Capítulo 33 - Antepenúltimo

73 4 0
                                    

 CAUÃ

Vejo Enzo gritar desesperado. Ele se ajoelha e põe Iara que está ferida em seu colo, Enzo chora. Meu peito começa a acelerar, estou com med. Todos o olham. Tento ver de onde veio o tiro, mas não está faltando ninguém aqui.

-ALGUÉM CHAMA A PORRA DE UMA AMBULÂNCIA! Enzo grita.

-Calma, Enzo, eu estou ligando. Ana diz. Ele abraça Iara que está desacordada. Alguém que nos odeia fez isso. Quem pode ser? Me pergunto. Penso, penso.

-RAVI! Grito. Todos me olham e começam a olhar para os lados. Saio da sala e vou em direção ao corredor.

-CAUÃ, NÃO, É PERIGOSO! João tenta me impedir. Ignoro e atravesso o corredor escuro com muito medo. Chuto a porta do banheiro, vejo que está vazio, chuto a porta do quarto de Ana, nada, chuto a porta do antigo quarto de Enzo, ascendo as luzes e nada.

Respiro fundo e abro devagar a porta do meu quarto. Ando até a cama, me abaixo para ver se ele está embaixo da cama.

-Me achou! Escuto sua voz atrás de mim em seguida de um disparo. Caio no chão com o impacto, sinto minhas costas arderem.

-CAUÃ! Escuto João grita. Tento olhar para trás e vejo Ravi saindo do quarto e andando pelo corredor escuro.

-C..cuidado, João. Tento dizer mas minha voz sai falha. Minha boca fica com gosto de ferro, minha vista começa a escurecer, acho que acabou pra mim. João entra no quarto e me pega no colo.

-Cauã, Cauã, fica comigo. Ele diz aos prantos. Ponho minhas mãos em seu rosto tentando secar suas lágrimas.

-Ele tá bem? Escuto uma voz masculina perguntar. Tento enxerga algo, um cara loiro, alto.

-Não, chama outra ambulância, por favor. João diz chorando.

-Calma, cara, estou chamando. O outro cara diz. -Vou caçar o filho da puta que fez isso. Ele diz saindo do quarto. Minha respiração começa a ficar fraca.

-J..João, eu não c...consigo mais. Falo e sinto adormecer.


TIAGO

Saio do quarto correndo atrás do desgraçado que atirou nos meninos. O vejo correr para fora, abro a porta e olho para os lados para encontrá-lo. Escuto um deslize, ele cai no chão quase próximo a escada, ele mira sua arma pra cima e atira em duas lâmpadas. O ambiente fica escuro, não consigo enxergar nada. Dou passos silenciosos rumo ao fim do corredor. Me encosto na parede, respiro ofegante, me viro e não o vejo, me aproximo das escadas e nada dele, nem barulho. O perdi de vista.

-DROGA! Me enfureço. Suspiro tenso e volto ao apê dos meninos. Abro a porta e vejo o garoto com a garota no colo. Ele chora abraçado a ela. Desvio meu olhar e vejo Ana e Carly se abraçando. Cecília anda em minha direção.

-Você conseguiu pegá-lo? Ela pergunta. Nego. -Droga. Ela diz.

-Ele atirou nas lâmpadas e aproveitou pra escapar. Falo. Me sento no sofá para me acalmar.

-Você deu seu melhor. Cecília diz.

-VOCÊS LIGARAM PRA AMBULÂNCIA? O Garoto no chão pergunta gritando.

-Calma, Enzo, ligamos. Ana responde.

-Acorda, vai, acorda. Ele tenta reanimar a garota. Me aproximo dele. Toco no pescoço dela e sinto uma leve pulsação.

-Ela ainda está viva, se acalma, cara. Falo pra ele.

-Tá, foi mal. Ele diz. Seu semblante está péssimo.

MERETRÍCIOOnde histórias criam vida. Descubra agora