03 | Minha menina

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"As vezes me lembro do que vivemos e tenho vontade de apagar minha memória"

LOUHANA KONG

Dois meses depois:

— Vão precisar de alguma coisa a mais? — Perguntei aos integrantes do boy group para o qual eu estava trabalhando agora como staff, a empresa era realmente muito grande, haviam salas para tudo, de ensaios, de canto, composição, instrumentos, seção de fotos, entrevistas e até auditórios.

— Nada, Lou está tudo. — Keh um dos integrantes respondeu, sim já tínhamos intimidade.

— Então vou me sentar e ver vocês ensaiando. — Me joguei em um dos bancos que tinham na sala.

— Porque não ensaia junto? — Jung, perguntou e antes de eu negar ele continuou. — Nem adianta, você sempre diz que não, vai Lou, vai! — Os quatro começaram a gritar "vai Lou, vai Lou".

— Tá bom, parem antes que alguém ouça. — Ri, me levantei, me posicionei no meio deles. — Jung, música. — a música começou e me entreguei com tudo, conhecia a coreografia de trás para frente e até de olhos fechados. — Por quê pararam?

— Você é incrível!! — Coloquei a mão no pescoço coçando a nuca, nunca tinha dançado para outras pessoas a não ser os jures das diversas audições que participei e mamãe.

— Concordamos.

— Não digam isso, porque eu vou me achar. — Rimos — Bom vamos continuar?

[...]

Já estava voltando para casa, tomar conta de um grupo de quatro garotos não é fácil, mas pelo menos estou trabalhando e amo o que faço, não é o meu trabalho dos sonhos mas é um trabalho que eu posso estar próxima do que eu almejo tanto.

Nesse exacto momento estou no metro, amo o metro daqui, tem ar condicionado, sempre está limpo, é uma beleza, e depois de um dia de trabalho cansativo tudo o que eu quero é voltar para casa, ver mamãe, tomar uma coca-cola bem gelada e dormir.

Meu corpo necessitava daquilo.
Enquanto olhava ao redor nem vi os minutos passando, e lá estava eu.

— Mãe cheguei. — Falei entrando em casa e estava tudo silencioso.

— Eu sabia que você estava fazendo tudo isso por interesse, você não muda mesmo, faz dois anos que a Louhana é treinee na sua empresa, dois anos! — Ouvi uma voz vindo da cozinha, era mamãe.

— Olha o talento dela, ficar trancada em um estúdio é um desperdício desse talento.

— Estamos falando da minha filha, da minha menina, da minha Louhana, não de um sofá que você quer vender pela menor oferta no mercado. — Fiquei calada ouvindo o que ele ia falar.

— Ela é minha filha também, ela é um talento, imagina quanto ela vai fazer por mês, por dia ou por hora?

— Não me interessa, minha filha importa mais que qualquer dinheiro, eu trabalho ela trabalha, ninguém depende de ninguém aqui, então pare, e se você magoar os sentimentos da minha menina, você vai se ver comigo. — Meus olhos já estavam cheios de água, aquela era minha mãe, ela sempre foi e sempre será.

Voltei atrás, abri a porta e a fechei, fingindo que tinha acabado de entrar.

—Mãeeeeeeeeeeeeeee?Cheguei.

— Filha! que bom, olha quem está aqui.

— Olá Kong. — Sorri, nunca o tinha chamado de pai e nem pretendia.

— Oi filha, eu vim falar com sua mãe, mas já estou de saída como sabe eu... — O interrompi

— "Sou um homem bilionário e ocupado" sim, sim, já sei disso pode ir. — Ele saiu. — Bom vou tomar um banho, beijo. — Mandei um beijo no ar e saí andando até meu quarto que tinha banheiro, já amo esse quarto, principalmente o banheiro, parece aqueles das novelas sabe, tem até uma cabine de banho turco toda chique viu.

Mas aquela conversa não saia da minha cabeça, as palavras do meu pai e as da minha mãe, era tudo confuso e eu não entendia nada.

Verde, a nova cor do Amor| Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora