alguma encrenca. Ela é pontual e me dá um sorriso afetuoso quando Mione a conduz até a cozinha.

Eu não conseguiria dizer a idade da minha advogada ao olhar para ela, mas a biografia que meu pai me mostrou ontem à noite diz que Karen Barton tem 38 anos. Ela usa um terninho creme que se destaca na pele negra, joias discretas e sapatos que parecem caros, mas não no nível dos de minha mãe.

A advogada se senta à ilha da cozinha, diante de meus pais e de mim.

- Draco, é um prazer. Vamos conversar sobre o que você deve esperar hoje e como deve lidar com o colégio.

Claro. Porque esta é a minha vida agora. O colégio é uma das coisas com a qual tenho de lidar. Ela se acomoda e pousa as mãos sobre a mesa a sua frente.

- Não acho que a polícia realmente ache que vocês quatro planejaram isso juntos, mas acredito que eles esperam assustar e pressionar um de vocês a dar informações úteis. O que indica que a evidência que a polícia tem é frágil, na melhor das hipóteses. Se nenhum de vocês apontar culpados e as histórias se alinharem, eles não têm para onde levar esta investigação, e acredito que, no fim das contas, o caso será arquivado como morte acidental.

Qualquer que fosse a coisa que vinha me deixando angústiado durante toda a manhã pareceu diminuir diante daquilo.

- Mesmo que Nott estivesse prestes a postar aquelas coisas horríveis sobre nós? E que haja todo aquele lance dos posts rolando?

Karen deu de ombros de maneira elegante.

- No fim das contas, aquilo não é nada além de fofocas e trolagem. Sei que vocês jovens, levam isso a sério, mas no mundo legal as postagens não significam nada, a não ser que provas concretas surjam para corroborá-las. A melhor coisa que você pode fazer é não falar sobre o caso. Certamente não com a polícia, mas também não com a administração do colégio.

- E se perguntarem?

- Diga que sua advogada proibiu que respondesse sem ela estar presente.

Eu me imaginei tendo essa conversa com Dumbledore. Não sei o que o colégio ouviu falar do caso, mas exercer meu direito constitucional de ficar calado seria suspeito.

- Você é amigo dos outros jovens que estavam na detenção aquele dia? - pergunta Karen.

- Não exatamente. Eu e Cooper temos algumas aulas juntos e já nos falamos
vez ou outra , mas...

- Draco. - Minha mãe interrompe com frieza na voz. - Você é tão amigo de Potter que ele apareceu aqui ontem à noite. Pela terceira vez.

Karen se endireita na cadeira, e estreita os olhos e eu me pego corando. Esse foi um grande tópico de discussão na noite passada após meu pai ter feito Harry ir embora. Papai achou que ele se aproximou do nosso endereço de uma forma meio sinistra, então eu tive que dar algumas explicações.

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