Capítulo 29

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Katrina

Ele tinha dito uma escola mesmo?

Ainda estava incrédula com aquilo.

— Podemos entrar para conversarmos melhor — o homem insistiu.

Eu só comecei a caminhar quando senti a mão de Gustavo no meio da minha cintura conduzindo-me portão adentro.

Passamos por uma turma que jogava basquete em uma quadra improvisada, guiada por um professor. Assim que viram Thiago, cumprimentaram-no com um aceno e um sorriso no rosto.

Todos os alunos usavam uniformes, mas eu não enxergava o nome da escola.

Continuamos andando, e eu olhava admirada em cada canto, barulho, tudo me chamava a atenção.

Crianças falavam por todos os lugares, e as que nos viam, abriam um sorriso dando tchau.

Acabamos chegando a uma sala mais afastada de todo o barulho e Thiago fechou a porta, impedindo que mais barulhos externos nos atrapalhassem.

— Por favor, sentem-se. — Ele apontou para duas cadeiras que ficavam de frente para uma mesa.

Eu estava sendo guiada por Gustavo, já que meu total estado de inércia me impedia de pensar e agir por conta própria. Ele puxou uma cadeira para mim, gesticulando para que eu sentasse.

Assim que estávamos acomodados, Thiago começou a falar:

— Como você deve ter sido instruída, tem uma herança da sua mãe, Joana. E o que você herdou, é nada mais do que essa escola.

— Joana... tinha uma escola... — Eu não sabia nem o que perguntar.

— Sim. Ela havia recebido uma herança, igualmente da mãe dela, sua avó, e resolveu realizar um de seus maiores sonhos. Ela batalhou muito para ver essas paredes construídas.

O homem falava com uma nostalgia, orgulho na voz. E eu permanecia chocada.

— Mas... é uma escola particular? — desta vez foi Gustavo quem perguntou.

— Na verdade, é uma escola comunitária. Funciona como um reforço, ensino de suporte, além de várias outras modalidades que possuímos.

— Eu... quero conhecer mais a escola — eu queria ver mais dos trabalhos feitos ali, como as crianças eram tratadas... só queria saber mais.

— Claro. Estamos perto do horário de liberar algumas turmas para o café da tarde, então não se assuste com a correria.

Saímos da sala e voltamos a andar pelo pátio, que era todo desenhado. Havia várias amarelinhas, e vários outros, alguns que eu imaginei terem sido feitos pelas crianças.

Estávamos chegando ao corredor, quando um sinal tocou e várias crianças começaram a sair das salas correndo.

— Sem correr, crianças — Thiago gritou. — Agora os pequenos são liberados para o lanche, e é sempre assim. Direto cabeças se encontram pelos corredores.

Eu estava admirando toda aquelas crianças rindo e se divertindo, algumas fazendo grupinhos para conversar.

— Eles vão tomar lanche agora? Podemos acompanhar?

Ele começou a nos levar em direção para onde as crianças corriam. Peguei a mão de Gustavo e olhei para ele.

Acredito que poderia ver minha expressão em seu rosto, porque ele estava igualmente fascinado, com os olhos brilhando enquanto olhava para todos os lados.

Entramos em um salão, onde havia mesas retangulares dispostas com bancos de cada lado. Algumas crianças já estavam sentadas, recebendo um pão e caneca com algo para beber.

Um Marido de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora