Capítulo 4

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 Aeroporto de Congonhas – São Paulo

CARLY

-Ufa! Cheguei. Digo saindo da porta de desembarque. O aeroporto pouco movimentado, a noite fria e o ar pesado que só São Paulo tinha. Procuro qualquer assento para me sentar e ligar para minha amiga. Pego meu celular na bolsa e disco o número.

*Alô? Ela diz.

*Cecília, amiga, acabei de chegar, tô no aeroporto. Falo.

*Mais já? Ela pergunta. *Foi bem rápido. Diz. Rio.

*Pois não é! Concordo.

*Eu já te busco, vu deixar o Tiago tomando conta e em vinte minutos estou aí. Ela fala.

*Tá bom, amiga, beijo. Digo.

*Beijo. Diz e desligo a chamada. Ahh, São Paulo. Como vai ser esses meses na casa da Cecília? Me pergunto em meus pensamentos. -Estanley! Me lembro assustada. Tenho que ligar avisando que cheguei bem. Penso. E de novo ligo o celular e disco o número do meu irmãozinho.

*Maninho, já cheguei! Falo animada.

*Chegou que horas? Me avisou só agora, Carly? Ele começa. Reviro os olhos.

*Acabei de chegar, lerdo! Digo.

*Ahh, bom hein! Ele diz.

*Você não manda em mim, haha! Digo. Ele rir. *E o Edward? Pergunto.

*Ele ainda não chegou da faculdade. Ele diz.

*Entendi. Digo. *Bom, eu já vou desligar, já já a Cecília tá aqui. Me despeço.

*Tá bom maninha, se cuida. Ele diz. Desligo o celular. Me levanto e procuro alguma loja para comer qualquer coisa até ela chegar.


ENZO

Ligo a lanterna do celular e procuro qualquer coisa que tenha água para tomar banho. Ando e vejo mais na frente um troço, chego mais perto e vejo um chuveiro bem no meio do parque. Quem diria que aqui teria chuveiro. Penso. Tiro minha camisa, coloco minha mochila um pouco afastada de mim, tiro a calça olhando ao redor pra ver se aparece algum maluco. Até parece que vai ter alguém aqui. Penso. Tiro minha cueca e sinto meu corpo congelar com o frio do vento. Ligo e a água começa a cair bem forte. Entro embaixo da água fria pra porra. Saio por impulso. Entro de novo e me acostumo. Fecho os olhos e tento relaxar. Droga, não tenho sabonete! Penso.


CAUÃ

Chego no meu ponto, desço do carro da cliente, fecho a porta, ela abaixa o vidro.

-A noite foi maravilhosa, gatinho. Ela diz me dando o dinheiro.

-Foi, quando quiser outra...você sabe onde me encontrar. Falo e saio. Ela fecha o vidro e acelera. Ana me vê do seu ponto e acena pra mim. Vou andando até sue ponto que não é tão longe do meu, apenas uma esquina de diferença.

-Como tá sua noite, gata? Pergunto.

-Péssima migo. Responde. -Vi que você desceu de um carrão. Ela diz.

-Foi uma cliente. Digo. -Comigo também não tá nada bom, só tive ela até agora. Falo pegando um cigarro no bolso.

-Será que o Diego também tá na mesma? Ana pergunta.

-Não faço ideia. Digo. -Se bem que a esquina dele é a mais fraca, bem no final da Augusta. Digo.

-Pois é. Ela diz.

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