Capítulo 25

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 ANA

Chego no nosso apê com os meninos, Cauã entra no banheiro e Enzo vai pro quarto dele. O que é um milagre! Já que Enzo vive no quarto de Cauã. Me sento no sofá, agora vai ser estranho não ter mais o Diego aqui, apesar dos erros dele, ela era uma grande amigo pra mim, foi a primeira pessoa que conheci.

Abro meu aplicativo de mensagens, vou no contato de Cecília, estranho, a foto dela está apaga, Cecília nunca tira foto de perfil. Ignoro e vou na lista de contatos, vejo várias ligação perdidas, dela.

-Nossa! Me assusto. Eu tô ferrada, eu não atendi nenhuma. Volto ao aplicativo de mensagens, mando um "OI, AMOR". A mensagem só é enviada uma vez. Meu Deus, eu não estou acreditando que isso está acontecendo. Cecília me bloqueou. Ligo para o número dela. -Atende, atende, atende! Falo agoniada. Nada, caixa postal. -Que droga! Jogo meu celular no chão. Eu vou lá! Eu preciso conversar com ela. Está tarde, parece que vai chover mas eu preciso falar com ela, ela precisa entender o meu lado. Me levanto do sofá, corro até o quarto, pego minha toalha, vou até o banheiro, bato na porta, ninguém diz nada, bato de novo, nada, entro no banheiro para um banho.


CARLY

Tiago entra primeiro no farol, entro depois, olho para cima e vejo uma imensa escada em formato de caracol. Ele me olha desafiador, franzo a testa, rimos juntos, não dizemos e começamos a subir. Cada degrau é uma respiração funda, os degraus são de pedra, o lugar é iluminado por dentro, estranho estar vazio, talvez só usem para localização dos marinheiros que navegam pelo imenso mar. Escuto barulho de raios, seguido por um trovão forte. O clarão atravessa as janelas imensas e transparente.

-Vai ser uma chuva e tanto. Falo quebrando o silêncio. Tiago para de subir.

-Vai e você vai se molhar toda. Ele diz. -Eu também. Diz e volta subir.

-Já estou molhada, só não disse onde. Resmungo.

-Oi? Tiago pergunta.

-Nada. Disfarço. -Chuva é bom. Falo. Continuamos a subir, parece que essas escadas não dar a lugar algum. Por fim, subimos o último degrau e damos de cara com uma porta de madeira escura, Tiago abre. Por trás da porta há uma imensa sala, com mesa grande no centro, porém vazia, quadros nas paredes com fotos do mar, uma livraria um tanto abandonada.

-Uau, que lugar sinistro. Tiago comenta se sentando na cadeira de madeira atrás da mesa. Ando até a janela, transparente, um pouco suja, com a vista imensa para o mar, agora com pouca visão devido a neblina, o céu agora está coberto por nuvens vermelhas.

-É lindo. Falo. Me viro para ele.

-Você já veio aqui? Tiago pergunta.

-Não, na verdade essa é a minha primeira vez. Respondo. -Só via pelo google maps, lia os comentários de pessoas que vinha aqui para tirar fotos, fazer encontros. Falo olhando um tanto ousada.

-Já ouvir fala sobre mas nunca tive curiosidade de vir. Ele diz.

-E aí, gostou? Pergunto me sentando na mesa. Ficamos perto um do outro.

-Tá brincando!? Tiago diz. -Eu gostei muito. Ele responde. -Obrigado, Carly. Tiago agradece.

-Não precisa agradecer. Digo. Nos olhamos por um instante.

-Precisa. Ela diz. -Eu não queria falar disso, agora, mas eu estava muito triste. Ele diz olhando pro chão.

-Eu sei, todos estávamos, foi uma grande perda. Falo tentando não me emocionar ao lembrar dela.

-Carly. Tiago diz pondo sua mão na minha. Meu coração acelera. -Eu queria te pedir desculpas, por tudo que fiz com você, pela forma que te tratei esse tempo todo. Ele fala. Me seguro ao máximo para não chorar. Olho pra cima e respiro fundo. Volto meu olhar pra ele.

MERETRÍCIOOnde histórias criam vida. Descubra agora