Capítulo 47 - Dunkirk

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(ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, negócios, lugares, eventos, locais e incidentes são produtos da imaginação do autor ou usados de forma fictícia. É importante lembrar que tudo isso é totalmente fabricado, embelezado e exagerado para fins de entretenimento.)

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Maio de 2016

França

Eu sou um homem simples. Uma epifania recente me levou a essa conclusão. Como muitos, eu me iludi acreditando que havia mais de mim do que oxigênio ou carbono ou água ou sal (e tudo o mais que compunha o corpo humano), mas verdade seja dita, não havia nada além de algumas idéias e hábitos escassos que eu poderia nomear. Nenhuma dessas idéias ou hábitos me tornou um ser particularmente complexo; e isso não era apenas a inferência de baixa autoestima ou falta de confiança ao falar. Era que na verdade éramos todos simples. Por mais que tentemos fugir dessa noção, nos escondendo atrás de nossas aspirações, realizações e relacionamentos (cheios de pretensões, ansiando por convencer o mundo de que éramos extraordinários), era uma verdade objetiva de que não éramos.

Eu era simples porque gostava de coisas simples. A saber: comida, sono, sexo, álcool, jogos de tabuleiro e música. Quanto mais velho eu ficava, mais fácil era reconhecer as rotinas do meu comportamento. Padrões dos quais eu não poderia me desviar, mesmo com os olhos vendados, girado em vários círculos e dito para seguir meu próprio caminho. Eu chegaria ao mesmo lugar todas as vezes, sem falta.

Comida, sono, sexo, álcool, jogos de tabuleiro e música. Eu não poderia, em sã consciência, incluir livros nessa lista, porque não lia um romance inteiro há mais de um ano. Embora eu nunca tivesse confessado isso para outra alma viva, tenho dificuldade em ficar parado por tempo suficiente para consumir qualquer coisa de valor. A poesia funcionava melhor para mim, já que era concisa, impactante e pouco exigente para o meu tempo. Eu podia entrar e sair e tinha certeza de sentir algo no meio, como uma espécie de rapidinha sem amarras. Com os livros, havia um certo nível de comprometimento exigido no início. Havia também um enredo sinuoso, vários capítulos puláveis, personagens insuportáveis e a exigência de um cronograma de leitura. Livros simplesmente não eram minha praia no momento.

Poesia, no entanto, foi o meu caminho e ajudou com minha maturidade emocional e intelectual. Ver o mundo através das lentes de versos também melhoraria meu lirismo para quando eu voltasse a escrever para o álbum.

Há alguns anos, me apaixonei por Charles Bukowski depois que ganhei um livro dele de um tio-avô que morreu e que decidiu que eu tinha dinheiro suficiente, então ele me deixou com algo mais útil

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Há alguns anos, me apaixonei por Charles Bukowski depois que ganhei um livro dele de um tio-avô que morreu e que decidiu que eu tinha dinheiro suficiente, então ele me deixou com algo mais útil. Livros. Muitos livros. 'Você tem bolsos fundos, rapaz', ele dizia. 'Seu pai nunca o preparou para isso.' Ele me presenteou com uma minibiblioteca que eu esperava terminar aos 21 anos, com títulos que iam de Bukowsi a Dostoiévski, de Faulkner a Orwell. Os fundamentais.

Essa Coisa Sobre Mim • Zarry (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora