Capítulo 1

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Flórida Paulista – São Paulo

ENZO

-Ele vai chegar daqui a pouco e você precisa ficar no seu quarto, moleque! Ela diz trancando a porta do quarto. Me jogo na cama.

-DROGA! Jogo meu celular na parede. -MÃE VAMOS EMBORA DAQUI! Falo alto. Fica tudo em silêncio. Quando escuto a porta ser destrancada, me sento rápido na cama.

-CALA A BOCA SEU MERDA! Ele fala abrindo a porta, e sinto seu fedor podre de álcool.

-sai do meu QUARTO! Me levanto e o empurro.

-ESSA CASA É MINHA SEU PORRA! Diz me jogando no chão. Minha mãe entra no quarto e me vê jogando. Enxugo o pouco de lágrimas que caem do meu rosto. Olho pra ela, seu olhar frio.

-Por favor mãe, vamos embora daqui. Falo com a voz embargada. Ela pega seu cigarro da uma tragada.

-Enzo, arruma essa bagunça agora...

-Mas mãe...

-AGORA SEU MERDA! Ela grita. Ele rir e sai do quarto, me levanto e minha mãe também sai trancado a porta.

-EU ODEIO ESSE LUGAR! Grito socando o colchão. Sinto meu peito apertar e a dor me consumir, deixo caírem todas as lágrimas, choro baixo e sem parar, me deito no chão.


22:30 

Abro os olhos e olho em meu relógio, 222:30 da noite, caraca! Dormi por 6 horas, meu estômago começa a roncar. Me levanto, ascendo a luz do quarto, fecho meus olhos com a luz forte. Pego meu celular no chão. Abro a porta devagar e tento escutar algum barulho, não escuto nada e saio em direção a cozinha. A casa silenciosa me deixa mais aliviado. Abro a geladeira e não vejo nada a não ser água e cervejas.

-Bosta! Bato a porta. Saio da cozinha e caminho até o quarto da minha, bato na porta.

-O que foi moleque? Ela diz.

-Mãe eu tô com fome. Digo.

-Vê se tem alguma coisa na geladeira. Diz.

-Não tem nada, eu já vi. Falo. Ela não diz nada.

-Mãe? Chamo.

-Garoto eu não posso fazer nada, amanhã teu padrasto compra. Ela diz. Que bosta! Vou ficar com fome até amanhã nessa droga. Penso.

-É...mas bebida e droga nunca falta. Falo ao olhar um pacotinho de pó no chão ainda pela metade. Jogo de volta. Vou até a sala e vejo ele, jogado no sofá. Aposto que tá bêbado. Penso. Olho ao redor e vejo a carteira dele em cima do outro sofá. Me aproximo devagar e pego, abro e vejo uma boa quantidade de dinheiro. -Vagabundo, tem dinheiro pra comprar comida o suficiente pro mês mas gasta com porcaria esse merda. Resmungo. Pego 3 notas de cem reais e coloco a carteira de volta no lugar. Saio da sala devagar.

-O que você pensa que tá fazendo? Ele diz. Olho pra trás e sinto meu peito bater forte.

-E...eu tava...

-Você tava tentando me acordar seu inútil, eu vi. Ele diz. Sinto um pequeno alívio.

-Não!...

-Volta pro seu quarto seu merda. Ele diz se levantando. Me viro e sinto um empurrão, caio no chão. Sinto ele me puxar. Ele vira meu rosto, fecho os olhos e sinto um soco no meu rosto. Me levanto e entro rápido no meu quarto.

-ISSO, FICA AÍ SEU FILHO DA PUTA. Ele grita e soca a porta. Choro de raiva passando a mão na minha boca, sinto o gosto de sangue. Muita raiva passa dentro de mim, me deito na cama e aperto meu travesseiro de raiva.

MERETRÍCIOOnde histórias criam vida. Descubra agora