01 | Mudança

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"Há tantas coisas por vir, e as pessoas preferem se prender a coisas que não existem".

LOUHANA KONG

Mais um dia, mais uma mudança.
Minha mãe e eu decidimos sair de Busan, quando digo decidimos é por que tenho que ficar perto da empresa do meu pai, por ser treinee a quase três anos.

Estamos agora no aeroporto e logo ao longe se via um tumulto, acontecia muito isso quando um dos vários grupos de k-pop ia viajar e os fãs descobriam.
Um dia aquela também seria a minha vida, podem escrever.

— Vou ao banheiro já volto. — comuniquei ao me levantar.
Estava apertada, e a calça cintura alta não ajudava em nada — aaaaw... — Soltei um gemido ao me aliviar, saí da cabine e me dirigi ao lavatório lavei as mãos e quando ia sair... — Mas que caral...

— Shhh...— Um cara alto, vestido de preto, entrou no banheiro.

— Por quê você está aqui?porque está disfarçado, é algum sequestrador?estuprador?Olha já avisando que não tenho nada aqui, e bom digamos que não sou muito boa pra comer! — Me bateu um desespero eu não estava raciocinando direito, eu era muito jovem...como assim era?porque estou falando no passado.AAAAA, eu sou muito jovem, nem virei idol ainda, Céus.

— Calma eu não vou fazer nada, e muito menos agora que sei que não é "boa pra comer". — Uma curta risada escapou de seus lábios. Finalmente disse algo, mas não levantava a cabeça.

— Isso não me convence nem um pouco. — Eu era a Louhana e tinha que ser a Louhana.

— O que a senhorita quer que eu faça? — Educado, gostei, Não, não gostei.

— Sair daqui? — Pergunto como se fosse algo óbvio.

— Desculpa, mas infelizmente não posso, tem um pequeno imprevisto lá fora, se a senhorita não se opor a esperar mais um pouco, poderei sair daqui mais cedo.

— Ok, ok, mas já aviso que eu não tenho nada.

— Não quero nada mesmo. — Me olhou de baixo para cima, mas ainda assim, sem me olhar nos olhos.

Uns minutos se passaram, o que mais pareceram séculos.

Bateram na porta, um toque estranho, haviam intervalos entre as batidas.
E o homem correu para atender, parecia até que esperava aquilo.

— Senhor?finalmente, já encontramos os outros e vamos falar com a direção do aeroporto, esperamos que está situação não se repita. — O moço falava baixo mas não o suficiente para eu não ouvir.

— Também espero, bom agora... — Olhou para mim antes de se voltar para a porta. — Vamos embora. — Apenas deu um breve aceno com a cabeça e soltou um: — Acho que deveria ter pedido um autógrafo quando ainda tinha tempo. — E se foi.

— Mas que mer... — Me repreendi, será que ele era um dos idols?impossível.

Saí do banheiro, sabia que teria que ouvir mais um dos surtos de minha mãe, amo ela mas as vezes é um pouco demais, meus pais são separados, a anos, nunca tive uma boa comunicação com meu pai, ele é "milionário e um homem ocupado" como ele mesmo dizia todas as vezes que lhe ligava e pedia para nos encontrarmos.

Sou filha de um coreano e uma cabo-verdiana, não me perguntem como rolou esse nheco-nheco que eu não sei, quando essa relação deles ainda existia nos mudamos para Coreia do sul — eu tinha uns 4 ou 5 anos— no caso eu e minha mãe pois ele já morava aqui.

Foi legal e maravilhoso, até que ele começou a ficar ausente por conta do trabalho — e amantes — e por fim largou completamente a família por uma mulher branca, me lembro até hoje de como fomos humilhadas e chamadas de nomes pela cor da nossa pele, e infelizmente até hoje tenho elas guardadas em minha mente, sim eu ainda tenho uma pequena — grande — mágoa do meu pai, acho que ficar parado e ver a filha de sete anos ser chamada de suja, imunda e não fazer  nada é ao menos frustrante.

Verde, a nova cor do Amor| Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora