Não consigo acreditar que a minha vida vai acabando a cada segundo que passa e tudo por causa das escolhas repentinas da minha mãe, que nem sequer sabe o que mãe significa. Em tempos soube, mas ela perdeu todo o seu vocabulário interior. Ela meteu-se nas drogas, porque o meu pai nos abandonou.
Merda, como a minha história é tão igual à do Luke. E nós podíamos passar por isto juntos. Talvez se ele me ajudasse a crescer da maneira que eu devia e deixasse esta casa, nós iríamos ficar com a alma tão pura. Só que, bem, parece que é verdade. No mundo da prostituição não há volta a dar. Ou se é, ou se é, e o meu futuro não foi escolhido por mim, então agora o meu corpo não passa de uma mercadoria suja que anda de mãos em mãos.
Não me devia ter apegado tanta ao Luke, porque ele foi o primeiro. E tudo aquilo que tivemos foi sexo e uma tentativa falhada de aprendizagem sobre bondage que acabou por nos revelar mais do que o que pensávamos.Luke apenas estava à procura de alguém com quem pudesse falar, e esse alguém era eu, porque o meu passado - sabendo eu ou não dele, até à data - era semelhante ao dele, mas eu não tinha sofrido aquela dor na pele. E agora, agora eu tinha-me oferecido para isso com ele, e em vez disso apareceu-me um qualquer que me vai deixar a sangrar de todos os sítios possíveis, porque eu sou uma frágil rapariga que nunca foi tocada dessa fora - além daquela noite - e agora vai ser violentada e contrariada para salvar aquele que ela mais se apegou. Luke.
Desculpa." Murmurou.
"A casa está primeiro que eu, entendo." Lacrimejei. Estou frágil, mais do que já sou, porque prometi a mim própria que era apenas ele. Apenas ele e mais nenhum, porque o Luke é o Luke e ele é diferente daquela arrogância toda que o fez atirar-me para a cama e enfiar-se dentro de mim, quebrando tudo o que havia de possível para o fazer. "Posso fugir de lá à vontade, papa. Eu venho ter contigo depois. Mas, por favor, leva-me agora e acaba com a dor que eu estou a sentir, Luke. Por favor." Pedi. "Não quero amar-te por mais segundos, sendo que te vou perder agora."
Senti uma pontada tão forte no coração que me deixou sem ar. O meu peito doía, ardia. Preciso de ar. Saí do carro e sentei-me em cima do capô.
Levantei a cabeça em direção ao céu, tento recuperar o meu precioso respirar. Estou de olhos fechados a sentir aquela briza fresca na cara, quando a mão de Luke me tocou no ombro."É tão engraçado como o amar das crianças é tão diferente dos adultos." ele disse, sentando-se do meu lado.
"Porque dizes isso." perguntei, continuando de cabeça erguida para o céu. Agora abri os olhos e deitei-me sobre o carro, ficando a contemplar as estrelas.
"Porque é verdade. Vocês apaixonam-se tão rápido. E eu não posso acreditar nisso, Lola, pois tu amas-me agora, mas de certeza que amanha já amas o Ashton porque é ele que vai estar lá quando acordares."
"Não, Luke. Eu não vou." murmurei. "Eu gosto de ti. E eu nunca gostei de ninguém."
Senti a mão dele percorrer a minha perna nua, indo esta até à minha que estava cerrada em punho. Que nervos que eu sinto agora! Não quero deixa-lo, nem depois daquilo que ele fez. Não sei explicar, é algo que eu sinto dentro do meu coração inexperiente.
"Mas agora... Leva-me." chorei diante dele. Outra vez. "Vamos lá acabar com isto. Eu consigo suportar."
"Se ele te tratar mal..."
"Shiu..." interrimpi-o, deixando o meu indicador sobre o seu lábio. "Ele não vai, amor. Prometo que não."
"Como podes ter tanta certeza?" perguntou.
"Não tenho, mas não quero pensar nisso, Luke. Este é o truque. Engana a tua mente."
"Então é isso que estás à espera que eu faça? Que pense que me ames e não amas?"
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DADDY'S FAVORITE • L.H • 1ª VERSÃO (NÃO EDITADA)
Fanfic- Estás a ser má. Onde está essa inocência, anjo? - Tiraste-ma ontem, papá.