09. Aos meus olhos és perfeito

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Caminhei em direção a ele, trincando o lábio e vendo-o ficar com uma incrível ereção que o perturbou por não a conseguir controlar. Lambi os lábios e eu tenho a certeza que ele preferia que eu lambesse outra coisa. Lá. Aquilo.
A minha respiração estava coordenada com o meu batimento cardíaco. Ambos estavam acelerados. Sentia-me a fazer algo proibido. Mas era o papa e eu queria fazer isto, porque ele me deixou molhada, ontem.

Mal me conseguiu alcáçar, Luke pegou em mim ao colo. Cerquei a sua cintura com as minhas pernas finas, enquanto senti aquilo raspar lá.

"O que estás a fazer comigo?" Grunhiu ao meu ouvido, por cima do meu cabelo.

"Nada." Encostei a minha testa à dele, sussurrando contra os seus lábios. "Apenas a aplicar aquilo que me ensinaram papa. Acho que ias ficar contente." Tremi ao pensar que estou a fazer asneiras. "Mas eu posso parar."

Tentei exercer um movimento para saltar do colo dele. Eu posso estar a errar em algo, a fazer alguma asneira. Talvez não seja assim. Talvez não o esteja a seduzir, só o esteja a afastar.

"Lola, não." Gemeu contra o meu pescoço, após ganhar a luta que eu começara entre sair do seu colo, e ficar lá. "Quero que continues."

Ele quer mesmo? Sorri um tanto maliciosamente, se isso poder começar a existir no meu vocabulário restringido.

"Leva-me para a cama." Sussurrei ao ouvido dele.

Luke assim o fez. Ordenei que ele me deixasse por cima. Se ele queria, eu queria o controle também. Sei que não o vou conseguir fazer, porque este homem é demais para uma rapariga de quase treze anos, - se assim já me posso intitular – que apenas passou pela teórica e esta é a sua primeira vez na prática.

"Tira a tua camisola." Pedi, com uma sobrancelha franzida, enquanto via o estado em que Luke estava. Ele queria o orgasmo agora. Definitivamente os homens querem tudo para ontem.

"Não. Não me podes pedir isso, Lola." Ronronou, deixando cair os seus braços com força em cima da cama, fazendo um estrondo.

"Porque não?" Arqueei-me sobre ele e beijei-lhe levemente o pescoço. Algo que eu tinha medo.

Comecei devagar, com beijos suaves. Fiz um trajeto até ao seu queixo e seguidamente à sua boca, que eu estava desesperada por beijar. Quando as nossas línguas se tocaram eu senti uma coisa lá que me fazia também querer tudo para ontem. Eu estava molhada. Elsa e Emma explicaram-me o que isso era, como se obtinha, e o Luke pode pensar que está a fazer um trabalho incrível comigo e com o meu corpo, porque ele está. Para este ter estas reações, ele está.

"Não quero que vejas." Murmurou. Eu senti mágoa nos olhos dele.

"Porquê?" Parei. Isto não era mais sexo. Isto eram sentimentos profundos que toda a gente tem, e por muito esquisito que seja, ele tem também.

"Porque isto aqui" Apontou para o seu tronco. "Não é perfeito."

"E tu achas que eu me preocupo com isso? Achas que eu ando à procura de perfeição, Luke?" Entrelacei os meus dedos nos seus, preenchendo os espaços de casa um. Completando-nos mutuamente.

"Tu devias de o fa-"

"Não." Interrompi-o. "Não vou procurar por algo que não existe. É como procurar santos no inferno."

Disse-o do fundo do coração, porque eu sabia que era assim mesmo. Para quê procurar por algo que nunca na verdade existe? Apenas aos nossos olhos. Para ele pode não ser perfeito e para mim pode ser a maior perfeição de sempre. Inseguranças todos temos. Agora ou antes, nós algum dia vamos ter. A vida é assim. E quem nunca teve uma insegurança, que atira a primeira pedra. Mas também que não diga que "desta agua não beberei".

"Por favor, Luke." Pedi, em género de suplico. "Eu quero ver tudo em ti." Apertei mais as suas mãos, enquanto ele fazia o mesmo às minhas. Escorrei um pouco pelas suas pernas, dando-lhe espaço para ele conseguir tirar a t-shirt.

Luke fez-me um sinal que me deu a entender que queria que fosse eu a tira-la. Ele queria que fosse eu a desvendar o que estava por baixo daquele escudo protetor. Por baixo da roupa.
Levantou-se, segurando-me no fundo das costas para não me deixar cair, e beijou-me lentamente. Desta vez foi ele quem me apanhou de surpresa.
Posso jurar que não foi um beijo normal. Foi diferente. Arrepiou-me ao senti-lo. E fez-me querer sentir de novo. Por isso não o terminei. Eu continuei, e continuei, até o fazer sentir-se confortável.

"Tira-me a roupa." Sussurrou. "Podes tirar-me a camisola."

Ao engolir estas palavras sem sequer as mastigar, entalei-me. Não sabia que procedimentos devia seguir. Foi como se tudo o que tivesse sido plantado na minha cabeça hoje à tarde, tivesse desaparecido. Tão facilmente. Bastou ele mostrar um único sentimento. Uma fraqueza. Ele mostrou uma fraqueza e eu fraquejei junto.
As minhas mãos estavam-me paradas em cima das coxas. Foi como se eu quisesse tanto isto, mas não soubesse como reagir. Como tirar uma camisola.
Ele olhou-me nos olhos e levou as minhas mãos à camisola, e guiando-me tiramos os dois a camisola. Juntos. Como se estivéssemos a ultrapassar algo.
Foi então que vi marcas por aquele corpo. Alguns traços vermelhos que gritavam dor. Uma dor mais profunda que um posso de cinco mil metros. Ouvi a saliva dele escorregar pela sua garganta como se de um pedaço de pão mal mastigado se tratasse.
Passei os meus dedos, pálidos, pequenos e frios, por cada uma delas. Por cada relevo de dor e mágoa.
Sinto-o tremer tanto quanto eu. Sinto-o gemer de dor cada vez que eu toco naquelas marcas. Sinto-me incapacitada por não conseguir parar aquilo.
Olhando-o nos olhos, naqueles olhos azuis, por tanto tempo quanto o que eu fiquei, tenho a perceção de que uma lagrima está a cair-me pelo rosto.

"Porque é que estás a chorar, Lola?" Luke perguntou, com um nó na garganta maior do que qualquer outra coisa. Eu senti-a aquilo apertado. Ele queria chorar também.

"Porque... Tu... tu és perfeito, Luke." Beijei-o como se de uma necessidade se tratasse. E talvez tratava. Neste momento sim.

"Há pouco disseste que a perfeição não existia, amor."

"Mas também não te disse que aos olhos de cada um ela pode existir." Parei por segundos, vendo-o contemplar-me com admiração. Nunca ninguém me havia feito isso. "E para os meus olhos és tu, Luke. Tu és a perfeição. Com os teus defeitos, tu és perfeito."

DADDY'S FAVORITE •  L.H • 1ª VERSÃO (NÃO EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora