[1 ano depois]
«Alex»
As pessoas dizem que você só é feliz se você encontra a felicidade em alguém, e eu não julgo pois fiz o mesmo desde que ele morreu, e isso já faz um ano. Eu tenho me afundado cada vez mais para o fundo do poço. Em apenas dois meses fui internada três vezes, fui expulsa da faculdade, perdi meu emprego, perdi a nossa casa, agora moro em um apartamento minúsculo que mal cabe as minhas coisas, causei um acidente porque estava bêbada, estou atolada de dívidas porque o carro que bati era alugado, me envolvi com drogas e... adotei um cachorro.
Sim, o Potis.
Ele era de um cara da faculdade que saí, nós fomos em uma festa e ele me drogou. No dia seguinte acordei na calçada da rua em que moro, com um cachorro lambendo minha cara.
O filha da puta deixou o cachorro comigo.
Pensa que eu não fui atrás dele? Até tentei, mas o babaca se mudou da noite pro dia.
Não posso negar que a companhia de Potis foi a melhor coisa que me aconteceu. Ele me trouxe alegria, me deu amor quando mais precisei. Só que eu não faço muito por ele, apenas me destruo cada vez mais.
Posso morrer a qualquer dia com as merdas que ando fazendo, e quem ia cuidar do Potis?
Mas continuo fazendo a mesma coisa.Me preocupo e não faço nada para mudar.
[3 dias depois]
Eu tenho certeza que o dono desse bar me ama, estou aqui quase todo dia e deixo metade do meu dinheiro com eles.
Hoje acabei vindo até aqui porque precisava saber quem era a garota que saí ontem.
Sim, bebi até esquecer meu nome.
O pior é que além de esquecer meu nome, ainda esqueci com quem me envolvi. Só me lembro dela ter cabelos com mechas loiras até um pouco abaixo dos ombros, seus olhos eram verdes e ela tinha um cheiro magnífico.
Mas, todas essas perfeições externas cobriam suas imperfeições internas.
A filha da mãe roubou minha carteira.
Se aproveitou que eu estava quase caindo de bêbada e me chamou para dançar. Eu nem um pouco boba aceitei, quando uma mulher tão bonita quanto ela tinha me chamado para dançar? Nunca.
Não sei como consegui ficar meia hora em pé, ainda por cima me movimentando ao som de Adventure Of A Lifetime.
Bom, mas tirando a parte que perdi meus documentos, dinheiro, e alguns cartões, o tempo com ela foi incrível. Ela não se cansava de dançar e me fazia sorrir, o que eu não conseguia fazer a bastante tempo.Não vim aqui para exigir uma explicação, só queria minha carteira de volta, somente.
[1 hora depois]
Não preciso nem dizer que apenas enchi a cara e não tive resultado da minha busca, certo?
Eu nunca vou recuperar meus documentos.
-- Precisa de carona? - Escuto uma voz masculina desconhecida e logo me viro, atordoada.
-- Não, estou muito bem. - Agradeço, fazendo um movimento com a cabeça.
-- Vamos. - Balanço a cabeça, negando.
-- Qualquer hora vai cair de tão bêbada, me deixe te ajudar. - Eu nem tinha carona para casa mesmo, então aceitei.
O homem desconhecido de olhos castanhos segura em minha cintura, não me deixando cair e me levando até seu Porsche Cayenne, brilhoso, como se tivesse acabado de sair da concessionária.
Ele me ajuda a sentar no banco do passageiro, e me sinto mais tonta do que a cinco minutos atrás. Como pude parecer que virei duas garrafas inteiras em questão de segundos?
-- Rick, estou com sono. - Esbravejo, fazendo drama.
-- Rick? - O homem alto pergunta, claramente confuso. -- Meu nome é Simon.
Percebo que ele fica um pouco irritado, e então sigo o caminho todo quieta.
Ele faz o trajeto até minha casa, mas estranho o fato de eu não ter dito nada sobre onde moro. Nem vire essa rua, nem esse é o número do meu apartamento.
-- Entregue. - Ele sorri. -- Precisa de ajuda para subir?
-- Não, obrigada Simon. - Dessa vez, acerto seu nome.
Quando vou abrir a porta para sair, escuto o barulho da tranca do carro. Me viro para encarar Simon e pedir mentalmente que ele destrave. Ele não diz nada, apenas me fita com uma feição séria. Seu olhar vai descendo por todo meu corpo, então para no decote que realça meus seios.
Meu coração começa a bater mais rápido que o normal e começo a me desesperar.
-- Você precisa destrancar a porta. - Tento distraí-lo.
Ele me olha como um predador prestes a atacar sua presa, e é exatamente isso que ele faz.
Simon agarra meu braço, me impossibilitando de empurra-lo ou algo do tipo.
-- Me solta! - Grito, com medo do que ele irá fazer.
O homem que até pouco era desconhecido, coloca seu corpo em cima do meu e começa a me tocar.
Estou bastante fraca, e duvido muito que seja apenas pela bebida. Esse cara sabia meu endereço, meu nome e Deus sabe o que mais, ou o que seria capaz de fazer.
-- Me deixa sair. - Minhas palavras saem como um sussurro.
-- Quando terminarmos, você pode ir.
Sinto ele abrir metade do zíper do meu vestido, e então ajo desesperadamente. Consigo soltar um braço e o empurro. Rapidamente, destravo a porta e coloco meus pés para fora, buscando forças para me levantar e sair correndo dali. No mesmo momento que me coloco de pé, sinto uma tontura tomar conta do meu corpo e quase acabo caindo, mas me apoio na lateral do carro.
Simon então me puxa novamente para dentro do carro, me segurando, e dessa vez não tenho nenhuma chance de conseguir escapar. Minha visão começa a ficar turva e deito a cabeça para trás, já me entregando. Até que escuto um barulho semelhante a um corpo se chocando ao chão, tento levantar um pouco para ver o que estava acontecendo e só consigo enxergar um homem desferindo socos fortes no rosto de Simon. Não consigo presenciar muita coisa, pois acabo apagando completamente.
|Notas do Autor|
Capítulo não revisado! Me desculpe algum erro.
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Jardim de Cicatrizes
RomanceAlex, uma garota doce e inocente, perdeu o amor de sua vida em um incêndio, mais tarde revelado ser criminoso. Após achar que sua vida não teria mais sentido sem ele, decide se autodestruir. Quando está a um passo do fim, uma pista cai em suas mãos...