Waiting For You

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Harry Potter Pov

Segunda-feira, 22 de janeiro, 16:30

Minha mãe está no segundo andar, tentando conversar com meu pai bêbado e acabado. Boa sorte pra ela, duvido que tenha sucesso. Estou no sofá com meu telefone descartável na mão imaginando que mensagem mandar para Draco a fim de evitar que ele me deteste. Acho que foi mal por ter mentido que minha mãe estava morta não vai colar.

Não é que eu quisesse que ela estivesse morta. Mas por um tempo cheguei realmente a pensar que ela estava morta. E foi mais fácil do que dizer ou pensar na verdade. Ela me abandonou, pois não gostava de mim e era uma completa viciada. Quando as pessoas começaram a perguntar onde ela estava, eu inventei uma história. Quando me dei conta de que a resposta era terrivelmente assustadora, era tarde demais pra retirar o que tinha dito.

Na verdade, ninguém se importou muito. Só perguntaram e fingiram que nada aconteceu. A maioria das pessoas não presta atenção ao que faço ou ao que digo, contanto que eu mantenha o fluxo das drogas. A não ser Alice, e agora Draco.

Pensei em contar à ele algumas vezes enquanto conversávamos, mas jamais soube como começar o assunto. Ainda não consigo.

Então guardo o celular.

Os degraus rangem quando minha mãe desce.

- Seu pai claramente não está em condições alguma de conversar neste momento

- Que surpresa. – murmuro

Ela parece mais velha e mais jovem ao mesmo tempo. O cabelo está mais curto, mas o rosto não está tão maltratado e cansado. Está mais gordinha, o que deve ser bom, provavelmente largou o vício. Ela vai até a gaiola de Edwiges.

- Bom ver que ela ainda está aqui.

- Nada mudou desde a última vez que esteve aqui, mesma coruja companheira, mesmo pai bêbado, mesma casa caindo aos pedaços. A não ser que agora estou sendo investigado por assassinato. Talvez você tenha ouvido falar sobre isso.

- Harry – ela se senta na poltrona – Eu... nem sei por onde começar. Estou sóbria há três meses e quis entrar em contato com você a cada segundo. Mas estava com medo que você me rejeitasse e de eu não estar forte o suficiente. Aí eu vi você no noticiário. Cheguei a vir aqui nos últimos dias, mas você nunca está.

Eu gesticulo para a casa inteira.

- Você ficaria aqui?

Ela faz um expressão de pesar.

- Sinto muito. Eu esperava... que seu pai fosse tomar uma atitude depois que fui.

Você esperava. Ótimo plano pra criar um filho.

- Pelo menos ele está aqui.

É um golpe baixo, uma vez que o sujeito nem se mexe e nunca me deu um pingo de atenção.

- Eu sei, não tenho direito de criticar. Não espero que você me perdoe ou que acredite que vai ter algo melhor da minha parte do que está acostumado. Mas finalmente estou sendo medicada. É o único motivo de eu ter conseguido terminar a reabilitação.

- Deve ser legal ter uma equipe.

- É mais que mereço, eu sei.

O tom humilde dela me irrita. Mas tenho certeza que qualquer coisa que ela faça vá me irritar. Fico de pé.

- Tudo aqui tá incrível, mas eu preciso estar em outro lugar. Você sabe o caminho da rua, não é? A não ser que queria ficar com meu amado pai. As vezes ele acorda por volta das 22h

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