Capítulo 3 - Senhor Olivaras

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30 de agosto de 1991

"Senhor Olivaras"


Harry o olhou curioso.

— Você tem os olhos de sua mãe – Harry tinha quase certeza que ia ouvir muito isso — Parece que foi ontem que ela esteve aqui, comprando a primeira varinha. Vinte e seis centímetros de comprimento, farfalhante, feita de salgueiro. Uma boa varinha para encantamentos.

O Senhor Olivaras chegou mais perto de Harry. Potter franziu o cenho em estranheza e quase implorou que ele piscasse. Aqueles olhos prateados lhe davam um pouco de medo, o deixava parecendo um boneco estranho e assustador.

— Já o seu pai deu preferência a uma varinha de mogno. Vinte e oito centímetros. Flexível. Um pouco mais de poder e excelente para transformações. Bom, digo que seu pai deu preferência, na realidade é a varinha que escolhe o bruxo, é claro.

O Sr. Olivaras chegou tão perto que ele e Harry estavam quase encostando os narizes. Harry deu um passo para trás. Odiava contatos físicos.

— E foi aí que... – O Senhor Olivaras tocou a cicatriz feita pelo relâmpago na testa de Harry com um dedo branco e longo — Lamento dizer que vendi a varinha que fez isso – disse ele suavemente — Trinta e cinco centímetros. Uma varinha poderosa, muito poderosa nas mãos erradas... Bom, se eu soubesse que a varinha ia sair por aí fazendo... – ele pareceu ver Hagrid. Harry suspirou aliviado — Hagrid! Hagrid, Hagrid! Que bom ver você de novo... Carvalho, quarenta centímetros, meio mole, não era?

— Era, sim senhor.

— Boa varinha, aquela. Mas suponho que a tenham partido ao meio quando o expulsaram? – disse o senhor Olivaras, repentinamente sério.

— Hum... partiram, é verdade – disse Hagrid, arrastando os pés. Harry sentiu uma vontade de abraçar ele, mesmo sem gostar de contatos físicos — Mas ainda guardo os pedaços – acrescentou animado.

Harry achou que Hagrid era muito fofo.

— Mas você não os usa? – perguntou o Sr. Olivaras, severo.

— Ah, não senhor – respondeu depressa. Harry reparou que ele apertou o guarda-chuva com força ao responder. Potter sorriu maroto para ele

— Hum – resmungou o Sr. Olivaras, lançando um olhar penetrante a Hagrid —Bom, agora, Sr. Potter, vamos ver – E tirou uma longa fita métrica com números prateados do bolso — Qual é o braço da varinha?

— Hum, bom, sou destro – respondeu Harry. Agradecido por não ter que usar o braço esquerdo. Estava latejando e dolorido depois de tantos apertos de mão n'o Caldeirão furado e de tanto as pessoas esbarrarem nele.

— Estique o braço. Isso – Ele mediu Harry do ombro ao dedo, depois do pulso ao cotovelo, do ombro ao chão, do joelho à axila e ao redor da cabeça — Toda varinha Olivaras tem o miolo feito de uma poderosa substância mágica, Sr. Potter. Usamos pelos de unicórnio, penas de cauda de fênix e cordas de coração de dragão. Não há duas varinhas Olivaras iguais, como não há unicórnios, dragões nem fênix iguais. E é claro, o senhor jamais conseguirá resultados tão bons com a varinha de outro bruxo.

Harry de repente percebeu que a fita métrica estava o medindo sozinha. O Sr. Olivaras andava rapidamente em volta das prateleiras, descendo caixas.

— Já chega – falou, e a fita métrica afrouxou e caiu formando um montinho no chão — Certo, então, Senhor Potter. Experimente esta. Faia e corda de coração de dragão. Vinte e três centímetros. Boa e flexível. Apanhe e experimente.

Full Moons - Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora