𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 𝐰𝐡𝐚𝐭 𝐢𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 |𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

𝗱𝗲𝘇𝗲𝗻𝗼𝘃𝗲

SINA DEINERT

Na próxima semana tentava apagar toda aquela história da minha cabeça, alguns amigos do da minha época de colégio haviam me chamado pra sair, não deveria ir, Sabina sempre os considerou péssimos, mas eu queria sair da minha realidade.

Eu decidi passar por cima do que havia acontecido com Noah depois dele me aguentar péssima e doente pela semana inteira, não tinha como negar, ele é tudo que eu tenho agora.

Para não sair do hábito de encher sua paciência, fui até sala e ele distribuía inúmeros golpes, entrei na sala e me recostei na parede o encarando, não demorou muito para que ele notasse minha presença e desviou seu olhar do saco de pancada para meus olhos, parece que eu não tenho sorte de fato, porque dessa vez ele já estava nervoso antes mesmo que eu dissesse uma palavra.

— Vaza daqui, Sina

— Que foi Noah? nervosinho logo cedo?

Ele veio até mim, pousou a mão na parede deixando cada uma do lado dos meus ombros e me encarou nos olhos, a raiva era bem visível, então é bem provável que eu não tenha nada haver com isso, provavelmente aconteceu algo.

— Eu disse vaza daqui, por acaso ficou surda?

— Aconteceu alguma coisa? — ignorei a sua "simpatia"

— Por que quer saber? já disse pra ir embora, está esperando o que?

—Você me contar o que aconteceu — respondi em tom óbvio

—O que aconteceu?! por sua causa briguei com meu treinador, por sua causa ele me deu um soco na cara, por sua causa eu revidei e bati de verdade nele, por sua causa, Sina - suspirou - corro risco de perder o melhor treinador que eu poderia ter.

Fiquei em silêncio, não acredito que eles brigaram por mim, isso é horrível, mas... ele não pode jogar isso na minha cara assim, gritando, como se eu tivesse mandado ele ir brigar com Simon.

— Não pedi pra você me defender

—Você é inacreditável!

—Para de gritar comigo

—Eu grito o quanto eu quiser!

—Só vim aqui pra conversar, mas você torna isso impossível

—Eu? Seria simplesmente fácil você dizer "poxa, Noah... obrigado por se preocupar"

— Ou seria mais fácil você simplesmente ter falado isso, não praticamente ter cuspido isso na minha cara

— Garota complicada, insuportável... — Ele resmungou — na verdade nem foi por você, estava com raiva dele a um bom tempo

—Por favor, Noah... claro que foi por mim e isso não é convencimento, é a verdade, porque se estivesse com raiva dele a muito tempo, já teria dado feito isso a mais tempo.

Ele ficou em silêncio, abaixou a cabeça, mas não se afastou de mim, parece que consegui finalmente deixar Noah Urrea sem ter o que dizer. Voltou a me encarar, ainda parecia nervoso, mas não pelo que aconteceu com Simon e sim por não ter o que falar, não ter um motivo para me fazer parecer a errada.

Olhei para seu rosto, na sua sobrancelha tinha um corte e na maçã do rosto outro, encostei de leve, o fazendo reclamar de dor.

— Posso fazer um curativo pra você - Sugeriu