Não há amor em Kamome. (S/N x Hanako-Kun)

Pôr do sol. | Cap 5

Já ouviu falar sobre a Shijima-San, da sala de artes? Dizem que ela era uma estudante dessa escola, amiga de Yugi Amane, o assassino. Ela foi a primeira vítima dele, esfaqueada no coração como a prova de amor do assassino doentio. Ela ainda aparece ao pôr do sol, quando alguém chama pelo seu nome...

Shijima Mei. 17 anos. 1999. No.1

Chegando ao pátio da escola, lá estava Hanako, como de costume. Os dois eram amigos há alguns anos, mesmo com certa diferença de idade (ele tinha 2 anos a menos, com 15), e se entendiam bem. Eles compartilhavam problemas, contavam como foi o dia e admiravam o pôr do sol, em toda sua beleza. Hanako estava sentado, já olhando para o céu, quando percebe ela se aproximar e sentar ao seu lado. Ele passa a atenção para sua amiga, percebendo a alegria e calmaria no olhar de Shijima.

Mei - Boa tarde, Hanako-Kun.

Hanako - Shijima-San! Quase se atrasou, achei que não viria.

Mei - Alguma vez já falhei com você? - Ela ri dele, que parece pensar e não lembrar de uma vez que ela tivesse prometido e não cumprido. - Então! É claro que eu viria.

Hanako - É, é. Desculpa duvidar de você. Olha, o sol tá se pondo! - Ele aponta para o horizonte, e Shijima olha para o sol, deslumbrando-o.

Mei - Não acha isso maravilhoso? - Hanako volta a olhar para ela, prestando atenção. - O sol nasce e morre todos os dias, em todos os lugares e para todos. Não é a maior prova de que todo ser é igual? - Ela sorri para o garoto quando percebe que ele a observa. - Queria que todos enxergassem a beleza do mundo como eu vejo... E como você também vê.

Hanako - V-vejo? - Ele cora um pouco, desviando o olhar. - Eu enxergo em você a mesma beleza que no pôr do sol.

Ele acaba falando sem perceber o que dizia, e se envergonhando ainda mais. Shijima ri da timidez de seu amigo, que tentava virar o rosto escondendo sua vermelhidão. Ela segura o rosto de Hanako, que fica sem reação.

Mei - Você é um fofo. Queria que os garotos da minha idade fossem como você.

Hanako - Idade realmente importa tanto assim?

Mei - Para mim não, mas meus pais se importam. Eles não gostam nem que eu pinte quadros, imagine me deixar namorar alguém mais novo.

Hanako - Eu sei... Me desculpe.

Shijima dá um selinho nele, deixando ele ainda mais envergonhado, e solta o rosto de Hanako. Eles ficam quietos, a garota aproveita a paisagem e o menino o beijo que recebeu. Ninguém fala nada até o sol sumir na paisagem, os dois veem ele se pondo, com o Hanako deitado ao colo dela, ainda pensando no primeiro beijo que recebeu. Quando Shijima olha para ele, percebe que o mesmo adormeceu enquanto ela viajava em seus pensamentos. Ela decide esperar ele acordar antes de ir embora, ela tinha tempo para isso. Tirando os seu óculos, ela começa a acariciar o cabelo do jovem Hanako.

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"Acordei depois de ter bons sonhos, e demorei para perceber que dormi enquanto admirava o pôr do sol com ela. Quando me levantei para procurar por ela, não a vi em lugar algum. A princípio, imaginei que ela tinha ido embora e me deixado, mas uma trilha vermelha como sangue seguia para dentro da escola. Eu enlouqueci quando percebi que poderia ser o sangue dela, e que ela havia se machucado enquanto eu estava dormindo, fui correndo pelas manchas de sangue que seguiam até a sala de artes, o lugar favorito de Shijima, que literalmente dormia lá. Como ela era uma das estudantes que moravam na escola (já que sua casa ficava longe dali), ela chamava a sala de artes de "quarto". Quando entrei lá eu esperava qualquer coisa, queria que fosse alguma brincadeira dela, mesmo sabendo que ela não costumava brincar assim, queria que fosse outra pessoa, mesmo sabendo que apenas ela frequentava aquela sala, queria que fosse um pesadelo, mesmo sabendo que a minha ansiedade era forte de mais para não ser real. Eu vi um quadro, o pôr do sol, pintado por ela, porém na parte inferior do quadro, o que era verde como a grama acabou se misturando com o vermelho de sangue. Ao lado do cavalete, o corpo se Shijima-San, deitado como em um sono profundo de onde não acordaria. Eu me aproximei, em minha última esperança de a ver viva, e vi o buraco em seu peito. Eu a abracei, era a única coisa que podia fazer naquele momento, não acha?"

Ele termina de te contar a história, e você emocionada, acaba lacrimejando. Hanako, porém, parece calmo; talvez, em tanto tempo, ele já tenha superado isso. Você responde a pergunta dele apenas acenando com a cabeça. Ele olha para o céu, relembrando seus momentos enquanto era vivo, olhando para você logo depois. Ele percebe seu choro e seca suas lágrimas.

Hanako - Ei, essa não é uma história triste! Eu tenho uma nova amiga agora, com quem eu posso ver o pôr do sol. 

Você olha para ele, feliz em ser a sua "nova amiga". Hanako parece pensar algo mas acaba hesitando, ele apenas levanta com as mãos no bolso e anda para dentro da escola, sem olhar para trás. Você sente raiva de Yugi Amane por ter matado a melhor amiga do seu amigo, que pessoa sem coração faria isso? A próxima pessoa que você queria saber sobre era dele, porém, Hanako já falou de mais hoje. Sem outra opção, você se levanta e vai embora, mas levando consigo a lembrança de Shijima-San, a amiga de Hanako, e daquele lindo pôr do sol.