CAPITULO 16

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Passaram-se algumas semanas da nossa briga como namorados oficialmente, mas elas não pararam por aí, todos os dias estávamos brigando, sem excessões.

Eu não suportava mais tantas discussões. Estávamos de boa aí do nada aparecia algum motivo idiota e quando eu parava pra perceber já estávamos brigando, nossa relação sempre foi assim, o sexo maravilhoso, o papo também (na maioria das vezes) e as brigas SEMPRE avassaladoras, mas por algum motivo eu achava que se estivéssemos em um relacionamento as coisas ficariam mais leves, agora que eu passei a perceber que estava enganada isso estava acabando comigo, com nós dois.

Hoje de manhã tivemos mais uma briga, thomas me ligava sempre que bebia e por algum motivo pedro achava que as ligações do mesmo tinham algum motivo, como se eu estivesse dando algum tipo de liberdade para ele fazer isso.

Estávamos na sua casa e o clima estava péssimo depois dessa discussão então por volta das 19h da segunda feira eu decidi ir pra casa

— onde você vai? — ele diz ao ver que estou juntando algumas coisas pra ir embora

— minha casa — respondo, seca.

— se você fugir em toda briga que tivermos esse relacionamento vai estar com os dias contados — ele diz

— eu fujo em todas as brigas???? Eu sempre tento manter a calma, e você sabe o quanto isso é difícil pra mim, sempre tento manter a calma pra podermos ficar numa boa nessa relação... E pra ser sincera com você, acho que isso aqui ta com os dias contados faz tempo.

— e a melhor opção pra você é fugir??? enquanto nossa relação vai pra o fundo do poço? — ele diz

— não, não to fugindo. Tô procurando minha paz — digo enquanto desço as escadas da casa do mesmo e ele vem atrás

— se eu não te trago paz melhor a gente acabar por aqui mesmo. — ele diz e eu viro pra frente do mesmo, já na porta da casa dele — se tu sair, gabi, pode me esquecer, "se custa a tua paz é caro demais", né? — ele cita uma frase clichê de qualquer perfil de citação do instagram

— não faz isso

— tô te devolvendo tua paz — ele diz e vira de costas pra mim, voltando pra dentro de casa.

Faço o mesmo e enquanto saio do seu condomínio pra pedir um uber vejo uma aglomeração de pessoas na porta de uma casa de show, não sabia o que tava rolando, mas também não estava interessada.

Enquanto vou andando pela calçada na tentativa de encontrar um ponto de referência pra pedir um uber já que não aguentava ficar no condomínio de pedro, pois isso me trazia tantas lembranças tão recentes que minha maior vontade era voltar naquela casa e tocar a campainha do meu ex loirinho pra dar um beijo no mesmo, vejo dois caras se aproximando, aparentemente bebados

— que loirinha gostosa da porra — um deles diz

— sai daqui, filho da puta — falo enquanto continuo a andar na tentativa de ignora-los

— e ainda mal educada, tá vendo, eduardo? — um moreno alto diz pra o magrelo que estava ao seu lado  — olha aqui vagabunda — ele diz enquanto pega no meu braço me puxando pra perto do mesmo — cansei de ser educado contigo, você vai me passar essa bolsinha de patrícia ai — ele diz enquanto puxa a bolsa do meu ombro — e vai ali no cantinho comigo

— com a gente, Lucas, esse era nosso combinado — o magrelo que estava atrás de mim diz, se aproxima de mim e me dá uma encoxada por trás

Eles estavam aparentemente drogados, e tão bebados que eu conseguia sentir o cheiro do whisky.

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