Os dias sucederam-se bem. Sarah já estava um pouco melhor do término e cada dia pensava menos em Lucas. Thais possuía um papel importante no processo de superação da amiga, distraindo sua mente com programas aleatórios que ficavam cada vez mais frequentes.
Sarah voltava de uma sessão de fotos ao norte da cidade para a parceria com uma marca famosa. Ela não gostava de aceitar tal tipo de serviço, mas devido a um pedido de uma velha amiga, acabou aceitando. A sessão não tinha sido tão mal, mas o pior veio depois: um engarrafamento enorme na rodovia principal devido a um acidente. Felizmente sem feridos, mas foi o suficiente para congelar 6 km da estrada, o que deu nos nervos da loira, afinal odiava ficar parada.
Mas conhecendo bem a cidade onde reside, Sarah pegou um atalho que, para seu alívio, era um tanto desconhecido e isso significava menos carros e consequentemente anulava a possibilidade de um novo engarrafamento. Ao cruzar a esquina, avistou um outdoor que chamou sua atenção, não pela fotografia, e sim pelo logotipo embaixo.
Sorriu travessa e seguiu a seta que ia contra o caminho que pretendia pegar para chegar em casa. Estacionou o carro cerca de 2 km depois e pegou o celular na bolsa, digitando o tão conhecido nome.
— Oi, flor mais linda do meu jardim! — a mulher atendeu carinhosa e Sarah nem ao menos se atreveu a perguntar o motivo.
— Adivinhe onde estou! — desafiou sorridente.
— Pelo sorriso, aposto que em uma vista privilegiada do mar de Porto de Galinhas.
— Passou longe — cantarolou divertida, levando o dedo indicador na tela do celular para trocar a câmera frontal pela traseira e posicionando o aparelho para fora da janela. — Olhe!
Thais abriu a boca surpresa ao reconhecer um dos famosos prédios de Recife.
— Sarah! — riu. — O que está...? Não me diga que...
— Peguei um atalho e acabei por aqui.
— Vai aproveitar para entrar?
— Não diga bobagens! — revirou os olhos. — Estou apenas de passagem.
— Do outro lado da cidade?
— Peguei um atalho, já disse. Aliás, preciso ir agora, o sinal abriu — mentiu.
Após desligar a chamada de vídeo às pressas, a fotógrafa abriu a bolsa para certificar-se da ideia: elas estavam lá. Em seguida encarou mais uma vez o prédio luxuoso em sua frente, tentando decidir se seguia ou não com sua vontade. Ele era alto e tinha janelas espelhadas, combinando perfeitamente com os outros arranha-céus da cidade.
Sarah suspirou relutante. Por que ela estava ali, afinal? Aquilo era ridículo! Qual seria a possibilidade real de Juliette ter alguma ligação com as cartas? E por que ela se importava? A verdade era que a loira estava ficando louca com a coincidência e precisava tirar aquela dúvida que a matava cada dia mais. Sarah observou o envelope que guardava as folhas e em seguida encarou o prédio novamente: nada daquilo fazia sentido e ela sabia que deveria ir embora dali o mais rápido possível.
Mas ao contrário do que pedia sua mente, suas mãos foram até a porta do carro e quando se deu conta, já estava apertando o botão do 16° andar no elevador. Quando a porta se abriu, deparou-se com poucas pessoas no andar. Caminhou em direção à mulher que julgou ser a assistente e a mesma a recebeu com um sorriso no rosto.
— Bom dia! Em que posso ajudá-la?
— Bom dia... — olhou sua identificação no pequeno crachá. — Vitória Moraes — devolveu o sorriso. — Meu nome é Sarah Andrade e eu gostaria de falar com a chefe desse departamento. Juliette Freire, certo?
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WINE.
Fanfiction| Concluída | O que você faria se encontrasse uma mensagem destinada à outro alguém? No meio de uma desilusão amorosa, Sarah Andrade encontra uma garrafa em uma das praias de Recife com algumas cartas dentro. Sua curiosidade a leva até Juliette Frei...