Gustavo
Eu estava agitado, e isso ninguém poderia negar. Bastava apenas olhar para mim, de um lado para o outro, parecendo uma barata tonta dentro da minha própria casa.
E que besteira, Katrina já havia estado ali, sentado no meu sofá, e até mesmo dormido na minha cama.
Olhei para o sofá, onde havíamos nos beijado na última vez e lembranças dela em meus braços sambaram em minha mente, fazendo-me rir.
Será mesmo que aquela garota com uma cara inocente, mas que parecia um furacão, iria me conquistar e arrombar as barreiras do meu coração?
Um sonzinho despertou minha atenção e olhei para Helena que brincava no cercado.
— Será que o papai vai se arrepender disso tudo, filhota? — Ela soltou outro sonzinho enquanto brincava. — Concordo plenamente.
Com o que eu concordava? Não fazia ideia, mas deveria continuar seguindo o que estava planejando.
Coloquei mais algumas velas em lugares estratégicos para ficar uma iluminação aconchegante e confortável e voltei para a cozinha para olhar o prato que estava no forno.
A janta da noite seria uma lasanha à bolonhesa, preparada pelo chefe da casa, vulgo eu mesmo. Era um dos pratos que eu sabia fazer melhor.
Abri o forno dando uma olhada e apaguei, deixando a lasanha ainda lá dentro para que não esfriasse muito rápido. PasseI no banheiro e espirrei um pouco do perfume em minha roupa. Eu não me considerava um homem muito vaidoso, mas gostava de me cuidar.
Ergui os olhos para o espelho, olhando meu reflexo.
O homem que me encarava era um que eu estava descobrindo, com sentimento mais aflorado e um pouco mais sentimental. Um homem que eu estava gostando de descobrir.
Havia um brilho diferente nos meus olhos, que nem eu mesmo reconhecia, que jamais havia visto.
Pensando nisso, lembrei-me das palavras de Taís, eu estava diferente, mais palavras dela, "iluminado" nos últimos dias. Será que ela tinha razão? Era tão evidente assim, o quanto aquela mulher estava me afetando?
Passei as mãos pelo rosto, levando-as até o cabelo e ajeitando-os para trás, tirando aqueles pensamentos da minha mente e peguei uma tiara de Helena, que estava sobre a pia. Era uma lilás, que combinava com o seu vestidinho.
Enquanto estava ajeitando o acessório na cabeça da minha filha, a campainha tocou.
Olhei no relógio e passava um pouco das seis da tarde. Não imaginava que ela chegaria tão cedo. Ainda bem que já estava tudo pronto.
— Está na hora, minha princesa. Está ansiosa para conhecê-la? — não obtive respostas, apenas um olhar, que eu não saberia se era de julgamento ou animação. — Pois é, papai está, e nervoso também.
Dei um beijo na testa de Helena e me dirigi à porta. Como não tínhamos porteiro no prédio, o acesso era menos restrito, mas a vizinhança era muito conhecida e tranquila, o que não me preocupava muito. Por isso abri a porta sem nem mesmo conferir o olho mágico, o que fez com que eu me arrependesse.
Assim que a abri, a mulher que não via há meses atravessou a entrada, como se fosse um vendaval.
— Boa noite, meu filho, como você está?
A pessoa que eu mais vinha evitando, que eu queria longe de mim, estava parada na minha frente, cumprimentando-me como se nos víssemos todos os dias.
— O que você está fazendo aqui? — a pergunta foi minha saudação.
— Vim ver como meu filho está, já que ele não vai me visitar.
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Um Marido de Mentirinha
RomanceEu estava precisando de um emprego, mas sendo pai solteiro era algo quase impossível. Até que Katrina Ferrer apareceu, procurando por um marido de conveniência, para poder receber uma herança. Eu não queria me envolver nessa história, só que me pare...