𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 𝐰𝐡𝐚𝐭 𝐢𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 |𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

𝘂𝗺

SINA DEINERT

ANTES:

Era como se eu estivesse vazia, meus lábios estavam trêmulos e eu não tinha controle algum sob minhas emoções, Sabina agarrava meus ombros como se tentasse me manter em pé, mas eu sei que ela também está sentindo, assim como eu perdi minha irmã e mãe, ela perdeu sua melhor amiga.

— Você não está sozinha, Sina, eu prometo. — Ela sussurrou

Segurei sua mão tendo certeza que estava se esforçando o máximo, não sei se um dia poderia me sentir tão quebrada como agora.

Enquanto saíamos do velório, escutei o nome de Sabina ser chamado, por curiosidade me virei junto com ela, meus olhos tentaram acompanhar a aproximação rude dele que apenas parou quando estava frente a frente com ela, por um momento agindo como se eu nem ao menos estivesse ali.

Eu esperei palavras de consolo mesmo não tendo ideia de quem se tratava, mas quando seus olhos verdes se desviaram para mim era visível o parentesco entre eles.

— Você está bem? — Ele perguntou voltando a encara-la

— Estou, como sabia que eu estava aqui?

— Não é importante, só quero saber se precisa de alguma coisa. Ela negou com a cabeça limpando as lágrimas que insistiam em cair.

— Se precisar de mim, voltei a morar em Londres.

— Você sumiu, Noah.

Ele apenas entregou um envelope nas mãos dela dando-lhe um breve toque no ombro, sem abraços ou algum "lamento" nos deu as costas e seguiu seu caminho na mesma forma que havia aparecido de maneira rude e sem cerimônias.

De volta pra casa me cobri tentando me esconder do mundo debaixo das cobertas, mas não demorou pra que Sabina aparecesse com uma xícara em mãos.

— O máximo que posso fazer é um chá — Ela deu de ombros sentando-se frente a mim

— Quem era aquele cara?

— Meu irmão — Suspirou — Ele sumiu de casa tão novo, só manda algumas mensagens pra falar que está vivo.

— E o envelope?

— A única coisa que ele consegue fazer é me dar dinheiro as vezes, se sente culpado — Deu de ombros — no fundo ele é um bom garoto. Deitei a cabeça em seu colo deixando a xícara de lado e deixei que ela fizesse carinho nos meus cabelos.

— Estou com medo, sem elas tudo parece... Vazio.

— Eu prometi pra sua irmã que estaria aqui por você e é o que eu vou fazer.

— Acho que eu sou muito fraca pra aguentar isso, Sabina.

— Tenho certeza que vai aprender a ser forte um dia, mas agora você é só uma menina.

Fechei meus olhos querendo acreditar que eu poderia sumir, garotas de quinze anos pensam em festas e namorados, eu tenho que lidar com a solidão, assim que abri os olhos novamente apenas tive uma certeza, nunca mais seria a mesma.

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