CAPITULO 53

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— vai, gabi, me conta.. — ele diz ainda dentro do meu abraço e ao perceber que eu não conseguia controlar o choro aperta ainda mais seu corpo contra o meu — eu sinto muito

Ao perceber que eu estava mais calma ele nos soltou e colocou meu cabelo por trás da orelha, nisso ele pegou uma garrafa de água de uma tiazinha que vendia na porta da balada e me entregou.

— eu preciso saber o que esse filha da puta fez com você, Gabriela — pedro diz — desculpa se eu to sendo insensível, mas eu não vou me aguentar se souber que ele encostou a mão em você na intenção de te machucar

— então melhor não te contar.. — digo e ele já entende tudo, em um surto de raiva ele dá um soco no poste que estava ao nosso lado

Sentamos em um banco próximo e sua mão jorrava muito sangue, esse vai precisar de pontos.

Mandei uma mensagem pra liz avisando e fomos para o hospital, eu fui dirigindo seu carro e ele tentando me enganar que estava tudo bem com sua mão

Ao chegar lá logo duas enfermeiras se assustam e me levam pra uma salinha reservada.

— a senhora não precisa passar por isso, não está sozinha — uma delas diz

— que? — falo confusa

— é mais comum do que parece, diversas vezes aparecem esposas tentando acobertar o marido agressor, pode parecer apenas uma briga, mas ele tem muito mais força que você e se é capaz de te bater é capaz de fazer coisas muito piores também... — uma diz e a outra coloca a mão no meu ombro pra me "confortar"

— mas ele não é meu marido

— pode ser namorado também, esse não é o caso — ela diz

— nem namorado, ele não me bateu — falo e seguro o riso

— não precisa nos enganar, estamos vendo a marca no seu rosto — ela diz e ao abrir a câmera do celular vejo que meu rosto da com a marca de uma mão e extremamente vermelho, fora meus cotovelos ralados do empurrão..

— tudo bem, eu apanhei — falo — mas não foi dele, ele me defendeu do meu ex namorado

Digo e elas suspiram como um alívio

Depois de rimos um pouco juntas eu volto para onde pedro estava.

Ele estava deitado com a cabeça pra um lado e uma enfermeira dando os pontos no outro.

— a anestesia passou, to sentindo tudo — ele diz baixinho

— pra aprender a não dar soquinho no poste — falo e ele revira os olhos — aperta — estendo minha mão pra ele apertar e fico passando a mão no seu cabelo para tentar acalma-lo enquanto ele apertava os olhos e rangia os dentes de dor.

PK

A anestesia ja tinha passado, mas pela minha masculinidade frágil (confesso) não disse nada a enfermeira.

Fecho os olhos pra tentar me distrair da dor, mas pouco tempo depois percebo que foi uma técnica nada eficaz.

Ao abrir os olhos vejo a Gabriela me olhando e ela ao perceber que meus olhos já estavam abertos deu um sorriu com os olhos e movimentou os lábios sem emitir som algum, ela estava me pedindo desculpas.

— prontinho! — Diz a enfermeira — Vou te liberar em alguns minutos, só deixa eu fazer umas anotações de algumas recomendações do que você deve não fazer e agendar o dia da sua volta — ela diz e sai da sala pra providenciar tudo o que disse.

— desculpa pelo que? — pergunto a Gabi sobre sua fala anterior

— eu causei tudo isso e saí intacta, praticamente, já você que não tem responsabilidade alguma, tá assim.. — ela diz

— para de ser besta! Você sabe que eu nunca deixaria você passar por aquilo sozinha se soubesse, seu ex que é louco, a culpa não é sua, talvez um pouco do seu dedo podre — digo e ela sorri

— você também é meu ex, sabia? — ela refuta minha provocação

— dedo podre, também sou todo errado, loira — falo

— não — ela diz e abaixa a cabeça

Ao perceber o silêncio constrangedor que ficou ela volta a falar

— você não é todo errado, tu erra como qualquer um, mas eu te fiz ser todo errado. — ela diz aparentemente chateada

— você não fez nada — digo sem entender

— você é um cara incrível, um dos mais que eu já conheci, acredite se quiser — ela diz ao ver minha cara de surpreso e dá um sorriso de canto acompanhado de uma risada nasal — quando a estamos juntos parecemos pessoas completamente diferentes de quem somos, te tornando um babaca as vezes e me tornando uma surtada, louca e descontrolada

— é, pode ser. — falo cortando o assunto

— discorda?— ela pela primeira vez durante esse assunto olha nos meus olhos para me questionar.

— não é isso, só nunca parei pra pensar

eu sempre pensei — ela diz

— então somos lindos amigos com uma amizade perfeita e nada estranha — digo ironicamente e levanto a mão pra ela dar um soquinho.

Após isso o silêncio constrangedor ecoa na sala novamente.

Ele é interrompido quando a enfermeira entra novamente.

Ela nos libera e paramos em uma padaria pra pelo menos forrar o estômago, ja estava amanhecendo o dia.

Por incrível que pareça, depois daquela conversa >bem< constrangedora, nós ficamos conversando como bons amigos durante todo o café da manhã e na volta pra casa.

Ela me deixou em casa e foi embora pra sua.

Ao entrar no quarto tirei a roupa e fui tomar um banho gelado, pra associar tudo que aconteceu e tirar toda a energia pesada.

Saio do banheiro e vejo uma mensagem da Gabriela avisando que chegou, mando uma foto fazendo um beleza com a mão enfaixada.

Após isso eu pego no sono.

GABI

RED EYES        Onde histórias criam vida. Descubra agora