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Eu e Ariana tínhamos voltado para as arquibancadas, não diria que estávamos matando aula já que estávamos ali por uma coisa importante.
Explicava tudo que tinha acontecido detalhadamente para ela, claro que alterei algumas coisas para ela não desconfiar sobre mim e Camila, mas foram coisas pequenas.
- Ainda estou tentando absorver tudo isso... - Ariana disse e massageou sua cabeça lentamente.
- Eu que o diga. - Suspirei pesadamente.
- Tudo bem, então quem escreveu a carta foi mesmo Camila, não é?
- Aparentemente sim, não entendo como nunca notei esse papel sobre o nome dela.
- Você ainda tem a carta?
- Claro que eu tenho, deve estar em alguma caixa embaixo da minha cama.
- Vamos lá. - Ela se levantou.
- O quê? - Franzi o cenho.
- Vamos ver a carta. Esse tempo todo você tinha ela como uma lembrança de Lucy, o que vai ser agora?
- Eu não sei... - Olhei para ela e comecei à pensar.
- Podemos ir até sua casa, você lê de novo e diz o que mudou, eu preciso de um desfecho nessa história toda. - Sorriu e segurou minha mão, me levantando.
- Não vão nos deixar sair.
- Qual é, não lembra de quando saíamos escondidas para ir ao cinema? Cruzes, Lauren. - Ariana saiu caminhando em minha frente e eu comecei à segui-la,
- Já tinha até mesmo me esquecido disso.
Passamos por um pequeno espaço que tinha atrás das arquibancadas que nos levava até um espaço vazio do colégio.
Na verdade não era vazio, estava repleto de plantas aleatórias espalhadas e aquela mesma árvore que usávamos para pular o muro continuava lá.
Me trazia lembranças que eu nem ao menos lembrava que tinha.
- Não sei se ainda estou em forma para pular, sabe? - Comentei e coloquei minhas mãos em minha cintura, vendo Ariana subir na árvore e em seguida ficando em pé no muro.
Pensando bem, aquilo era bem alto e não tínhamos um apoio muito bom, já que uma árvore velha caindo aos pedaços não era muito seguro.
- Ah, deixa de baboseira, vem logo! - Era incrível como o equilíbrio dela continuava intacto, eu mal conseguia ficar parada sem cair.
- Você sabe que se eu cair e morrer, eu vou puxar seu pé à noite, não sabe? - Resmunguei enquanto segurava em um dos galhos e apoiei meu pé no tronco, me erguendo em seguida.
