Gustavo
Estávamos a um mês morando juntos, e sinceramente? Desde que eu aceitei aquela loucura, nem nos meus maiores devaneios, pensei que pudesse dar tão certo como vinha dando.
Acordei um pouco mais cedo naquele dia, deixando Katrina na cama. Sobre isso, não havíamos combinado, apenas fomos ficando juntos depois da primeira noite naquela casa, e nunca mais tocamos no assunto de dormimos separados. E eu estava gostando muito daquilo.
Fui para o quarto de Helena e a peguei do berço, já que ela estava acordada.
— Oi, minha princesa. — Peguei-a no colo. — Alguém aqui com fome?
Depois que preparei a mamadeira e alimentei-a, subi novamente as escadas, abrindo lentamente a porta do quarto e conferindo se Katrina ainda estava dormindo.
— Está na hora de acordar uma dorminhoca, não acha? — sussurrei para Helena.
Entrei na ponta dos pés, fazendo o mínimo de barulho possível e me deitei na cama, ao lado de Katrina. Posicionei Helena no centro, fazendo com que ficasse entre um amontoado de travesseiros e o corpo de Katrina.
— As duas mulheres mais lindas do mundo. — Helena deu uma risada. Vi quando Katrina disfarçou um sorriso, mas ela era péssima nisso. — Com diferença que uma é meio preguiçosa, sabe filha? — brinquei. — E olha que hoje seria um dia tão lindo para beijar uma esposa...
Imediatamente Katrina abriu os olhos e junto seu sorriso. Ela realmente era linda, mas acordando... Poderia até me achar bobo por dizer isso, falar que não tinha como uma pessoa acordar bonita. Mas só dizia isso quem nunca viu Helena e Katrina acordando. Até mesmo os cabelos desarrumados, jogados para todos os lados, eu achava apaixonante.
— Alguém falou beijo?
— Temos alguém muito interesseira aqui, pequena.
— Era você quem estava querendo beijos, minha linda? — ela falou para Helena, dando um beijo em sua bochecha gordinha.
— O pai dela queria também — fechei meus olhos e fiz um bico, enquanto me aproximava dela na esperança de ganhar um beijo.
E ele veio.
Eu poderia dizer que estava viciado nos beijos daquela mulher sem problema nenhum.
— Viemos te desejar parabéns e avisar que temos um encontro em menos de meia hora.
— Nossa, que parabéns mais seco, mereço um beijo a mais por isso.
— Claro que merece. Desejo tudo... — dei um beijo nela — de melhor... — outro beijo — para a mulher mais perfeita — e mais um beijo.
Eu teria continuado com eles, se Helena não tivesse nos interrompido, colocando sua mãozinha entre nossas bocas.
— Tudo bem, pequena, recado entendido. Vou me arrumar.
Era aniversário de Katrina de vinte e quatro anos, e havíamos combinado de encontrar Taís e Erica em um restaurante para elas nos contarem uma novidade. Eu estava apostando que elas iriam assumir relacionamento.
Desde o nosso casamento, há um mês atrás, as duas se encontravam com frequência, construindo uma amizade. Katrina acreditava no mesmo que eu.
Assim que chegamos ao restaurando onde havíamos marcado, avistamos as duas sentadas em uma mesa mais reservada.
— Bom, temos uma novidade para vocês — Taís começou assim que nos acomodamos e fizemos nossos pedidos.
— Talvez não seja tão novidade assim — disse baixinho enquanto bebia um gole de água.
— Talvez você seja apenas um estraga-prazeres. Deixa as meninas contarem a novidade.
Sem surpreender ninguém, Katrina logo pegou intimidade com Taís, fazendo uma amizade muito bonita com ela. Nossa relação também havia ficado mais... leve.
— Então vamos contar algo que não é tão novidade assim... — Erica começou. — Estamos namorando. E é isso.
Katrina foi a primeira – e única – a bater palmas, levantar-se e abraças as duas. Eu por minha vez, parabenizei-as, felicitando-as, mas fui mais contido. O que não significava que não estava feliz por elas.
Ficamos um bom tempo no restaurante, mesmo após o almoço, e depois fomos para a casa de Claudio.
Estava tentando enrolar Katrina para chegar em casa, já que teria uma surpresa pelo seu aniversário esperando por nós.
Como ainda não tinha conseguido um emprego – mas continuava procurando – Katrina estava mantendo sua parte no acordo, pagando-me uma quantia por mês, mas como estava ajudando minha mãe com a sua dívida, não me sobrava muito no fim do mês, por esse motivo seu presente de aniversário seria o que estava dando para comprar no momento.
Assim que saímos da casa de Claudio, dirigi a caminho da casa de Tais, já que deixaria Helena sob seus cuidados naquela noite.
— Para onde estamos indo? — Katrina questionou quando percebeu que eu havia mudado a rota.
— Preciso deixar uma encomenda na casa da Taís — foi tudo o que eu expliquei.
Assim que chegamos, desci, peguei o bebê conforto com Helena e subimos.
Como já estava tudo combinado, Taís nos recebeu na porta, pegando a bebê.
— Muito obrigado — apenas agradeci.
Ela respondeu com um meneio de cabeça.
— Se divirtam essa noite — ela falou apenas isso e fechou a porta na nossa cara com um sorriso malicioso de lado, sem nem se despedir de nós.
Puxei Katrina pela mão, levando-a para fora.
— O que você está aprontando, Gustavo? Por que Helena ficou com a Taís hoje?
Não respondi suas perguntas até chegarmos ao carro.
— Hoje é seu aniversário, eu não poderia deixar passar em branco assim.
Foi tudo o que disse e ela foi o caminho todo me perguntando e tentando tirar alguma resposta de mim.
Assim que chegamos em casa, ajudei-a a descer do carro e levei-a para dentro de casa. Olhei ao redor conferindo se estava tudo como o combinado e me posicionei atrás dela.
— Quando nos conhecemos — fui falando enquanto colocava as mãos na frente de seus olhos, tampando-os e começava a conduzi-la para o jardim nos fundos da casa — era para termos três encontros, mas infelizmente pulamos um. E como isso era uma regra para me casar com você...
Tirei as mãos do seu rosto assim que estávamos no local com melhor visão.
O jardim todo estava iluminado com luzes baixas, em um tom amarelo, que estava proporcionando um clima mais agradável. Havia uma mesa em um canto com dois pratos tampados por um cloche, no centro uma única rosa em um vaso delicado. Havia pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelo chão.
— Como... — Ela parecia emocionada. — como você fez isso tudo?
— Contei com algumas ajudas. Vera veio aqui e depois Erica ajudou também. Você gostou?
— De ganhar um encontro com um homem como você na minha casa? — Ela se virou para mim, trançando os braços ao redor do meu pescoço. — Eu amei. Melhor presente da minha vida.
Katrina se inclinou em direção à minha boca, começando a me beijar, primeiro lentamente, mas depois evoluindo para um beijo cheio de desejo, chegando a ser selvagem.
Aquela noite seria longa...
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Um Marido de Mentirinha
RomanceEu estava precisando de um emprego, mas sendo pai solteiro era algo quase impossível. Até que Katrina Ferrer apareceu, procurando por um marido de conveniência, para poder receber uma herança. Eu não queria me envolver nessa história, só que me pare...