Capítulo 16

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Katrina

Eu não queria ter saído naquele dia, mas Erica poderia ser muito persuasiva quando se esforçava.

— Me conte tudo — Erica falou, assim que nos acomodamos em uma mesa do pub.

Minha amiga havia me convencido a sair com ela para aquele barzinho, que segundo ela, era a mais nova sensação do momento.

— Não tenho muito o que contar. Foi um encontro normal.

— Eu duvido muito. Pela forma como você fala, nada com o Gustavo me parece ser normal.

Erica ergueu a mão, chamando pelo garçom que passava por perto e pedimos nossas bebidas.

— E de que forma eu falo dele? — perguntei, erguendo uma sobrancelha.

— Você fala como se ele fosse um homem maravilhoso, o melhor do mundo.

— Isso é mentira, porque o melhor do mundo é meu pai. E ninguém rouba o lugar dele.

Erica revirou os olhos, como se já estivesse cansada daquele assunto.

— Tudo bem, eu concordo que o tio é maravilhoso, mas ele não serve para você. Está precisando de alguém que deflore você.

— Deflore? Sério? — franzi a sobrancelha, encarando-a.

— Claro. Você não vai se guardar para sempre, não é?

Fomos interrompidas pelo garçom, trazendo nossas bebidas. O meu era um drink com pouco álcool. Tomei um gole, sentindo a bebida ardendo pela minha garganta.

Assim que fomos deixadas sozinhas novamente, aproximei-me de minha amiga por cima da mesa.

— Eu não vou me guardar para sempre, mas também não estou procurando um marido pensando nisso. — Voltei para meu lugar, pegando o copo e levando-o à boca. — E deflorar? Sério? Quem usa essa palavra hoje em dia?

— Achei mais bonita a pronúncia do que desvirginar, ou qualquer outra assim.

Ela bebeu sua bebida também, e começou a analisar as pessoas do local.

— Mas você ainda não me contou. Como foi seu primeiro encontro com o noivinho? — ela perguntou ainda sem me olhar.

— Foi legal. Na verdade, muito legal. Ele parecia estar mais descontraído e aberto à conversa dessa vez.

Erica voltou os olhos para mim no mesmo instante.

— Claro, desta vez ele estava se tornando seu noivo. Mas me diz, o que rolou de interessante?

— Nada, apenas almoçamos, conversamos, rimos. Coisas normais.

— Você é muito devagar, Kat. Se fosse eu, ele já tinha me pedido em casamento. — Ele piscou um olho para mim.

— Você é muito atirada, isso sim.

Tomei mais um gole da minha bebida e corri os olhos pelo lugar. Estava começando a ficar cheio, com vários grupinhos de homens e mulheres enchendo o estabelecimento. Mas um em especial chamou minha atenção. Uma mulher, de um grupo de cinco pessoas encarava nossa mesa.

— Parece que você já fez sua vitima.

Olhei para Erica, que encarava a mulher sem ser muito discreta e acabou recebendo uma piscadela.

— Ou ela fez uma vítima.

A mulher levantou, começando a vir para nossa mesa.

— Olá, boa noite — ela cumprimentou, assim que chegou perto o suficiente. — Aceita que eu pague uma bebida? — a pergunta foi feita diretamente para Erica.

Um Marido de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora