𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 𝐰𝐡𝐚𝐭 𝐢𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 |𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

𝘃𝗶𝗻𝘁𝗲 𝘂𝗺

SINA DEINERT

Segui até meu quarto e abri meu armário vendo minhas roupas amontoadas, puxei minha mala e antes que a abrisse Noah parou na minha porta. 

— Pra onde você vai? 

— Pra casa de uma amiga. 

— Sina, olha pra mim. 

Parei o que estava fazendo e soltei um suspiro finalmente voltando a olhar nos seus olhos. 

— Eu não tenho certeza de merda nenhuma do que vem acontecendo, mas eu sei que não posso te deixar ir embora. 

— As vezes tudo isso é cansativo, ainda mais nos últimos dias. 

— Eu... Sou bipolar, não cuido disso direito, mas posso mudar se eu quiser de verdade. 

Me aproximei tentando arrumar alguma coisa pra dizer, mas só consegui manter o silêncio, minha irmã mais velha também era bipolar, as vezes era um inferno, só que eu tinha certeza que ela precisava da minha ajuda e agora sinto isso novamente. 

— Prometi pra Sabina que cuidaria de você, mesmo falhando muitas vezes — Deu de ombros — não posso te deixar ir, porque eu me apeguei em ter você aqui mesmo que seja me tirando do sério na maior parte do tempo. 

— Tenho medo de estar apaixonada por você. 

Eu simplesmente declarei isso em bom som para não haver dúvidas sobre o que havia dito, em troca recebi um longo silêncio, Noah não vacilava o olhar para pelo menos me dar uma pista do que se passava na sua cabeça, mas não me arrependia, ele precisava saber que o que me deixa mais assustada em tudo isso é fato de talvez já estar sentindo até demais. 

— E isso seria um problema, porque eu odiaria te machucar. 

— Não se você admitisse pra mim o que sente. 

— Eu não sei explicar, porque dentro de mim sempre há uma confusão, Sina, então não sei me expressar, sou apenas esse problemático de merda que você sempre faz questão de jogar na minha cara. 

— E se eu ficar, o que vai ser? 

Ele andou até estar frente a mim, antes que eu continuasse com os questionamentos sua mão segurou meu rosto trazendo-me pra perto e selando nossos lábios, era algo diferente dos beijos furiosos no meio das brigas, era calmo, como se quisesse me dar alguma segurança. 

— Vai ser isso, posso tentar não estragar as coisas. 

— Por que faria isso? 

— Porque só de cogitar ficar sozinho nesse apartamento, foi horrível. 

Eu não escondi o sorriso e ele relaxou os ombros, nunca pensei que veria o lado mais verdadeiro dele e nunca imaginei que abriria assim pra alguém que conheço a tão pouco tempo. 

— Posso esquecer a ideia de sair daqui, mas você sabe que uma hora isso pode acabar.

— Eu quero falar do agora. 

No agora eu estava o desejando tanto que apenas pensava em beija-lo, sempre fui boa em dar novas chances, não queria me arrepender, só queria arriscar pelo menos mais uma vez. 

— Então vamos falar do agora. — Sussurrei e beijei seu pescoço 

Sua mão desceu até minhas pernas segurando pra que eu as envolvesse em sua cintura, ele me deixou encima da cômoda e eu consegui fechar os olhos ao sentir sua mordida no meu pescoço, soltei um suspiro baixo e desabotoei a camisa dele que eu ainda usava, ele desceu os beijos até meus seios e se apressou em tirar o resto que faltava, o ajudei a desabotoar a calça quase precisando dele dentro de mim, quando o notei procurar a camisinha, assim que encontrou coloquei mantendo o olhar fixo em seus olhos e sorri. 

— Você me deixa quase desesperado pra  te tocar logo, bozzie — Sussurrou 

— Eu preciso de você, Noah 

Ele adorava escutar seu nome saindo arrastado pela minha boca, pudia sentir suas mãos apertando minhas coxas assim que dizia, quando o senti dentro mim afundei meu rosto na curva do seu pescoço pedindo por mais quase em sussurros, acho que é tarde demais pra cogitar parar de sentir alguma coisa por ele.  

* 

Estava deitada na banheira sob Noah deslizando meus dedos sob a tatuagem em seu peito, era um silêncio confortável, como se pudesse passar o dia com meu corpo contra o dele. 

— Eu já te magoei de verdade? 

— Já, você deve saber disso, suas palavras as vezes magoam muito. 

Sua mão segurou meu rosto pra que eu o encarasse, seus olhos verdes me analisavam e logo um sorriso contido se formou em seu lábios. 

— Acho que você é a primeira pessoa que eu quero fazer ficar, Sina.

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