confessions.

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A rotina de segunda-feira era sempre complicada no estúdio. A agenda de Sarah estava apertada e com tantas sessões de fotos, a loira mal tinha tempo de respirar. Ela amava seu trabalho, mas as vezes a deixava louca.

Andrade estava apontando a câmera para uma linda mulher no auge dos seus 28 anos. Thais retocava o batom da cor que fazia um perfeito contraste com a melanina da pele da modelo, enquanto Gil ajeitava alguns fios de cabelo 3b. Assim que recebeu um sinal dos dois, ela ajeitou o zoom e começou a dar os cliques sobre a moça, que parecia amiga íntima de sua Canon EOS 5D Mark IV.

Em uma das vezes que parou para analisar a foto tirada, viu Becca fazer um gesto com o seu celular, indicando que estava tocando. A loira balançou a câmera no ar como resposta e voltou ao trabalho.

O ensaio ocorreu perfeitamente bem, apesar de um tanto corrido. Como sempre, Sarah revisava as fotos com a modelo e juntas decidiam se estava bom ou não. Declarado sucesso, a fotógrafa se despediu de Jade e sentou em sua poltrona, tentando descansar para o próximo horário.

— Já é a terceira vez que seu celular toca — Becca anunciou lhe entregando o aparelho.

Sarah agradeceu e olhou a chamada de um número não salvo, mas não tão desconhecido pela loira, que imediatamente fez sinal para que todos deixassem a sala. Assim que a voz fez-se presente, ela prendeu a respiração.

— Boa tarde, eu poderia falar com Sarah Andrade?

— Sim, sou eu.

— Oh, ótimo! Aqui é Juliette Freire - a mulher limpou a garganta. — Tudo bem?

— Sim, tudo ótimo. O que deseja?

— Bom, estou ligando porque acho que tu esqueceu um envelope aqui na Clair de Lune, na sexta-feira — respondeu escolhendo as palavras.

— Ah, sim — levou a mão ao rosto, finalmente lembrando das cartas. — Eu realmente esqueci, peço perdão. Mas sinceramente, não tenho nenhum propósito com elas, então se não se importa, pode jogar no lixo ou algo assim.

— É justamente sobre elas que gostaria de conversar. Eu descobri algumas coisas, acho que pode ser do seu interesse.

Sarah uniu as sobrancelhas curiosa, mas não alimentava esperanças sobre aquilo desde o prévio encontro entre as duas.

— Acho que podemos nos encontrar, estou no meu horário de almoço. — a decoradora comentou, fazendo a loira suspirar.

— Olha, as coisas aqui no estúdio estão corridas e meu horário está apertado. Não tenho tempo pra isso.

— Eu imagino, segunda é um dia chato na empresa também. — respondeu compreensiva. — O que acha de um meio termo? Nos encontramos no caminho. Na Quinta Avenida, esquina com a Biblioteca Municipal, existe um restaurante chamado Ponte Nova...

— Eu sei onde fica o Ponte nova — cortou um tanto ríspida, se arrependendo logo em seguida. —, por mim tudo bem.

— Ótimo, nos vemos lá. — despediu-se com um sorriso no rosto, Sarah supôs.

A fotógrafa consultou o relógio em seu pulso, estava ficando louca de aceitar aquilo. Suspirou com as mãos no rosto e desceu as escadas, avistando Becca em sua mesa.

— Preciso que passe meus dois próximos horários para Roberta e remarque o resto. — disse apressada.

— Mas Roberta está...

— É uma ordem, Becca! — exclamou passando pela mulher e em seguida virando-se para Thais — Sua moto está aí?

— Sim, por quê? — indagou completamente confusa.

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