Me Desculpe

24.

  Chegou o dia de uma das grandes batalhas que iria enfrentar, como costume só desejava triunfar mas não sei se seria algo possível. Todos estão de certo modo mais evoluídos que eu. Sofria tanto nesses últimos treinos, sinceramente não me serviram de grande coisa. Conseguia ativar a visão que me foi dado, depois de uma grande lavagem cerebral. Por mais que tivesse mudado algo em mim no fundo do poço eu estava com os meus sentimentos, a ideia é seguir em frente esquecer tudo e todos.

  Estava escrevendo uma carta, sem destino. Todos os dias eu escrevia algo só para mim mesmo, caso eu perdesse a cabeça ao menos o que escrevia estava guardado para minha lembrança. O dia estava chuvoso, não estava nevando. A batalha seria defrontada na frente da nossa cidade logo tínhamos certa vantagem por conhecer o campo.

  - Você está pronto? - Scaramouche arrumava algo por seus bolsos.

  - Estou quase terminando. - a minha caligrafia realmente era péssima. Esperava entender no futuro próximo.

  - Não esteja nervoso. - colocou um braço por cima de meu ombro.

  - Porque você está me reconfortando? - falei sem qualquer tipo de sentimento adverso.

  - Você faz isso comigo, eu deveria retribuir de alguma forma. Quer conversar?

  - Não, deixe-me terminar e logo poderemos nos encontrar com os restantes.

  - Affsssss... Estamos na mesma ala. Ala oeste apenas com batalhões diferentes.

  - Ok, fico agradecido por tal informação. - o de cabelos azulados olhou estranho para mim mesmo.

  - Você poderia parar de bancar quem você não é? - agarrou no meu rosto olhando a minha face. - Olhe sua cara, você nem dormiu. O que fez? - notou nas minhas olheiras.

  - Estive treinando. Ainda dormi um pouco.

  - Que idiota. - largou o meu rosto.- Com batalha hoje e você dormiu pouco?! Está de zuera?!

  - Não é algo que você entenderia.

  - Você não tem que ser bom de início como todo mundo foi. Aliás para você ter tido dificuldades é porque existem sentimentos que o prendem.

  - Que bom depoimento, eles aos poucos estão sumindo. Vamos. - interrompi Scaramouche de falar e segui porta fora. O garoto seguiu com pressa.

  Chegando no salão minado de gente, nos colocamos na linha da frente. Tsaritsa passou dando um revisada em tudo e distribui um item por cada um de nós. Doou-me uma máscara que ficava bem no meu traje escuro. Com o tempo os batalhões foram se agrupando, seguindo a ordem estabelecida pelo comité. Saímos daquele belo palácio elegante e começamos a separar uns mais para norte, outras para sul etc...

  Caminhando com Scaramouche, era impossível estar tranquilo sabendo que atrás de nossas costas estavam milhares de fatuis submissos às nossas ordens.

  - Bem eu terei que ir mais para lá, boa sorte Childe. - afastou-se cerca de 100 metros, era possível observá-lo. Comecei o meu discurso como líder desta grande parte.

  - Caros soldados, vamos disputar aqui a segurança e liberdade do nosso grandioso povo, que tanto treinamos para o defender. - todos os olhares concentrados em mim, prestando atenção em qualquer erro que eu pudesse ter na minha própria argumentação. - Eu como vosso líder, Childe, espero que nenhum seja capaz de humilhar, entregue sua vida se necessário, somos gentis a esse ponto! Quem sabe no final desta desastrosa batalha sejamos abençoados pela nossa sagrada majestade, Tsaritsa. Não tem como falhar o nosso plano. Alguma dúvida?