Full Moons - Primeiro Livro

Capítulo 33 - Alçapão abaixo

13 de Maio de 1992

"Alçapão abaixo"

Callum não conseguiu dormir direito. Passou a noite quase toda embolando de um lado para o outro na cama sem conseguir parar de pensar que alguma coisa ruim poderia estar acontecendo com seus meninos. Normalmente ele já era super protetor e cuidadoso em relação a Harry e Draco, mas saber que os dois estavam na floresta proibida o deixava ansioso e ainda mais preocupado.

E ele sabia que não fazia muito tempo desde que o céu estava com uma lua cheia brilhante em seu ponto mais alto, o que deixava a situação um pouco mais angustiante. A floresta era recheada de barulhos e cheiros. Faw preferiu se prender a ideia que Harry estava conseguindo lidar com tudo.

Ele tinha desistido de continuar deitado e se viu soltando um longo suspiro antes de embolar preguiçosamente na cama para levantar.

Draco abriu velozmente a porta do dormitório e Harry vinha logo atrás. Ambos parecendo exaustos e sujos demais com as vestes rasgadas em diversas partes. Draco estava com um corte fino na bochecha e Harry parecia quieto demais – mais do que o normal.

Ele não podia entrar em desespero em vê-los machucados, porque eles pareciam exaustos e medrosos. Ele se exasperar só pioraria as coisas.

— Que tal tomarem um banho bem quentinho, hm? – Ele andou até onde os garotos estavam de pé, lado a lado, e fez um afago no cabelo loiro de Draco que estava com algumas folhas presas entre os fios — A gente cuida dos machucados depois.

— Pode ir primeiro – Harry disse, dando uma leve cotovelada em Malfoy.

— Nada de disputas sobre quem vai primeiro hoje? – Faw tentou descontrair, mas Harry apenas sentou em silêncio no chão frio da comunal e encarava um ponto fixo. Faw sentou do seu lado quando percebeu que Harry estava tremendo.

Draco saiu vestido com seu pijama de listrinhas verdes do banheiro pouco tempo depois – o que provava que algo bem sério tinha acontecido, porque ele demorava muito para tomar banho – e o emblema DM bordado em prata no seu pijama reluziu com as luzes esverdeadas do quarto – elas eram amareladas durante o dia, mas Faw mudava as cores dela a noite.

Harry foi para o banho enquanto Call pegava a sua varinha que estava em cima de sua cabeceira e conjurava feitiços básicos para fechar os pequenos cortes no rosto de Draco.

Harry recusou a ajuda para seus ferimentos, dizendo que sabia fazer sozinho.

Call já imaginava aquilo, então nem protestou.

— Então... – Faw pronunciou — vão me contar o que aconteceu na floresta?

Draco e Harry trocaram olhares tenebrosos enquanto Call esperava pacientemente que eles tomassem alguma iniciativa. Pouco a pouco, os dois foram revezando para contarem quase cronologicamente o que tinha ocorrido, mesmo que às vezes um acontecimento atropelasse outro e eles tinham que voltar a contar do início.

Nott não apareceu no dormitório naquela noite, Harry disse que ele estava com medo demais para descer até as masmorras e preferiu ficar na enfermaria depois de fingir uma dor de estômago.

— Então o Você-sabe-quem está, na verdade, vivo e escondido bem aqui do nosso lado? – Faw disse com um humor não muito bom — Grande proteção que Hogwarts representa – ironizou — Temos que informar Dumbledore sobre tudo. Dizer a ele que acabamos descobrindo sobre o Fofo e sobre a pedra filosofal. Ele tem que saber que Você-sabe-quem está de volta e que está tentando roubar a pedra.