Katrina
Eu não queria ter saído naquele dia, mas Erica poderia ser muito persuasiva quando se esforçava.
— Me conte tudo — Erica falou, assim que nos acomodamos em uma mesa do pub.
Minha amiga havia me convencido a sair com ela para aquele barzinho, que segundo ela, era a mais nova sensação do momento.
— Não tenho muito o que contar. Foi um encontro normal.
— Eu duvido muito. Pela forma como você fala, nada com o Gustavo me parece ser normal.
Erica ergueu a mão, chamando pelo garçom que passava por perto e pedimos nossas bebidas.
— E de que forma eu falo dele? — perguntei, erguendo uma sobrancelha.
— Você fala como se ele fosse um homem maravilhoso, o melhor do mundo.
— Isso é mentira, porque o melhor do mundo é meu pai. E ninguém rouba o lugar dele.
Erica revirou os olhos, como se já estivesse cansada daquele assunto.
— Tudo bem, eu concordo que o tio é maravilhoso, mas ele não serve para você. Está precisando de alguém que deflore você.
— Deflore? Sério? — franzi a sobrancelha, encarando-a.
— Claro. Você não vai se guardar para sempre, não é?
Fomos interrompidas pelo garçom, trazendo nossas bebidas. O meu era um drink com pouco álcool. Tomei um gole, sentindo a bebida ardendo pela minha garganta.
Assim que fomos deixadas sozinhas novamente, aproximei-me de minha amiga por cima da mesa.
— Eu não vou me guardar para sempre, mas também não estou procurando um marido pensando nisso. — Voltei para meu lugar, pegando o copo e levando-o à boca. — E deflorar? Sério? Quem usa essa palavra hoje em dia?
— Achei mais bonita a pronúncia do que desvirginar, ou qualquer outra assim.
Ela bebeu sua bebida também, e começou a analisar as pessoas do local.
— Mas você ainda não me contou. Como foi seu primeiro encontro com o noivinho? — ela perguntou ainda sem me olhar.
— Foi legal. Na verdade, muito legal. Ele parecia estar mais descontraído e aberto à conversa dessa vez.
Erica voltou os olhos para mim no mesmo instante.
— Claro, desta vez ele estava se tornando seu noivo. Mas me diz, o que rolou de interessante?
— Nada, apenas almoçamos, conversamos, rimos. Coisas normais.
— Você é muito devagar, Kat. Se fosse eu, ele já tinha me pedido em casamento. — Ele piscou um olho para mim.
— Você é muito atirada, isso sim.
Tomei mais um gole da minha bebida e corri os olhos pelo lugar. Estava começando a ficar cheio, com vários grupinhos de homens e mulheres enchendo o estabelecimento. Mas um em especial chamou minha atenção. Uma mulher, de um grupo de cinco pessoas encarava nossa mesa.
— Parece que você já fez sua vitima.
Olhei para Erica, que encarava a mulher sem ser muito discreta e acabou recebendo uma piscadela.
— Ou ela fez uma vítima.
A mulher levantou, começando a vir para nossa mesa.
— Olá, boa noite — ela cumprimentou, assim que chegou perto o suficiente. — Aceita que eu pague uma bebida? — a pergunta foi feita diretamente para Erica.
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Um Marido de Mentirinha
RomansaEu estava precisando de um emprego, mas sendo pai solteiro era algo quase impossível. Até que Katrina Ferrer apareceu, procurando por um marido de conveniência, para poder receber uma herança. Eu não queria me envolver nessa história, só que me pare...