Aeroporto de Congonhas – São Paulo
CARLY
-Ufa! Cheguei. Digo saindo da porta de desembarque. O aeroporto pouco movimentado, a noite fria e o ar pesado que só São Paulo tinha. Procuro qualquer assento para me sentar e ligar para minha amiga. Pego meu celular na bolsa e disco o número.
*Alô? Ela diz.
*Cecília, amiga, acabei de chegar, tô no aeroporto. Falo.
*Mais já? Ela pergunta. *Foi bem rápido. Diz. Rio.
*Pois não é! Concordo.
*Eu já te busco, vu deixar o Tiago tomando conta e em vinte minutos estou aí. Ela fala.
*Tá bom, amiga, beijo. Digo.
*Beijo. Diz e desligo a chamada. Ahh, São Paulo. Como vai ser esses meses na casa da Cecília? Me pergunto em meus pensamentos. -Estanley! Me lembro assustada. Tenho que ligar avisando que cheguei bem. Penso. E de novo ligo o celular e disco o número do meu irmãozinho.
*Maninho, já cheguei! Falo animada.
*Chegou que horas? Me avisou só agora, Carly? Ele começa. Reviro os olhos.
*Acabei de chegar, lerdo! Digo.
*Ahh, bom hein! Ele diz.
*Você não manda em mim, haha! Digo. Ele rir. *E o Edward? Pergunto.
*Ele ainda não chegou da faculdade. Ele diz.
*Entendi. Digo. *Bom, eu já vou desligar, já já a Cecília tá aqui. Me despeço.
*Tá bom maninha, se cuida. Ele diz. Desligo o celular. Me levanto e procuro alguma loja para comer qualquer coisa até ela chegar.
ENZO
Ligo a lanterna do celular e procuro qualquer coisa que tenha água para tomar banho. Ando e vejo mais na frente um troço, chego mais perto e vejo um chuveiro bem no meio do parque. Quem diria que aqui teria chuveiro. Penso. Tiro minha camisa, coloco minha mochila um pouco afastada de mim, tiro a calça olhando ao redor pra ver se aparece algum maluco. Até parece que vai ter alguém aqui. Penso. Tiro minha cueca e sinto meu corpo congelar com o frio do vento. Ligo e a água começa a cair bem forte. Entro embaixo da água fria pra porra. Saio por impulso. Entro de novo e me acostumo. Fecho os olhos e tento relaxar. Droga, não tenho sabonete! Penso.
CAUÃ
Chego no meu ponto, desço do carro da cliente, fecho a porta, ela abaixa o vidro.
-A noite foi maravilhosa, gatinho. Ela diz me dando o dinheiro.
-Foi, quando quiser outra...você sabe onde me encontrar. Falo e saio. Ela fecha o vidro e acelera. Ana me vê do seu ponto e acena pra mim. Vou andando até sue ponto que não é tão longe do meu, apenas uma esquina de diferença.
-Como tá sua noite, gata? Pergunto.
-Péssima migo. Responde. -Vi que você desceu de um carrão. Ela diz.
-Foi uma cliente. Digo. -Comigo também não tá nada bom, só tive ela até agora. Falo pegando um cigarro no bolso.
-Será que o Diego também tá na mesma? Ana pergunta.
-Não faço ideia. Digo. -Se bem que a esquina dele é a mais fraca, bem no final da Augusta. Digo.
-Pois é. Ela diz.
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MERETRÍCIO
RomanceO que é família pra você? Existe família perfeita? Conheça a história de Enzo, um garoto de 18 anos que foge de sua casa não suportando mais viver com sua mãe drogada e seu padrasto alcoólatra. São Paulo será seu destino, a cidade grande que nunca...