Capítulo 14

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CECÍLIA

Viro a placa da doceria [FECHADO] para [ABERTO]. Tiago aparece com um esfregão atrás de mim, ele começa a passar no chão, seu semblante não tá muito agradável.

-A noite foi longa ontem, hein, Tiago. Insinuo sobre Carly e Dandara juntas. Ele me olha com uma cara fechada de poucos amigos.

-Não tem graça, Cecília. Ele diz. Rio do seu mau humor.

-Ai, não fica assim! Falo andando até meu balcão de atendimento. -Pensa pelo lado bom, elas se deram bem. Termino.

-É, isso é bom. Ele diz. -Mas é meio estranho, do nada a Carly passa a ser bem com ela, isso é muito estranho. Tiago fala. Realmente, nem parei pra pensar nisso. Será que ela tá tramando algo? Me pergunto em pensamento. Abro o caixa do balcão, escuto a porta abrir mas não dou atenção, continuo conferindo o dinheiro.

-Oi, boa tarde. Aquela voz me faz parar na hora. Sinto minhas mãos tremerem. Volto meu olhar pra cima e a vejo.

-Oo..oi. Tento dizer.

-Eu queria esse bolo inteiro. Ela diz. Ela é tão bonita de perto. Seu cabelo parece que foi aparado. -Tá tudo bem? Volto atenção ao momento atual.

-Tá, tá sim. Sorrio com vergonha. Devo ter feito uma cara de boba. Penso.

-Pode me dar o bolo? Ela pergunta educadamente.

-Qual? Pergunto.

-Esse. Ela aponta pro bolo de laranja.

-Claro! Digo e abro a vitrine que expõe o bolo. Pego-o e coloco em cima do balcão. -Vou embrulhar pra você. Falo.

-Obrigada. Ela diz. Cubro o bolo com uma forma grande e transparente.

-Aqui está. Entrego a ela.

-Quanto deu? Pergunta.

-30. Respondo, ela me dá o dinheiro trocado. -Obrigada, senhorita. Falo.

-Ana, pode me chamar de Ana. Ela fala.

-Claro, Ana, sou Cecília. Digo.

-Ok, deixa eu ir indo, tô meio apressada hoje. Ela diz e rir.

-Imagina. Falo e ela sai. Fico tão boba quando ela vem aqui, por quê será? Fico pensando.


ANA

Tento abrir a porta da doceria com o pé.

-Deixa que eu te ajudo. Escuto uma voz masculina. Me viro e vejo um cara alto, loiro e com o uniforme do lugar.

-Obrigada. Digo saindo.

-Espera, espera! Ele diz. Me viro não entendendo.

-Oi? Pergunto.

-Ana, não é? Ele pergunta.

-Sou Tiago, sou garçom daqui. Ele diz.

-Ahh, tá, que legal. Falo.

-É. Diz. -Sei que tá com pressa, deixa eu ser logo direto. Ele diz. -Você tem algum compromisso hoje a noite? Ele pergunta.

-Eu tenho, mas porquê? Pergunto. Será que ele quer programa? Me pergunto.

-A moça do balcão te convidou pra comer com ela 19:00 horas, poxa. Ele fala e abaixa a cabeça.

-Sério? Mas não me disse nada. Falo.

-É que ela é tímida. Ele diz.

-Tá bom, diga pra ela que eu vou aparecer as 19:00 horas. Digo.

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