Capítulo 26 - Eu sou um garoto e apenas um garoto

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Dia 30 de dezembro de 1991

"Eu sou um garoto e apenas um garoto"


Nos dias seguintes, Harry ainda parecia bem chateado com Draco.

Havia um alvoroço nas mesas do salão principal causado pelos gêmeos, aparentemente, tinham programado uma festa para Faw e estavam extremamente contentes por estarem conseguindo organizar tudo em tempo recorde.

Mas, apesar da energia caótica e contente pelo castelo – tanto pela festa, quanto pelo fim de ano iminente – Harry ainda estava bem chateado e ignorando completamente a presença de Draco, o que era péssimo. Malfoy odiava com todas as forças ser ignorado e odiava mais ainda o tratamento de silêncio que Harry estava fazendo.

Ele detestava tratamentos de silêncio no geral, mas o de Harry parecia ainda mais insuportável.

Não era nem um pouco digno para um Malfoy ficar insistindo pela atenção de alguém. Apesar disso ser hipocrisia, já que Malfoys adoram ser o centro das atenções.

Rony, novamente, perguntou o que tinha acontecido.

— Nada, Weasley. Nada – Draco respondeu, impaciente, servindo uma porção de arroz para si mesmo e o deixando ao lado do feijão.

— Mas o Harry nem está falando direito com você – Retrucou, roubando a colher da mão de Draco e pegando uma porção de arroz para si mesmo, a pondo em cima do feijão — E vocês não ficam longe um do outro por muito tempo. É até irritante às vezes.

— Isso é verdade – Neville entrou na conversa, sentando ao lado de Ron — Ele está bem calado.

— Ele não estava com você? – Draco questionou, com o cenho franzido e obviamente curioso.

— Estava, mas não quis vir comer. Ele ficou lá nas estufas – Respondeu, tentando decidir o que comeria primeiro — Ele está chateado. O que você fez?

— Não interessa – Draco respondeu, ríspido, começando a comer o mais rápido que conseguia. Neville o olhou e deu de ombros, Ron ouvia os irmãos conversando com um outro grifinório sobre a festa de Call.

Harry não via sentido em conversar com plantas, como Neville normalmente fazia, então só ficava às olhando e vez ou outra acariciando suas folhas e as colocando no sol quando estavam muito desanimadinhas.

Ele estava aparando os galhos de uma delas, tentando lembrar bem de como Nev tinha o ensinado, quando ouviu passos muito familiares vindo para perto da estufa. Ele suspirou, continuando o que estava fazendo.

— O que você quer? – Perguntou agressivamente quando a porta da estufa abriu. Ele não se deu ao trabalho de se virar para encarar a pessoa que tinha entrado, porque o perfume de Draco era marcante e forte o suficiente para Harry reconhecer de longe.

Harry já não sabia se estava realmente magoado com Draco ou se era por suas emoções estarem mais afloradas por conta da lua cheia extremamente próxima.

Já Malfoy não sabia se ficava chateado pelo jeito que Harry falou com ele, ou ficava feliz por Harry ter falado com ele depois de quase dois dias sem nem se olharem direito.

— Longbottom disse que você estaria aqui – Comentou, como quem não quer nada e indo em direção a Harry — Eu vim... fazer companhia.

— Eu não quero a sua companhia.

Darius rastejou pelo chão, olhando ameaçadoramente para Draco.

— Peça para sua cobra não me atacar – Implorou com os olhos arregalados. Enquanto assistia Darius se erguendo lento e perigosamente, dando sinais de ataque, sua mandíbula grande começou a se abrir e em um movimento rápido ele tentou avançar em Draco, tentando o morder. Malfoy deu um passo desesperado para trás — Harry!

Full Moons - Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora