LOLA
"Anda comigo, Lola." Ele sussurrou ao meu ouvido. "Vamos passar a noite fora."
"O quê?" Luke limpou as minhas lágrimas.
Estou profundamente chocada com tudo. Eu perdoei-o. Eu precisava disso, mas não nego aquilo que sinto agora. Não nego o medo que me possui e que fica preso nas entranhas.
Luke é tão temperamental e agora eu sei o porquê. Imagino um rapazinho da minha idade a ser abusado. Imagino a dor que ele estava a sentir, porque eu a senti também. Eu sinto essa dor cada vez que a ideia de ter de fazer algo contrariada me passa pela cabeça.
Aqui todos são mais velho que eu. Ser a mais nova neste mundo tem os seus contras. E um deles é que todos podem mandar em mim, mesmo sendo Luke o superior. Mas, e quando ele não estiver cá? Ele manda na vida dos outros, mas também tem a sua.
E agora? Ele não suporta que eu me queira ir embora. Ele não suporta isso, só que eu estava melhor fora daqui."Vamos. Dar uma volta. Os dois." Gaguejou. "Vamos ser crianças por umas horas."
"Mais do que aquilo que eu já sou?" Baixei a cabeça. Eu sou uma criança. Para ele. Para todos. Nunca vou ser mais nada para além disso.
"Então, eu vou ser uma criança de vinte e dois anos, contigo!" Ele sorriu. "Vamos, Lola."
Tomei a mão dele na minha. Ele puxou-me, colando o meu corpo ao seu. Beijou-me lentamente deixando-me sentir o seu doce sabor nos meus lábios e acariciou-me suavemente.
Acredito, depois disto tudo, que ele me quer bem, mesmo depois das impulsividades dele. Mesmo depois de tudo, eu acredito que ele consegue mudar."Obrigado pela oportunidade, Lolita."
LUKE
Os seus pequenos olhos verdes a gritar sono e choro, fazem-me querer abraça-la mais do que aquilo que eu já queria quando ela estava no estado normal. O corpo frágil dela, que a aparenta ser mais velha, e esta cara de anjinho estão a deixar-me à quem de mim. Ela é tão pequena e tão bonita. Tão cativante, tão séria. Ela é tão minha.
"Todos merecem segundas oportunidades, Luke."
A Lola ficou a saber mais de mim do que qualquer pessoa neste mundo. Mas ela não sabe tudo.
Sobre toda a gente há de existir sempre algo por dizer.O meu pai anda atrás de mim agora. Ele foi preso por minha causa. E se ele me encontrar, vai-me fazer pagar por aquilo que eu lhe foz sofrer.
Ele foi preso por minha causa, porque a primeira coisa que eu fiz quando me vi livre daquela velha que me dominou e me prendeu, foi denúncia-lo. Por posse e tráfico de droga.
Da maneira que eu sou, quando ele foi preso, eu provoquei-o pensado que iria ser superior. Fui até à prisão e disse-lhe o que tinha feito. Confessei-lhe com todas as letras que o Denunciei, na incrível inocência de alguém de dezoito anos, achando que ele ia ficar ali. Para sempre.A verdade é que ele, de uma maneira ou de outra, arranjou um álibi.
"Porque é que queres continuar com isto?" ela murmurou contra o meu peito. Aquela boca doce e pequena, gritava por outro beijo.
"Porque eu tenho." beijei-lhe a testa. Quero preotege-la, e sei que não o vou conseguir fazer.Não consegui proteger a minha mãe das mãos daquele monstro.
Ela pode ter-me abandonado, é verdade, mas ninguem merece morrer por ter seguido o seu caminho. Se foi uma atitude egoísta? Claro que foi, e então? Quem não tem atitudes egoístas pelo menos uma vez a vida? Saber que a minha esperança de a encontrar, de a deixar feliz por algum motivo, acabou. Não esperava que ela ficasse orgulhosa da pessoa que me tornei, mas esperava que ela ficasse orgulhosa por eu ter feito aquilo ao pai. Aquele homem que nos batia quando chegava a casa às três e meia da manhã com a maior bebedeira de sempre.
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DADDY'S FAVORITE • L.H • 1ª VERSÃO (NÃO EDITADA)
Fanfic- Estás a ser má. Onde está essa inocência, anjo? - Tiraste-ma ontem, papá.