Estou solitária. Acho que Ashton conseguiu aquilo que ele queria. Perdi tudo aquilo que eu tinha e que não tinha. Apenas ganhei mais dor, ele fica contente com isso. Ele é tão cruel.
Passo os meus dias sentada na varanda e os meus únicos pensamentos são se, será que a varanda é alta demais para eu conseguir morrer se me mandar dela?
Perdi a conta de quanto tempo passou depois de Michael me ter dado aquela noticia. Ainda ele me dizia que só o tempo e o Luke diriam se aquilo que o Ashton disse era verdade, e a unica coisa que eu posso dizer depois disto é que o Luke escolheu o caminho de ambos e eu já estou habituada a isso. Já estou habituada a que ditem o meu caminho sem eu querer.
Mas não é tudo. Nem sequer uma chamada eu recebo do policia. Ele nunca mais me disse nada. Nunca mais me deu novidades sobre a investigação, mesmo dizendo que me iria telefonar.
Já tentei ligar para ele, e nada. Já tentei pedir informações ao posto da policia, e nada.
O Michael é o único que me tem ajudado agora, só que infelizmente não é tudo. Ele não pode fazer tudo. Não me pode esclarecer as duvidas sobre Luke, nem muito menos dar-me informações sobre o senhor policia.
De regresso à varanda, vejo a noite a cair. O céu a ficar escuro e as estrelas a brilhar. Lembro-me de quando me julguei ser a estrela do Luke. Lembro-me que julguei ser a salvação dele. E a verdade é que ele nunca pensou nisso e eu nunca o fui na verdade.
"Lola." Ouvi chamarem-me dentro do quarto. Era Michael. "Posso?" Pediu permissão para entrar na varanda.
"Claro." Disse.
"Como estás?" Questionou.
"Sentada." Respondi com um revirar de olhos.
"Lembraste de me teres contado sobre a situação do policia?" Michael perguntou.
Houve um dia que eu estava com vontade de falar de tudo e mais alguma coisa. Tinha tudo engasgado na garganta e ele era o único.
"Sim."
"Preciso que vejas umas coisas." Murmurou. "Vou ajudar-te a saltar da janela. Meia-noite. Eu vou estar lá em baixo." Apontou para o pátio, do lado em frente à varanda.
[...]
"O Ashton vai ver-me." sussurrei do cimo da varanda.
"Não vai nada. Ele saiu. Apenas tranca o quarto." Michael falou da mesma maneira. "E trás a chave contigo, como é óbvio."
"Feito." disse. "Agora ajuda-me a descer."
"Apenas desce."
"Boa Mike. Se eu cair e morrer, não importa, porque eu apenas desci." Revirei os olhos, acompanhado de uns gestos que eu faço quando estou nervosa.
Por sua vez, Michael gargalhou infinitamente.
Mantive uma expressão seria, até que ele se calou ao entender que eu estou preocupada com o que vamos fazer a seguir. Não tenho a minima a ideia do que ele queira."Anda. De costas. Mete o pé na grade e vem de vagar. Eu apanho-te."
Parecíamos malucos, a sussurrar tão alto e de forma tão esquisita, como se fossemos loucos.
"Ok." Murmurei de mim para mim.
Nunca fiz, nem necessitei fazer, algo como isto e devido à altura que me esperava para saltar, eu Tremi de medo. Pus um pé e outro. Imaginei Michael lá em baixo a andar de um lado para o outro, tentando fazer uma certa pontaria para me apanhar e não me deixar cair ao chão.
Merda isto é o segundo andar. Desci mais um pouco. As minhas mãos escorregavam. Com o medo pus o pé em falso e cai. Merda.
Felizmente, embora não sei se com dificuldade ou não, Michael apanhou-me, agarrando o meu corpo com as duas mãos e encarando-me durante uns segundos depois de o fazer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DADDY'S FAVORITE • L.H • 1ª VERSÃO (NÃO EDITADA)
Hayran Kurgu- Estás a ser má. Onde está essa inocência, anjo? - Tiraste-ma ontem, papá.