CAPITULO 48

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Entramos no carro e fui levar nossos dois amigos em casa já que era caminho, pk falou que eu podia ficar que ele pedia um uber dali, mas não vou deixar ele sozinho nesse momento de maneira alguma..

Fomos em direção ao hospital em puro silêncio, mas não aquele constrangedor, um silêncio para que cada um ficasse no seu espaço, apenas.

— obrigado — ele diz com a cabeça encostada na janela do carro sem me olhar nos olhos

— pelo que? — pergunto o olhando

— acho que se eu não tivesse escutado a sua voz ali eu teria feito algo muito pior com aquele pivete, apesar que eu sei que ele só está cumprindo ordens de alguém. Então, obrigado! — ele diz

— o que minha voz tem de diferente das outras? — falo confusa

Que?

— é porque é a sua — ele diz e dá de ombros com um sorrisinho de canto, mas ainda sem me olhar nos olhos.

Aquela frase me trouxe um trilhão de duvidas mas preferi deixar quieto, acho que não era o momento de fazer essas perguntas, apesar de ficar com o coração quentinho ao ver seu sorriso.

Mas o que minha voz tem de diferente das demais?

Estacionei no hospital e pedro ja saiu do carro feito um louco em direção a recepção e eu atrás.

— ela me disse que ele ta fazendo alguns exames, caralho, gabriela — ele diz quando me aproximo dele — a culpa é minha, eu que chamei ele pra essa porra — ele fala e começa a entrar em desespero novamente

— você bateu nele? — pergunto e ele me olha confuso e em seguida nega — você chamou esse cara pra bater nele? — ele nega novamente — então você não tem culpa de nada nessa história, meu amor — falo e ao perceber que chamei ele de amor o clima fica meio estranho então tento disfarçar — senta o cu ai que eu vou trazer alguma coisa pra você comer

— não to com fome — ele diz ainda em pé

— mas tá cheio de cachaça e quanto mais sua glicose baixar por falta de comida pior você fica — digo e empurro em uma cadeira

Solto um sorriso ao ver ele fazer bico e vou até a lanchonete do hospital.

Lá em pego um bolo de pote e uma garrafinha de água.

Entrego em suas mãos e sento ao seu lado.

Depois de um tempo eu vou na recepção novamente para perguntar sobre o tal do Ph e uma enfermeira que estava lá finalmente me dá notícias.

— ele está bem, não acordou ainda mas não observamos nada irregular nos exames. — ela diz e ao ver meu suspiro de alívio completa: — ele é um menino de sorte, a queda que ele levou segundo o garoto que veio com ele foi bem séria — ela diz e em seguida vejo oik saindo de um corredor

— cade o pk? — ele pergunta e eu o levo em direção ao pedro para contarmos a situação.

— vai lá, tamo aqui esperando — digo e ele vai atrás do amigo

— quer sair não? To morto de cansado mas se você quiser pode ir — oik diz

— não, não vou deixar ele sozinho — falo

— mas eu to aqui — ele completa

— eu vou ficar, ja disse — juntando minha teimosia e o tamanho da minha preocupação com pedro ele não ia me convencer a sair dali nunca...

— então tá, não adianta nós ficar aqui morto de cansado, vou me mandar e se tu precisar me liga, lôra — ele diz e me da um beijinho na testa pra se despedir.

Depois vejo pedro saindo de lá e abraçando uma moça, provavelmente mãe desse amigo dele.

Ela entra e pedro senta ao meu lado novamente contando que era a tia dele, única família que ph ainda tinha já que todos se perderam pra as drogas.

— quitei a dívida dele já, to mais tranquilo — ele fala — ele é tipo meu irmão. Quando eu tava no tijolinho e não tinha nem onde cair morto era a tia selma (a mulher que ele abraçou) que cuidava de mim pra os meus pais trabalharem os 7 dias da semana e conseguir por o que comer aqui dentro de casa. Não posso deixar ele passar nenhum tipo de aperto nunca. — ele fala um pouco abalado

— isso é lindo, apesar de ser trágico — falo e ele dá um sorriso — você vai pra casa agora? — pergunto

— não, não vou sair daqui — ele diz — mas pode ir

— só saio quando você sair — digo

— sei que tu ta morta de cansada, vai embora — ele fala

— não vou, ja falei

— quer me vigiar pra eu não fazer merda? Não vou atrás do moleque mais — ele se explica

— não quero saber, não vou sair. — digo e ele faz sinal de rendição

Ficamos ali por um tempo...

— igor ta pedindo pra você responder ele — digo ao olhar as mensagens de igor no meu WhatsApp

— não posso entrar no WhatsApp — ele diz

— por que não? — pergunto

— to ignorando a Aline lá — ele diz e eu reviro os olhos

— não que me incomode com isso, mas ela gosta demais de tu pra tu ficar fazendo isso — falo

— não vou discutir relação com você, gabriela — ele fala

— não mesmo, você sabe que é a verdade — digo

— ela não é nada santa

— não mesmo, eu já teria quebrado a cara dela a muito tempo — digo e ele segura o riso — mas você não pode quebrar o coração

— não tô, gabi. Ela sabe das minhas intenções com ela, ou melhor, da falta delas.

— não que você esteja errado, mas vai acabar magoando os sentimentos dela de qualquer maneira — digo e ele confirma

— eu sei, eu to tentando me afastar, sei que é melhor, mas não sou o vilão dessa história — ele diz

— isso porque não ia discutir relação comigo né — falo e ele revira os olhos — mas duvido que você consiga ficar sem ela

— ela não é tão significante na minha vida, tá? Juro que não vou mais, tenho que ter mais responsabilidade — ele fala

— eu sei, mas é você né — digo

— e qual o problema? — ele pergunta

— problema que você não vai resistir, pedro Henrique — falo

— to te jurando, pô! Bota fé — ele diz e eu dou um sorriso

— se você diz...









me perdoem pelo capítulo curto, gente🙏🏻
vou postar com mais frequência aqui, prometo.
Confesso que fiquei com o coração quentinho também de ver eles juntinhos, e vcs??

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