Recife — Quinta-feira, 08h42min.
Ela estava atrasada, muito atrasada. Era a décima vez que Sarah ligava para o mesmo número.
— Sarah, estou chegando! — se apressou em dizer. — Em cinco minutos, ou talvez dez. — avaliou o trânsito admitindo estar ferrada. — Tudo bem, no máximo quinze!
— Eu avisei que comprar uma casa em Porto de Galinhas era uma péssima escolha!
— Não é o que a vista da varanda do meu quarto diz. — brincou.
Certo, o taxi não saía do lugar havia quinze minutos e ela não sabia o que fazer. Sua moto havia decidido quebrar há três quadras de casa e agora dependia de um veículo de quatro rodas que não conseguia desviar do trânsito.
Ao ouvir a longa respiração da loira do outro lado da linha, percebeu o perigo que corria. Ela provavelmente estava contando até dez para não gritar um palavrão cabuloso, daqueles que até o motorista poderia ouvir.
— Sasa, o estúdio está vazio. O próximo cliente chega em quarenta minutos e eu prometo que chego a tempo. Relaxa, lorinha!
— Se você você não chegar em quinze minutos, eu corto seu pescoço fora. Estou falando sério, Thais!
— Relaxa, loirinha. — repetiu divertida, antes de desligar o telefone para não ouvir a resposta.
E ainda bem que desligou, pois Sarah chegou a tomar ar para comparar, de forma totalmente imoral, o adjetivo com a parte íntima de alguma integrante da família Braz.
Não, aquilo não era um surto em virtude de uma festa de hormônios dentro de si – casualmente chamada de TPM. Estava mais para um nervosismo fora do comum para uma grande parceria que fecharia naquele dia.
E Thais estava atrasada. Ótimo!
Cansada de andar de um lado para o outro em sua sala, decidiu descer as escadas em busca de algum passatempo. Rebecca discava algo no telefone e, assim que avistou a fotógrafa, colocou o aparelho de volta na base.
— O Gil já chegou?
— Sim, está com a Robs. — respondeu, apertando os lábios em seguida.
— O que foi, Becca? — a mulher apontou para o final da sala de espera, perto de uma das janelas.
Sua presença imponente, mesmo de costas, ainda era marcante. O blazer preto indicava que estava de passagem do trabalho, mas ainda assim se questionava o que diabos estava fazendo ali.
— O que diabos faz aqui? — proferiu seus pensamentos em voz alta.
— Sarah, oi! — respondeu aproximando-se com o celular na mão.
— O que quer?
— Vim conversar.
— Não temos nada pra conversar, Lucas. Caramba! A última conversaa que tivemos foi há, o quê? Três meses? Não temos nenhum assunto para tratar e eu estou no meu local de trabalho. — estendeu a mão em direção à porta. — Por favor?
— Eu só vim conversar. Sem brigar, prometo.
— Não. — respondeu irredutível.
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WINE.
Fanfiction| Concluída | O que você faria se encontrasse uma mensagem destinada à outro alguém? No meio de uma desilusão amorosa, Sarah Andrade encontra uma garrafa em uma das praias de Recife com algumas cartas dentro. Sua curiosidade a leva até Juliette Frei...