𝟎𝟐𝟒

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S/N ANISTON, point of view
Los Angeles, California - USA

- Merda. - Falo soltando a faca depois de me cortar ao tentar simplesmente cortar os tomates para a salada. - Merda, merda e merda! - Falo realmente fervendo de raiva e vendo o sangue escorrer da minha mão, bufo e vou em direção ao banheiro aqui de baixo, lavando a mão e com a outra pegando o quite de primeiros-socorros que havia sobre o balcão da pia.

Meus pensamentos continuam nele, continuam nele e em como as palavras dele me machucaram. Ele realmente prefere que eu fique quieta e não exponha minha opinião? É como se ele simplesmente quisesse alguém para manipular e poder usar quando quisesse. Ai fica a dúvida na minha cabeça, se eu realmente ficasse com ele, se eu transasse mesmo com ele, ele continuaria comigo? Acordaria comigo na manhã seguinte e continuaria sendo esse Louis maravilhosos dos últimos dias?

Ele tem o gene impulsivo. Ele é possessivo, ciumento e muito controlador, mas ele tem que ter noção de que me machuca, as palavras dele machucam mais do que qualquer ferida que eu sequer já tive. Eu detesto ter que admitir, mas eu gosto dele, gosto mesmo.

Quando estamos apenas nós os dois é como se fosse perfeito, ele é carinhoso, atencioso e realmente me trata como eu sempre sonhei, mas então ele consegue mudar tudo em um piscar de olhos, ele simplesmente age de uma maneira meio que automática, para afastar tudo e todos da sua volta.

- S/n, você tem que ser forte. Você não vai correr atrás de homem nenhum. - Falo para mim mesma e me apoio de costas na pia, vendo o curativo que eu havia acabado de fazer, mas não, não é isso que se mantém na minha linha de pensamento.

Por mais que eu me importe de verdade com ele e o queira por perto, eu simplesmente não vou mais aguentar, na realidade eu não aguento mais, porque acabou.

As palavras dele continuam batucando na minha cabeça, fazendo o ódio dentro de mim crescer cada vez mais, eu deveria o odiar ainda mais depois dessa discussão, mas é impossível, eu quero manter distancia, mas sei que eu não consigo passar muito tempo longe dele.

Como chegou a esse ponto? Eu deveria o odiar, era simples, ele apenas... Era uma maldita aposta, como pude me envolver? Como pude me deixar realmente sentir algo por alguém como ele? Alguém que não tem paradeiro fixo, alguém que parece bipolar, alguém que... Que realmente precisa de carinho.

Desde cedo ele batalha sozinho na vida, eu sei que não é desculpa pelas coisas que ele me falou oua maneira que me tratou, mas de certo modo, acho que se ele tivesse tido uma infância diferente, ele realmente seria um homem diferente. Com um temperamento menos explosivo e menos vergonha de mostrar aos outros que um homem como ele pode sim se deixar permitir sentir algo, mas não, ele não assume nada na frente dos outros, e sempre se acha no direito de me falar o que quiser, sem medir de maneira alguma como ele me machuca, porque isso ele sabe fazer muito bem.

Seco uma das várias lágrimas que caiam dos meus olhos, mas não, não vai funcionar assim, eu definitivamente preciso me dar o respeito, preciso simplesmente... Ser a S/n que eu quero ser, a que é carinhosa e educada, mas a que ao máximo vai tentar ninguém mesmo pisar em cima dela.

Volto para a sala e desisto de fazer essa janta ou o que quer que fosse que ia sair. Suspiro olhando para o relógio e vendo que eram 18h, e não, é claro que minha mãe não estava aqui.

Eu sabia que o Justin viajava praticamente toda a semana por conta da empresa, mas jamais imaginei que ela fosse com ele para tudo.

Subo até o meu quarto e escovo os dentes, me deito em seguida na cama e fico olhando para o teto, sem conseguir parar de pensar nele. Será que eu deveria ligar? Não, ele é o errado, ele que simplesmente acha que pode ameaçar as pessoas com quem eu me importo e que vai ficar tudo bem, mas... Tudo o que eu mais quero nesse momento é ele aqui deitado comigo, é saber que ele está aqui, e não com mais nenhuma dessas mulheres que ele pega nas boates.

chains | louis pOnde histórias criam vida. Descubra agora