MERETRÍCIO

Capítulo 11

 TIAGO

-A gente precisa conversar. Falo entrando no apê.

-Eu não quero conversar nada com você.. Ela diz. -Pode ir embora. Fala me encarando.

-Eu não vou...

-Por favor, eu não quero te ver. Carly diz com a voz embargada.

-Carly, eu já disse que não vou embora enquanto não conversamos! Afirmo em tom alto.

-Você é muito teimoso. Ela diz fechando a porta. -Sobre o quê você quer falar? Porque até onde sei não temos nada pra discutirmos. Carly diz se sentando. Me sento ao seu lado, ela se afasta. Olho em seus olhos, um pouco avermelhados.

-Eu sei que você gosta de mim...

-QUEM TE DISSE ISSO? Ela se levanta com raiva.

-A Dandara..

-Essa estúpida nem me conhece. Ela diz.

-E a Cecília também. Falo e ela fica a calada. -Então é verdade? Pergunto tentando ser o mais delicados possível.

-E se for, qual o problema? Ela pergunta.

-Isso foi um sim? Pergunto rebatendo. Carly permanece em silêncio. Carly, escuta...

-Escutar o quê? Quem é você pra me dar algum sermão ou conselho? Ela se enfurece e anda em direção a porta. -Vá embora! Diz.

-Ok. Me levanto e caminho em direção. -Mas, saiba que gosto muito de você, Carly. Falo.

-Vai largar ela? Ela pergunta em tom baixo.

-Não, eu gosto dela, quero tentar algo com ela. Falo.

-Entendi. Diz. -Boa sorte! Carly tenta segurar o choro.

-Eu sinto muito...

-Não sinta, quem gosta de você sou eu e quem vai lidar com a dor também sou eu. Ela diz me empurrando e fechando a porta na minha cara. Me encosto na porta pensando se fui rude com ela. Dou alguns passos e escuto, me dói, Carly chora, um choro de dor. Saio o mais depressa possível.

DIEGO

Saio do meu quarto depois de me acalmar. Vejo Ana e Cauã se arrumando um pouco apressados.

-Vão aonde? Pergunto me sentando no sofá.

-A gente vai um pouco mais cedo, hoje. Ana diz.

-Queremos pegar o movimento. Cauã fala.

-E o garotinho problemático? Pergunto.

-Não fala assim dele. Cauã defende.

-Já vão começar? Ana se irrita. -O Enzo vai com você, Diego. Ela diz.

-O quê? Pergunto. Mas que porra. Penso.

-Isso que você ouviu. Tchau. Ela diz e sai com Cauã. Escuto um barulho de passos e a porra do garoto aparece na sala. Ele me olha mas não diz nada.

-Você vai comigo. Falo. Ele concorda e sai. -É hoje que você me paga seu arrombadinho. Falo. Ligo a televisão pra me distrair um pouco.

DANDARA

-Droga! Tento empurrar a trava da loja. Empurro com mais força. -Isso. Digo fechando. Olho para o relógio, 18:30 da noite. Coloco as chaves da floricultura no meu bolso.

-Olá Dandara! Me assusto e vejo Carly sorridente. Estranho um pouco.

-Oi Carly. Digo e ela me abraça me pegando desprevenida. Desfaço o abraço meio sem jeito.