08. Ou talvez sejas tu a ter uma prenda especial, papa

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"Prefiro ficar sem dinheiro do que dar-lha, Mr. Irwin." Pareceu-me ouvir Luke dize-lo num tom impassível, embora que com um toque de nervosismo na voz.

Eu estava atrás da porta , encostada, a ouvir a conversa do outro lado. Um homem com uma voz rouca e grossa, protestava contra Luke com argumentos do género: "Ela está aqui, está à venda. Portanto... É a tua obrigação vende-la se eu quiser."

"Não, não é." Gritou o meu senhor.

Recuei. Agora, sem estar colada à porta eu conseguia ouvi-lo demasiado bem. Ele gritava com toda a força que tinha, com todo o ar que tinha nos pulmões.
Estou assustadora com estes gritos.

"Hemmings, " gargalhou o outro homem. "Vá lá. Qual é o preço da Lola?"

"ELA NÃO ESTÁ À VENDA! FODA-SE!"

Foi então que, visto isto tudo, cerrei os meus punhos, angustiada e chocada, e sai do quarto. Queria ter o total conhecimento do que se passava do outro lado.

"Olá." disse com a minha voz fina.

"Volta para o quarto." Luke carregou a sua voz com uma tonelada de arrogância, erguendo um braço em frente ao meu peito, para que eu não conseguisse ir mais para a frente, visto que o outro homem dava passos vindos em meu encontro.

"Tu disseste que me Querias aqui." murmurei. Eu apenas quero ficar aquo, a ver.

"Não te quero mais aqui. Estás melhor lá dentro." Explicitou.

"Oh, querida." interrompeu o outro homem, em frente a mim. "Eu quero-te aqui."

Reparando bem nele, houve algo que me chamou a atenção no meio daquela malícia e perversidade vinda do homem. Ele era novo. Embora aparentasse ser mais velho que o Luke, mas não tanto.
Este também tinha o seu certo charme, só que entre os dois, entre Luke e ele, eu escolheria o papa. Algo me levava a escolhe-lo.

"Então eu vou ficar aqui. " sussurrei, inclinado a cabeça para o lado direito.

"O meu nome é Ashton Irwin, querida." Esticou a mão, e eu Pousei a minha sobre a sua, dando ele um beijo nesta.

"Muito cavalheiro. Obrigada." Sorri.

Em termos de respeito e educação, este homem parecia mais desenvolvido que Luke. Mas nem tudo o que parece é, então provavelmente ele é mesmo mau com as pessoas enquanto ninguém mais pode ver. Talvez isso faça parte de tudo.
O senhor Ashton soltou um sorriso para mim, após me ter piscado o olho. Eu retribui, embora envergonhada. Depois disso encarei o Luke, que me olhava completamente vermelho.

"Calma, papa." Sussurrei ao seu ouvido quando virei costas, para entrar no quarto. "Afinal, eu sou a tua Lolita. Só tua, papa." Dei-lhe um beijo na bochecha, vendo-o ficar com um sorriso glorioso na cara.

"Lola." Ele chamou bruscamente. Apertou o meu braço e puxou-me para si. "Vai para a cozinha."

"Sempre a dar ordens." Mastiguei as minhas próprias palavras. "Vai para o quarto. Vai para a sala." Revirei os olhos. "És mais indeciso do que uma rapariga no meio de um armário cheio de roupa."

Ainda que, contra a vontade, e sobre murmúrios de insultos, eu fui tentando descobrir o caminho para a dita cozinha, onde eu estivera ontem, mas bem que não me lembrava do caminho para esta. A casa onde me encontro é tão grande que eu acho que devia ter umas placas para indicar o caminho para os sítios.
Virei à direita do lugar onde me encontrava com aqueles senhores. Lembro-me que nem sequer me despedi do senhor Ashton, e creio que o Luke ficou contente por isso, mas eu não. Fui mal-educada.

Subi umas escadas. Estou no caminho errado, e dou-me conta disso quando vou a meio delas. Eu não subi nenhumas escadas ontem.
Independentemente disso aquelas escadas e aquela escuridão que as possuía, chamou a minha atenção. Pelo medo que eu sentira ao subi-las, e por aquilo que poderia haver depois delas.

DADDY'S FAVORITE •  L.H • 1ª VERSÃO (NÃO EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora