𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 𝐰𝐡𝐚𝐭 𝐢𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 |𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

𝘃𝗶𝗻𝘁𝗲 𝘁𝗿𝗲̂𝘀

ִ ۫ ּ ˖ ۫𓏲Maratona (2/10)

SINA DEINERT

Me apressei pra chegar na faculdade já atrasada, assim que consegui entrar na sala, sentei na primeira cadeira que vi e olhei envolta completamente perdida com a matéria, final de semana foi tão cheio que mal conseguia me concentrar nessa segunda.

Escutei meu nome ser chamado e assim que me virei encarei um garoto que não me lembrava muito bem, aos poucos ele sorriu e mostrou o caderno pra mim e logo me lembrei de matéria.

— Obrigada...

— Não deve lembrar de mim, eu ajudei seu grupo no último trabalho, sou Earnest, todo mundo me chama de Earn.

Sorri na sua direção agradecendo mais uma vez, as aulas se seguiram de forma calma, estudar a noite sempre me deixa cansada, mas estou começando a me habituar, quando finalmente acabou recebi uma mensagem do Noah dizendo que estava ocupado com o treino, soltei um suspiro frustrado e caminhei até o ponto de ônibus.

— Parece que estamos nos encontrando hoje.

Virei-me encarando Earn parando bem ao meu lado.

— Perdi a carona de hoje — Dei de ombros — obrigada por hoje e foi mal ter esquecido de você.

— Relaxa, não ligo. Você parecia meio perdida hoje.

— Sou um desastre naquela matéria.

— Posso te ajudar, não tenho muito o que fazer.

— Você tá falando tipo... agora?

— É, a biblioteca fica aberta vinte e quatro horas.

Acabei aceitando e ficamos um longo tempo na biblioteca, Earn era aquele tipo de pessoa assustadoramente inteligente, que decora tudo e fala sobre a matéria como se já estivesse lecionando e não aprendendo com todos, depois de duas horas, já me encontrava exausta, então decidimos dar uma última parada em uma lanchonete perto do meu prédio, já que ele afirmou que morava perto.

— Você é famosa pela faculdade, sabia?

— Não mesmo.

— Todos te viram na TV numa luta do Urrea, ele é seu namorado?

— É mais complicado que isso, Earn — Me apoiei no meu braço — mas espero não ficar conhecida por isso, não sou muito fã em ser o centro da atenções.

— Acho que já é tarde demais — Ele riu — bem posso te dar algumas aulas, aproveite enquanto não estou de mudança.

— Vai sair de Londres?

— Sim, vou pra Oxford, fiz uma prova e consegui um emprego na faculdade de lá e ganhei uma bolsa parcial.

— Isso é muita coisa...

— Você também poderia tentar, o emprego é ótimo pra quem está começando e eu pelo menos teria alguém que eu conhecesse.

Isso não passava de fato pela minha cabeça, mas eu disse que pensaria, assim que saímos da lanchonete ele me deixou na frente do meu prédio, escutei Noah me chamar, apenas acenei em sua direção e deixei um beijo no rosto do Earn agradecendo pela milésima vez.

— Qualquer coisa pode me ligar também — Anotou seu numero — gosto de ensinar, me ajuda a decorar pra prova.

— Você é a melhor pessoa que conheci naquele lugar — Acabei sorrindo — qualquer coisa que precisar pode me pedir também.

Ele sorriu e acenou na direção do Noah que respondeu com um movimento seco, me apressei em entrar e andei ao lado dele até o elevador, quando iria beijá-lo, Noah desviou e eu o encarei confusa.

— O que foi?

— Você aparece com um cara na minha porta e eu deveria levar numa boa?

— Estávamos estudando, não sei se você sabe, mas é isso que universitários fazem. — Ironizei

— Não usa a merda da sua ironia, vou ter que te buscar toda vez pra que não apareça com um cara na minha porta?

— Noah, esse ataque de ciúmes é ridículo.

Aos poucos ele soltou um suspiro e relaxou encostando as costas no elevador.

— Eu sei, mas estou sendo bem ridículo quando o assunto é você.

Soltei uma risada e me aproximei finalmente conseguindo beijá-lo, saímos do elevador até o apartamento, entrelacei minhas pernas na sua cintura continuando a beijo e logo ele me deixava no sofá.

— Não traria um cara que estou dando mole pra frente do seu prédio — Deslizei as mãos pelos seus cabelos — isso seria até amador da minha parte — O provoquei

— Você também não ajuda, Deinert — Beijou meu pescoço — fui no psiquiatra hoje.

— E o que ele disse?

— Vou aumentar a dosagem dos remédios — me encarou — e tenho que ir vê-lo pelo menos uma vez por mês — revirou os olhos

— Vai ser bom pra você, confia em mim.

Finalmente consegui fazer com que ele sorrisse, senti meu estomago me incomodar, me afastei dele indo até o banheiro, mas acabei não vomitando, deslizei a mão pela minha nuca e Noah me encarava pelo espelho.

— O que foi isso?

— Acho que comi demais na lanchonete — Suspirei— acho que você vai ter que cuidar de mim — Sorri maliciosa na sua direção

— Não acredito que vai me obrigar a fazer isso, parece uma tortura — Ele riu me puxando até que eu estivesse contra seu corpo.

O mal estar ainda estava ali, mas provavelmente passaria com uma boa noite de sono.

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