Capítulo 12

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 CAUÃ

Enzo parece um pouco desconfortável, eu não sei, mas parece que esse papo dele ter se perdido do Diego não é verdade. Ignoro meus pensamentos e me encosto em um muro, Diego do meu lado esquerdo fuma, Ana que está na beira da calçada faz sinal pros carros. Alguns buzinam, outros buzinam e os caras assobiam e a chama de adjetivos baixos. Enzo do meu lado direito está apenas observando tudo, seus olhos brilham, acho que é tudo novo pra ele. A vontade que eu tenho é de não deixar ele fazer isso. Puxar ele e pedir pra que volte pra casa, eu sei que não posso. Depois que se entra nesse mundo não é tão fácil sair dele, drogas, sexo e dinheiro vem com uma facilidade que é assustador. Acho que tô gostando dele, me sinto péssimo cada dia por não ter a coragem de contar. Um Corola vermelho para, Ana sorri, o vidro abaixa e vejo dois caras.

-Boa noite, delícia. O motorista diz.

-Boa noite, senhores. Ana diz. Não sei como ela se acostumou a ser tratada assim, não só ela, nós.

-Quanto tá o programa? O do banco do passageiro pergunta.

-Depende, o quê vocês querem pra hoje? Ela pergunta abaixando seu vestido tomara que caia. Olho para o lado e vejo Enzo com o semblante de nojo.

-A gente te leva em um hotel perto da rodoviária, eu e meu parceiro. Ele diz sorrindo.

-Tá, 200 reais a hora. Ana fala. O cara fica espantado.

-Tudo isso? Pergunta.

-É, vocês são em dois, é isso ou nada. Ana fala. O cara pega em seus seios. -E aí? Ela pergunta.

-Tá bom, entra aí, gatinha. O motorista diz destravando o carro.

-Até mais tarde meninos. Ana diz entrando no carro com os seios a mostra. -Cuidem do Enzo. Ela diz. Enzo se levanta e começa a andar. O carro sai. Vou atrás de Enzo.

-Enzo! Chamo. Ele para. Me aproximo. -O que houve? Pergunto.

-Como assim, cara? Enzo diz em tom alto. -Aquilo ali foi nojento. Ele diz. Fico calado e concordo. -Como vocês conseguem fazer isso? Ele pergunta.

-A gente precisa comer pra sobreviver. Respondo seco. Enzo me encara. -Eu sei que não é fácil pra você, eu não queria que você estivesse aqui, por mim você estava fazendo outra coisa. Ponho a mão em seu ombro. -Enzo, apenas olhe, hoje. Depois me diz. Falo. Ele tira minha mão com força.

-Beleza. Diz e volta pra onde estávamos.


CARLY

Dandara e eu nos sentamos perto do balcão, hoje eu quero esquecer tudo. Já que o Tiago gosta dela, eu vou fazer ela odiá-lo. Tiago é meu, e de mais ninguém.

-E então, o que você vai pedir? Pergunto pra ela que olha o cardápio.

-Eu acho que uma fatia de bolo de morango, e você? Ela pergunta.

-Ahh, o mesmo que você. Respondo.

-O que vão pedir? Tiago chega a mesa. Ele é lindo de garçom. Imagina sem essa roupa. Penso.

-Duas fatias de bolo de morango. Dandara responde.

-E pra beber? Ele pergunta me olhando. Olho pra Dandara que não dá a mínima.

-Ahh, pode ser vinho tinto. Falo.

-Vinho? Dandara pergunta.

-É, porque não? Pergunto.

-Por nada, então vamos de vinho tinto. Dandara diz. Rio.

-Ok. Tiago anota e se retira.

-Carly posso te fazer uma pergunta? Dandara pergunta. Me assusto.

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